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Psiquiatria

As grandes síndromes psiquiátricas

As grandes síndromes psiquiátricas

Leia o texto anterior aqui.

As síndromes são conjuntos de sinais e sintomas que se agrupam e tornam possível a elaboração das suspeitas diagnósticas e doenças mentais. Isso é importante ser ressaltado, pois não necessariamente, um sintoma será, de fato, uma doença mental.

Síndromes ansiosas

Podem ser divididas em quadros onde a ansiedade é contínua e permanente e quadros em que são mais abruptas e aparecem em crises:

1.Transtorno de Ansiedade Generalizada

  • Presença de sintomas ansiosos excessivos e presentes de forma duradoura e na maior parte do tempo (pelo menos 6 meses);
  • A pessoa vive angustiada, tensa, nervosa, preocupada;
  • Insônia, dificuldade de relaxar, angústia constante, irritabilidade e dificuldade de concentração podem estar presentes na maioria dos casos;
  • Sintomas físicos presentes também são bastante comuns (dores de cabeça, de estômago, dores musculares, taquicardia, tonturas, formigamentos e sudorese fria…);
  • Todos estes sintomas causam, obrigatoriamente, sofrimento significativo e prejuízos à vida social e ocupacional do indivíduo.
  1. Crises de Ansiedade, Ataques de Pânico e Transtorno do Pânico
  • Quando a ansiedade se manifesta sob a forma de crises intermitentes, onde surgem de forma abrupta, uma variedade de sintomas ansiosos;
  • Associadas às crises agudas de ansiedade pode ou não haver o aparecimento de sintomas constantes de ansiedade;
  • Os ataques de pânico são crises intensas de ansiedade nas quais ocorre uma importante descarga do sistema nervoso autônomo, o que acarreta no aparecimento de taquicardia, suor frio, tremores, desconforto respiratório ou sensação de asfixia, náuseas e formigamentos. Em casos mais intensos o paciente pode ter uma experiência em que sente que está com a cabeça leve, o corpo estranho, a perda de controle e estranhar a si mesmo ou a conhecidos (chama-se este primeiro fenômeno de despersonalização e o segundo de desrealização);
  • As crises são de início abrupto, chegando ao pico em cerca de 5 a 10 minutos e de curta duração (geralmente, não duram mais que 1 hora);
  • Em muitos casos nas crises de pânico ocorre com bastante frequência um medo intenso ou sensação real de se estar tendo um infarto, de morrer ou de perder a sanidade mental;
  • Podem também ser desencadeadas por situações específicas, como: aglomerados humanos, situações onde se fique “preso” (com dificuldades para sair de algum lugar), em congestionamentos de trânsito, supermercados e locais onde há trânsito elevado de pessoas, como em shoppings centers e alguma situação de ameaça.
  • Considera-se transtornos do pânico, apenas quando a crise passa a ocorrer de forma repetida e com o desenvolvimento do pavor de ter uma nova crise, preocupações referentes à ocorrência de novas crises, de ter um ataque cardíaco ou de enlouquer. Atenção: Pelo que já foi pontuado, uma única crise de pânico não dá um diagnóstico de transtorno do pânico, como é fortemente veiculado na mídia ou é trazido até o psiquiatra de forma bastante rotineira. Visto que, a crise de pânico ou ataques de pânico pode ocorrer de formas esparsas e isoladas, não trazendo todos estes prejuízos. Além do fato de que crises súbitas de ansiedade também podem estar presentes em determinadas doenças outras, como a Depressão Maior.
  1. Síndrome Mista de Ansiedade e Depressão

Às vezes temos a coexistência de sintomas depressivos (tristeza, choro, desmotivação, choro) com sintomas ansiosos. Quando não temos como perceber quais das duas sintomatologias é a mais proeminente, não conseguimos dar o diagnóstico de ser um quadro depressivo ou de ansiedade generalizada. É por este motivo que existe uma doença onde há a existência dos dois sintomas, mas em “pesos” iguais chamados Transtorno Misto Ansioso e Depressivo. O que geralmente acontece é que existe o quadro depressivo que acaba por desenvolver sintomas ansiosos e o transtorno ansioso que pode levar a sintomas depressivos, geralmente quando o paciente passa a se sentir triste por perceber as limitações que a ansiedade vem lhe trazendo. Apesar de, na maior parte das vezes o tratamento ser o mesmo, existem, portanto, três definições nosológicas (doenças diferentes):

  1. Transtorno Misto Ansioso e Depressivo: sintomas de depressão na mesma intensidade que os da ansiedade;
  2. Transtorno Depressivo: paciente tem início do quadro com sintomas de tristeza, choro, desânimo e, posteriormente, passa a apresentar sintomas ansiosos; 3. Transtorno de Ansiedade: paciente inicia com sintomas de ansiedade contínuos e, posteriormente, passa a apresentar sintomas de ansiedade.
  3. Síndromes Depressivas
  • Sintomas de tristeza e melancolia;
  • Choro fácil e frequente;
  • Apatia (indiferença afetiva “tanto faz, como tanto fez”);
  • Sentimento de falta de sentimento: “não consigo sentir mais nada”;
  • Sentimento de tédio de aborrecimento crônico;
  • Irritabilidade aumentada (a ruídos, pessoas, vozes, etc);
  • Angústia ou ansiedade;
  • Desespero;
  • Desesperança;
  • Falta de prazer em atividades que antes tinha (Anedonia);
  • Insônia (mais comum) ou hipersonia;
  • Perda (mais comum) ou aumento de apetite;
  • Diminuição na libido (desejo sexual bastante prejudicado;
  • Diminuição da resposta sexual (disfunção erétil, orgasmo retardado ou anorgasmia);
  • Ideação negativa e de culpa;
  • Pessimismo e desesperança;
  • Ruminações com mágoas antigas;
  • Déficit de atenção e concentração;
  • Dificuldade em tomar decisões;
  • Sentimento de autoestima diminuída;
  • Sentimento de incapacidade e insuficiência;
  • Tendência a permanecer na cama o dia todo;
  • Sentimento de vergonha e auto depreciação;
  • Aumento de latência entre as perguntas e as respostas feitas;
  • Fala lenta;
  • Negativismo (mantém-se mais parado do que o normal, recusa dieta);
  • Mutismo;
  • Em casos mais graves: ideias delirantes de conteúdo negativo (delírios de culpa e miséria, de ruína; hipocondríacos, de negação de órgãos, de inexistência), alucinações auditivas com vozes de crítica, repreensão, conteúdos depreciativos, de perseguição) e pensamentos suicidas por desesperança (“não há melhora…não vejo luz no fim do túnel”).

Uma síndrome depressiva pode ser um Transtorno Depressivo, quando se repete ou se instala sem melhora, pode ser uma das fases de Transtorno Afetivo Bipolar, dentre outras patologias.

5.  Síndromes Maníacas

  • Diferente do que realmente é uma mania, que ter o sentido de hábito, a Mania, na psiquiatria, e um estado onde há euforia e elevação do humor e, assim como o a síndrome depressiva, pode representar doenças diversas, sendo a mais comum o Transtorno bipolar do humor.
  • Alegria patológica, euforia e elação do humor;
  • Aceleração de todas as funções mentais (taquipsiquismo);
  • Agitação psicomotora;
  • Exaltação;
  • Pensamento acelerado e discurso também acelerado (logorréia);
  • Atitude sempre alegre, brincalhona ou irritada e arrogante;
  • Aumento da autoestima (o paciente se sente superior, melhor, detentor de dons especiais);
  • Diminuição da necessidade de sono;
  • Loquacidade (produção verbal rápida, fluente e persistente);
  • Pressão para falar (tendência a falar sem parar);
  • Distraibilidade (presta atenção em tudo ao mesmo tempo);
  • Heteroagressividade;
  • Desinibição social e sexual (comportamentos inadequados em seu meio, fala com estranhos);
  • Tendência exagerada a comprar objetos ou a dar seus pertences de forma indiscriminada;
  • Ideias de grandeza, de poder, de importância social;
  • Alucinações por vezes (conteúdo de grandiosidade, sempre positivas). Diretoria Clínica do Hospital Santa Mônica.
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