O haxixe é uma substância que tem efeitos psicoativos significativos e proporciona sensações de relaxamento, euforia e alteração da percepção sensorial quando consumido. No entanto, o uso frequente e excessivo pode resultar em dependência, com sérios riscos à saúde.
A cannabis é, com sobra, a droga ilícita mais cultivada, traficada e abusada, representando metade de todas as apreensões de drogas globalmente. Segundo a OMS, cerca de 147 milhões de pessoas, ou 2,5% da população mundial, consomem cannabis anualmente, em comparação com 0,2% que consomem cocaína e 0,2% que consomem opiáceos.
E pela primeira vez, conforme apontado pelo G1, pesquisa mostra o relato de pessoas que usam maconha, são maiores em relação as que consomem álcool na mesma frequência nos EUA, onde é legal em pelo menos metade dos estados.
Descubra mais sobre os perigos do haxixe e como obter ajuda especializada para uma jornada de recuperação e bem-estar. Neste post, o psicólogo do Hospital Santa Mônica, Antonio Chaves Filho, explora informações essenciais que podem fazer toda a diferença na sua vida. Não perca!
O que é o haxixe?
O haxixe é uma forma concentrada de maconha, derivada da resina da planta Cannabis. Essa resina é produzida a partir do óleo que cobre os brotos da planta, resultando em uma substância que pode ter até 30% de concentração de THC (tetraidrocanabinol), superior à encontrada na maconha tradicional.
Disponível em porções em formato de bolas ou blocos, o haxixe é quebrado em pedaços menores para uso, e consumido principalmente por meio de fumo em cachimbos, bongs ou vaporizadores, ou ingerido ao ser adicionado a alimentos e chás.
Quais os riscos do uso frequente de haxixe?
O consumo frequente de haxixe pode acarretar uma série de problemas tanto para a saúde mental quanto para a física. Isso se deve principalmente à alta concentração de THC, o principal componente psicoativo presente na substância.
O THC age no sistema de recompensa do cérebro, levando à tolerância, o que significa que são necessárias doses crescentes da substância para alcançar os mesmos efeitos, resultando em um padrão compulsivo de uso. A partir daí, surge uma série de riscos associados.
Riscos à saúde mental
O consumo regular de haxixe está associado a um aumento do risco de desenvolvimento de transtornos de ansiedade e depressão. Os usuários frequentes podem experimentar sentimentos de ansiedade, pânico e tristeza persistente, necessitando, em muitos casos, de intervenção médica.
Além disso, há evidências de que o consumo prolongado da substância pode agravar, ou precipitar, transtornos psiquiátricos, especialmente em indivíduos com predisposição genética. Quadros permanentes de esquizofrenia ou episódios de psicose, caracterizados por alucinações, delírios e comportamento desorganizado, podem ser desencadeados pelo uso da substância.
Riscos à saúde física
O hábito de fumar haxixe pode causar irritação nas vias respiratórias, aumentando o risco de desenvolvimento de bronquite crônica e outras doenças respiratórias. Além disso, o THC presente no produto pode aumentar a frequência cardíaca e a pressão arterial, representando um risco adicional para pessoas com condições cardiovasculares preexistentes.
Impacto na vida diária
O uso regular de haxixe pode comprometer as responsabilidades diárias, incluindo o desempenho acadêmico e profissional. A falta de motivação e de objetividade pode ocasionar uma diminuição da produtividade e comprometer o cumprimento de tarefas.
Impacto nos relacionamentos
A dependência de haxixe pode causar tensões e conflitos em relacionamentos pessoais e familiares. Isso porque a compulsão pelo uso pode levar ao isolamento social e à deterioração das relações interpessoais.
Prejuízo à memória e à capacidade cognitiva
O uso de haxixe pode prejudicar a memória de curto prazo e afetar o desempenho cognitivo, incluindo habilidades de tomada de decisão e resolução de problemas.
Chaves reforça que além de um importante déficit de neurotransmissores cerebrais, que tem como consequência a síndrome de animosidade, ou seja, a pessoa não sente mais motivação, desejo ou interesse por nenhum assunto de nenhuma área de sua vida, como se estivesse “vegetando” em seu cotidiano.
O que fazer para parar com o uso do haxixe?
Como qualquer outra forma de dependência, essa também pode ser superada com o tratamento adequado e o suporte necessário. Contudo, parar com o haxixe é um processo desafiador que requer comprometimento e apoio adequado. Aqui estão algumas estratégias e recursos fundamentais para ajudar nesse processo.
Educação e conscientização
É crucial entender os riscos associados ao uso contínuo, sobretudo os impactos negativos na saúde física e mental. Participar de programas educativos que abordam esses riscos pode fornecer uma compreensão mais profunda e incentivar a mudança.
Desenvolvimento de habilidades de enfrentamento
Aprender a lidar com pressões sociais e desenvolver estratégias saudáveis para gerenciar o estresse são componentes essenciais para superar a dependência. Isso pode incluir dizer não de maneira assertiva, praticar técnicas de relaxamento e buscar atividades alternativas prazerosas.
Tratamento da dependência
A terapia cognitivo-comportamental (TCC) é uma abordagem eficaz para tratar a dependência, por ajudar o indivíduo a identificar e modificar padrões de pensamento e comportamento relacionados ao uso da substância. Além disso, o apoio psicológico de um profissional de saúde mental pode ser fundamental para lidar com os desafios da abstinência e prevenir recaídas.
Programas de reabilitação
Em casos de dependência severa, a participação em programas de reabilitação intensiva pode ser necessária. Esses programas oferecem um ambiente estruturado e de apoio, onde os indivíduos podem receber tratamento médico, terapia intensiva e suporte contínuo.
Participar de grupos de suporte, como Narcóticos Anônimos (NA), também pode ser uma parte crucial do processo de recuperação, uma vez que oferecem uma comunidade de apoio e motivação.
Mudança de foco
Estabelecer metas claras e desenvolver novos interesses pode ajudar a manter a motivação e substituir o tempo dedicado ao uso de haxixe por atividades mais saudáveis e gratificantes.
Envolvimento em terapia familiar
Em alguns casos, a terapia familiar pode ser útil para abordar dinâmicas familiares que contribuem para a dependência. Essa terapia pode melhorar a comunicação, resolver conflitos e promover um ambiente de apoio para a recuperação.
Quando procurar ajuda profissional?
Se você identificar o uso frequente de substâncias psicoativas, dificuldade em controlar ou reduzir o consumo, impacto negativo nas responsabilidades diárias ou sintomas de abstinência, é hora de buscar assistência.
A ajuda profissional facilita o processo de recuperação. Além disso, a intervenção precoce pode prevenir complicações mais graves. Tenha uma conversa aberta com um médico, terapeuta ou conselheiro sobre o uso de substâncias psicoativas. Eles podem oferecer suporte, orientação e recursos para superar a dependência.
Não espere até que os problemas se agravem. Procurar ajuda profissional é o primeiro passo para retomar o controle da própria vida e iniciar o caminho rumo à recuperação e ao bem-estar.
Como vimos, o consumo de haxixe traz diversos riscos à saúde física e mental, como problemas respiratórios, transtornos psiquiátricos e comprometimento das atividades diárias, além do potencial para dependência química devido ao alto teor de THC.
Ao reconhecer os sinais de dependência, não hesite em buscar ajuda profissional para superar essa condição. O Hospital Santa Mônica se destaca como uma instituição de referência, oferecendo tratamento especializado e apoio abrangente para aqueles que lutam contra a dependência.
Se você ou alguém que conhece está lutando contra a dependência, entre em contato conosco! Nossa equipe está preparada para oferecer o suporte necessário para a recuperação com segurança e bem-estar.