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Conheça os índices de suicídio entre pessoas LGBTQIAPN+ no Brasil

A compreensão do significado da sigla LGBTQIAPN+ é crucial para fomentar propostas de inclusão desse grupo na sociedade. Afinal, por trás de cada letra ou símbolo existem seres humanos, com suas peculiaridades e histórias de vida.

Nesse sentido, a proposta deste artigo é dar mais visibilidade aos desafios diários que essa população enfrenta. A comunidade LGBTQIAPN+ é composta por pessoas das mais distintas orientações sexuais e identidades de gênero.

Por causa disso, vamos abordar a temática do suicídio entre essa população. Veja quais são os problemas que mais impactam a decisão desses indivíduos pelo suicídio e como trabalhar medidas que representem melhores soluções para a reabilitação da sua saúde mental. Aproveite a leitura!

Afinal, o que significa a sigla LGBTQIAPN+?

A cada dia surgem novas letras, símbolos ou cores que representam a comunidade LGBTQIAPN+. A seguir, listamos alguns dos significados, conforme a categoria e orientação de gênero a que pertence cada integrante. Confira:

  • Lésbicas: refere-se a mulheres que se relacionam com pessoas do mesmo gênero (feminino);
  • Gays: são homens que sentem atração sexual e romântica por outros homens;
  • Bissexuais: são indivíduos que se envolvem com homens e mulheres, uma vez que sentem atração sexual e romântica por mais de um gênero;
  • Transexuais: são pessoas que não se identificam com o gênero atribuído ao nascer, mas podem se adaptar a uma identidade masculina (transmasculino) ou feminina (transfeminina);
  • Travestis: são indivíduos que nasceram com determinado sexo, mas se identificam com o gênero oposto e passam a construir uma nova identidade;
  • Queer: esse grupo não se identifica com os padrões de gênero impostos pela sociedade e transite entre diferentes “gêneros”;
  • Intersexuais: são pessoas com um padrão sexual distinto da orientação biológica ao nascer ou da sua identidade ligado ao gênero;
  • Assexuais: são pessoas que não sentem atração sexual por nenhum dos gêneros;
  • Pansexuais: esse grupo sente atração sexual e romântica por pessoas de diferentes gêneros;
  • Não-binarie: são indivíduos que não se enquadram no padrão binário de gênero.

Como é o panorama do suicídio entre LGBTQIAPN+ no Brasil e no mundo?

De acordo com dados divulgados pela Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Intersexos (ABGLT), a população LGBTQIA+ no Brasil está crescendo a cada ano. A estimativa é que haja cerca de 20 milhões de pessoas com essa variedade de gênero, um número 7 vezes maior que os quase 3 milhões divulgados no último censo do IBGE.

Logo, o aumento da população que integra esse grupo e os agravos de saúde mental aos quais está exposta exacerbam as condições que resultam em ideação suicida. Nessas circunstâncias, há maior probabilidade de essas questões culminarem em atos concretizados.

Outro estudo reforça a relação entre a exposição desse grupo e o maior risco de doenças mentais. Os números expressam a realidade das pessoas LGBTQIAPN+ que vivem nos Estados Unidos. Veja os dados:

  •  a população LGBT tem maiores taxas de depressão quando comparada aos que não pertencem a esse grupo;
  • nos EUA, cerca de 36% dos homens héteros tinham ideação suicida, enquanto para homens LGBT essa taxa era de 42%;
  • o mesmo relatório indica que cerca de 20% da população LGBT adulta já tentou suicídio ao longo da vida.

Quais atitudes mais comprometem a saúde mental desse grupo?

Destacamos algumas das práticas mais prejudiciais aos indivíduos que se identificam com a diversidade de gênero.

A principal delas é a LGBTfobia, que é caracterizada por comportamentos discriminatórios, que subjugam as pessoas em função da sua orientação sexual ou expressão de gênero. Confira mais algumas classificações:

  • homofobia: refere-se às atitudes e condutas de desprezo, discriminação e ódio aos gays;
  • lesbofobia: são atitudes de intolerância por causa da orientação sexual. A lesbofobia é direcionada às mulheres que são lésbicas;
  • transfobia: consiste na discriminação e condutas de desprezo e ódio velado a quem se define como travesti e transexual.

Qual o papel da sociedade no combate à violência contra essa população?

Em termos globais, as questões de preconceito relacionado às diferenças de gênero são bem desafiadoras. A população LGBTQIAPN+ sempre enfrentou ondas de preconceito e ódio, que exacerbam as condições que afetam a estabilidade mental do grupo.

Diante disso, é necessário fomentar as políticas públicas que defendam os direitos desse grupo em sua luta pela igualdade social. Nesse sentido, uma das alternativas seria apostar no poder transformador da educação como um dos importantes pilares para a conscientização das pessoas contra a LGBTfobia.

A campanha Setembro Amarelo

Cada vez mais, a campanha Setembro Amarelo tem sido útil para divulgar propostas de incentivo aos cuidados em saúde mental. No ano de 2023, a campanha trouxe o lema “Se precisar, peça ajuda!”. Essa é uma frase de impacto, já que a ajuda profissional é um importante passo para a superação desses desafios.

Em vias gerais, o suicídio é uma triste realidade que afeta pessoas de todos os lugares do planeta e de diferentes formas. Essa prática se manifesta em todas as classes sociais, culturas e gêneros, muito embora esteja mais presente na população LGBTQIAPN+.

De acordo com os dados divulgados pela Organização Mundial da Saúde — OMS, somente em 2019, ocorreram mais de 700 mil suicídios no mundo. No Brasil, registros apontam cerca de 4 mil casos por ano. Vale destacar que esses dados podem estar subestimados, já que muitos episódios dessa natureza são subnotificados.

Por que a ajuda profissional é tão essencial?

Além da maior exposição às desordens emocionais, como depressão e ansiedade, a comunidade LGBTQIAPN+ é mais propensa a receber tratamento de qualidade inferior em saúde mental. Isso acontece devido ao estigma, preconceito, aspectos culturais, assim como pela falta de conhecimento dos profissionais de saúde sobre as necessidades específicas dessas pessoas.

Dessa forma, a ajuda profissional especializada pode amenizar os impactos que o suicídio entre pessoas LGBTQIAPN+ representa. Para tanto, as pessoas próximas precisam saber identificar quando alguém está em risco de suicídio. Nessas circunstâncias, o ideal é encaminhar para tratamento centrado na reabilitação mental ou diretamente para a internação.

Precisa de ajuda nesse sentido? Entre em contato com o Hospital Santa Mônica para saber como podemos auxiliar!

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