Homens que consomem mais de 67g de açúcar dia – o equivalente a duas latas de refrigerante – podem aumentar em 23% o risco de desenvolver transtornos de humor comuns, após cinco anos, quando comparados àqueles que consomem menos açúcar, dizem pesquisadores.
O estudo também afirma que ter um transtorno de humor não faz com que as pessoas sejam mais propensas a comer alimentos com alto teor de açúcar.
Alto consumo de açúcar
O estudo, publicado no periódico Scientific Reports examina a associação entre consumo de açúcar e transtornos de humor.
Os pesquisadores, analisaram a ingestão de açúcar proveniente de alimentos e bebidas doces e a ocorrência de transtornos mentais comuns.
Eles explicaram que poucos estudos investigaram ‘causalidade reversa’, referindo-se à possibilidade de que um transtorno de humor possa levar a um maior consumo de açúcar, o que eles queriam explorar.
Para o estudo, eles examinaram medições repetidas do consumo de alimentos e bebidas doces e a saúde mental, e observaram a associação entre os dois.
Dos 10.308 participantes recrutados em 1985, cerca de dois terços eram homens e um terço era de mulheres.
Após a primeira leva de coleta de dados, questionários autor referidos e dados clínicos continuaram a ser coletados a cada dois a cinco anos.
Os adultos na Grã-Bretanha consomem aproximadamente o dobro do nível recomendado de açúcar adicionado na dieta, e estudos anteriores relacionaram maior consumo de açúcar com um risco aumentado de depressão.
Refrigerantes, bolos e biscoitos
Para a análise, os pesquisadores usaram dados coletados até 2013 e incluíram participantes que relataram o consumo de pelo menos oito itens de uma lista de 15 alimentos e bebidas doces como bolos, biscoitos, refrigerantes e café ou chá adoçados.
Os participantes foram divididos em grupos com base na ingestão diária de açúcar derivado de alimentos e bebidas doces.
A análise descobriu que os homens com o maior consumo de açúcar por dia (67 g), tinham 23% mais chances de desenvolver transtornos de saúde mental comuns após cinco anos quando comparados aos do terceiro grupo, com o menor consumo de açúcar diário (39,5 g).
Esse achado foi independente de outros fatores relacionados à dieta, estilo de vida e características sócio demográficas, como o estado civil e o salário.
Os pesquisadores disseram que não conseguiram encontrar uma observação similar entre as mulheres, mas isso pode ter ocorrido devido ao menor número de participantes do sexo feminino.
Os pesquisadores também concluíram que, a partir dos resultados do estudo, “foram capazes de excluir a potencial ‘causalidade reversa’ como o motivo da ligação observada entre o alto consumo de açúcar e a depressão”. Eles explicam que as associações observadas nas análises não foram resultado de mudanças no consumo de alimentos e bebidas açucarados.
Citar este artigo: Alto consumo de açúcar associado à depressão em homens – Medscape – 16 de agosto de 2017.