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Ingestão de gordura na gravidez pode estimular a criança a ser dependente química

Uma pesquisa divulgada na última semana disparou mais um alerta em relação aos prejuízos causados por uma dieta rica em gordura. Desta vez, o dano identificado foi aos filhos de gestantes que adotam este tipo de alimentação ao longo da gravidez. Realizado por cientistas da Rockefeller University, nos Estados Unidos, o estudo, feito em cobaias, revelou que os filhotes de mães alimentadas com excesso de gordura apresentam um risco mais elevado de manifestar dependência e uso abusivo de álcool e de nicotina durante a adolescência. Segundo os autores do trabalho, é a primeira vez que isso fica demonstrado.

A conclusão foi obtida após os pesquisadores analisarem as reações de cobaias geradas por mães alimentadas com uma dieta rica em gordura e por outras, nutridas com uma alimentação normal. Eles constataram que o primeiro grupo tende a encarar o consumo de nicotina como mais recompensador, especialmente se combinado à ingestão de álcool. Quando os filhotes foram estimulados a trabalhar mais para conseguir doses elevadas de nicotina e de álcool, aqueles gerados por mães que comeram muita gordura continuaram se esforçando para obter as próximas doses quando os outros, ao contrário, já haviam desistido. Eles também ingeriram quantidades maiores de álcool e nicotina do que apenas de nicotina, comportamento não identificado entre os gerados por cobaias com dieta normal. Investiga-se o mecanismo pelo qual o tipo da dieta da mãe interfere nos processos cerebrais associados à dependência nos filhos.

Acredita-se que a exposição pré-natal ao excesso de gordura aumenta o crescimento, no feto, de neurônios em áreas específicas do cérebro, como a região do hipotálamo. A estrutura é uma das envolvidas na regulação do apetite e pode também estar vinculada ao comportamento de busca por recompensas, o que pode desencadear a dependência química.

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