Quantas vezes, durante o dia, você para o que está fazendo para checar mensagens, e-mails ou redes sociais pelo celular? E quando você esquece o aparelho em casa, #comofaz? A sensação de que falta algo é grande, e incomoda. Antigamente, as pessoas ficavam assim quando saiam de casa sem o relógio ou os óculos de sol, por exemplo. Hoje, não é nada fácil ‘se desligar’. Por isso, quando não temos acesso rápido à informação e a todas as funcionalidades que os smartphones nos oferecem, dá uma sensação de angústia. Porém, esse sentimento ao ‘ficar offline‘ tem diagnosticado pesssoas como nomofóbicas.
A nomofobia, de acordo com o psicólogo Cristiano Nabuco, 52, coordenador do Grupo de Dependências Tecnológicas do Programa Integrado dos Transtornos do Impulso (PRO-AMITI) do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, “deriva de uma expressão da língua inglesa que quer dizer No mobile, ou seja, sem telefone celular”, explicou ao Portal Boa Vontade. E está sendo usada para descrever essa sensação de angústia que sentimos quando ficamos impossibilitados de nos comunicar ou de ser conectados por estar sem um aparelho celular.
A nomofobia não diz respeito apenas à ansiedade provocada pela falta do telefone móvel,mas também pela ausência de qualquer tecnologia que mantenha os indivíduos conectados, como computadores, tablets ou notebooks. Qualquer um está sujeito a esse tipo de fobia, porém o alvo mais comum são os jovens, que nasceram e cresceram em um mundo totalmente conectado. “Quanto mais precocemente disponibilizo esse tipo de tecnologia a uma criança, maior é o comprometimento que vai haver”, afirmou Nabuco.
NOVA FORMA DE ISOLAMENTO SOCIAL
Antes o celular era usado apenas para facilitar o contato com uma pessoa que estava na rua. O uso contínuo, e descontrolado, veio depois, com o surgimento da internet móvel. Ou seja, as pessoas não precisam mais ficar ‘enclausuradas’ em casa para navegar pela rede mundial de computadores. Acabam saindo de casa para eventos sociais e continuando conectadas, sem dar real atenção à situação que estão vivendo. E se você acha que quando os nomofóbicos quando estão sem um celular eles conversam com quem está ao redor, infelizmente informamos que está enganado: quando estão sem os aparelhos, eles ficam ainda mais isolados. Muitos especialistas classificam esse comportamento como uma nova forma de isolamento social.
Esta atitude traz inúmeros prejuízos: quando estamos focados apenas na nossa “vida virtual”, acabamos deixando de colaborar com os integrantes de nossas famílias, as pessoas do nosso trabalho, nossos amigos ‘reais’, e isso traz muitas perdas para nós. Afinal, não estamos em nenhum lugar por acaso, e quando deixarmos de contribuir com os ambientes nos quais convivemos, estamos nos omitindo. Em outras palavras: “Quando o território não é defendido pelos bons, os maus fazem ‘justa’ a vitória da injustiça”, como ensina o presidente-pregador da Religião de Deus, do Cristo e do Espírito Santo, José de Paiva Netto.
Além disso, os ambientes do lar precisam do diálogo para que alcancem a boa vibração da Espiritualidade Ecumênica. Que os pais consigam manter um diálogo franco e transparente com seus filhos desde cedo, para quando chegarem na adolescência tenham a proximidade necessária, que facilitará o acompanhamento de seus passos e ações, na vida real ou “virtual”. Isso cria vínculos fortes, mantendo a abertura necessária para intervenção dos pais, diante de possíveis perigos que os ameacem, nas mais diversas situações.
O Portal Boa Vontade lembra que é possível, sim, relaxar e ser menos dependente da tecnologia. Afinal de contas, já sabemos que tudo que usado em excesso faz mal. Desafiamos você a passar, a cada dia, algumas horinhas offline, topa? Assim, além de se conectar com quem está perto de você, já estará mais acostumado e não vai ficar desesperado se esquecê-lo em casa por um dia.