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Dependência Química

Conheça os efeitos fatais da droga G

O consumo de drogas no Brasil e em outros países aumenta continuamente, apesar da dificuldade em identificar precisamente o número de usuários por ser um mercado ilegal e com grande imprevisibilidade da concentração das substâncias. A droga G, por exemplo, conta com efeitos potencialmente letais, além de ser utilizada para agressões sexuais, por provocar sonolência e amnésia.

Em razão disso, é importante se informar sobre os potenciais riscos desse entorpecente e conhecer também as possibilidades de tratamento. Continue a leitura deste artigo que contou com a colaboração do psicólogo do Hospital Santa Mônica, Antonio Chaves Filho, para aprender mais sobre o tema!

O que é a droga G?

O gama-hidroxibutirato, também conhecido como droga G, droga Gi ou GHB, é um entorpecente quase idêntico à gama-butirolactona (GBL, uma substância que é vendida legalmente, sendo usada como solvente industrial). A droga G é muito consumida em festas e é encontrada na forma de um líquido oleoso, claro e inodoro, que comumente é consumido diluído em refrigerantes, ou em comprimidos. A GBL, ao entrar no corpo, converte-se rapidamente em gama-hidroxibutirato.

A droga foi desenvolvida em 1960 como um anestésico, mas o uso foi descontinuado por causa das reações adversas. Em 1980, a sua administração foi testada como sonífero e como complemento para o desenvolvimento de força muscular, mas ela foi proibida.

Como esse entorpecente é ilegal, não há controle sobre a força e sobre a pureza das drogas produzidas, assim, não se sabe quanto da substância está em uma solução. É um anestésico extremamente potente, com efeito depressor do sistema nervoso.

Quais são os principais efeitos da droga G?

O uso recreativo dessa substância em doses menores gera determinados efeitos, como euforia e aumento da autoconfiança. Veja em detalhes os principais sinais manifestados após o consumo.

Euforia

Os efeitos do gama-hidroxibutirato são parecidos com os da ingestão de álcool. A pessoa fica mais sociável, com sentimentos agradáveis, menos inibida e tonta. A substância atua diretamente no sistema nervoso, sendo rapidamente distribuída, mas contando com uma degradação lenta.

Excitação

Doses muito pequenas da droga G podem gerar excitação e capacidade social em concomitância com a euforia. Porém, rapidamente, o indivíduo pode desenvolver tolerância, o que aumenta o risco de ingestão fatal.

Desejo sexual

É comum o uso recreativo da droga G para o que é conhecido como chemsex, a prática de sexo consentido em que ambos os parceiros consomem drogas para a melhora do desempenho na relação. 

Relaxamento

Os efeitos são similares ao da ingestão de bebida alcoólica, como dito. É importante destacar que, nas doses menores, é mais comum haver a sensação de bem-estar. Já com quantidades mais elevadas, a predominância é do efeito depressor.

Quais são as consequências da droga G no corpo e na mente?

A droga Gi oferece vários riscos para o organismo, especialmente porque um aumento muito pequeno da dose pode ser letal. Além de causar euforia e alucinações, entre os efeitos colaterais, podemos citar a sonolência, a tontura, a náusea, vômitos e alterações na visão.

A pessoa pode desmaiar, ter a respiração interrompida e até entrar em coma. Inclusive, a mistura desse entorpecente com álcool é muito perigosa, pois ambas as substâncias são depressoras do sistema nervoso, o que pode provocar a morte.

É possível citar ainda outros riscos associados ao consumo do gama-hidroxibutirato, haja vista que o indivíduo pode se tornar incoerente e sofrer convulsões, perda de consciência, parada cardiorrespiratória, surto psicótico, desenvolvimento de problemas cardíacos e falência dos sistemas neuro e cardiológico.

Quando há perda de consciência, o usuário também pode vomitar enquanto dorme e engasgar, além de ter dificuldade para respirar. Ademais, a GHB pode interagir de forma perigosa com medicamentos e outras drogas.

Outro ponto delicado em relação à droga G é que ela provoca apagões e lapsos de memória, como dito. Assim, é muito comum que seja usada para a agressão sexual. Por isso, essa substância é conhecida como “droga do estupro”.

A parada súbita do consumo também pode ser muito perigosa. Isso porque os sintomas de abstinência são potencialmente fatais. Eles começam cerca de 12 horas após a última dose e podem durar até 15 dias. A retirada repentina de dosagens altas é ainda mais danosa.

Como lidar com a dependência química?

A dependência química afeta a pessoa em diversos aspectos, prejudicando os estudos e a carreira, a vida financeira e o relacionamento com familiares e com amigos. A situação pode se tornar degradante e o indivíduo pode se sentir completamente sozinho e angustiado. 

Além disso, o usuário rapidamente desenvolve tolerância e dependência da droga Gi, o que pode gerar um grande risco de ingestão letal. Ou seja, ele passa a precisar de doses cada vez maiores para obter o mesmo efeito inicial. 

A dependência pode ser psicológica, visível por meio de determinados sinais, como o uso de maior quantidade da substância em comparação ao que era pretendido e a continuidade do consumo, apesar das consequências negativas. Já a dependência física é o que, principalmente, desencadeia a abstinência, gerando tremores, ansiedade, paranoia, alucinações, incapacidade de dormir e pressão alta. 

O primeiro passo nesse processo é reconhecer que a dependência química é uma doença. Em segundo lugar, é importante entender que você pode e deve buscar ajuda profissional. O apoio psicológico e médico é essencial para tratá-la. 

O acompanhamento permite que haja uma reorganização e viabiliza a retirada controlada do entorpecente, de forma segura e com a proteção da vida. A proposta é realmente auxiliar o usuário na construção de um eixo, na restauração de laços e na superação das dificuldades geradas pelo vício. 

Para isso, há o tratamento tanto das variáveis biológicas quanto do que desencadeia a necessidade de consumo da substância. Existe um sofrimento a ser tratado e o apoio multiprofissional possibilita abordar todas essas dimensões, com acolhimento, respeito, carinho e segurança. Nesse contexto, a família também é acolhida, recebendo o suporte necessário para enfrentar a codependência química e as dificuldades dessa situação.

A droga G, como visto, é um entorpecente de potencial letal, bastante danoso e perigoso para o indivíduo. Além de gerar complicações psíquicas, ela afeta outras dimensões da vida, como a saúde, a carreira e o relacionamento com familiares e amigos. O tratamento para a dependência química proporciona condições de recuperação da saúde, de reconstrução de laços e de vínculos de confiança e a construção de uma vida mais digna e gratificante. 

Está enfrentando problemas com dependência química ou conhece alguém nessa situação? Veja um case relativo a essa questão e saiba que é possível superá-la com apoio profissional!

2 Comentários em “Conheça os efeitos fatais da droga G”

  • Edilberto Magarotto

    diz:

    Não se vê propagandas do governo na TV sobre os perigos do vício do álcool, cigarro, drogas etc. Tem que haver todos os dias alguns minutos de propaganda nos canais de maior audiência na TV destacando os efeitos dessas drogas, o testemunho de organizações de saúde que tratam de doenças relacionadas com os vícios, como por exemplo as organizações que fazem transplantes de fígado, médicos que tratam de câncer ou doenças relacionadas a fumo e drogas. Isso é fundamental para que pessoas se informarem sobre os riscos que correrão caso iniciem nessas drogas.

    Responder

    • Mônica

      diz:

      Olá Ediberto, a indústria do tabaco e do álcool é muito forte no mundo, infelizmente…

      Responder

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