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Ideação Suicída

Amor pelos k-dramas no Brasil e o desafio do alto índice de suicídio

Uma jornada de contrastes culturais

O fascínio por k-dramas, séries televisivas coreanas, tem experimentado um crescimento exponencial no Brasil, revelando uma conexão cultural única entre os dois países.

Enquanto os brasileiros se entregam às tramas emocionantes, é vital explorar a face mais sombria da Coreia do Sul: o preocupante índice de suicídios.

Os desafios enfrentados na Coreia destaca a complexidade das interações culturais globais e a importância de entendermos as nuances por trás desses fenômenos.

A ascensão dos doramas no Brasil

Nos últimos anos os k-dramas conquistaram o coração dos brasileiros, transcendentemente superando barreiras linguísticas e culturais. A narrativa rica, personagens cativantes e temas universais presentes nesses programas conquistaram uma legião de fãs no Brasil.

Os brasileiros, ao consumirem, não apenas desfrutam de entretenimento, mas também mergulham na riqueza da cultura coreana. A música, a culinária e as tradições refletidas nas produções têm desempenhado um papel significativo na disseminação do amor pela cultura sul-coreana no Brasil.

A explosão dos grupos de K-pop

Paralelamente ao boom dos k-dramas, os grupos de K-pop (grupo de música pop coreana) têm conquistado legiões de fãs no Brasil. Bandas como BTS, BLACKPINK e EXO tornaram-se fenômenos culturais, estabelecendo uma comunicação única com os fãs por meio de shows e das redes sociais.

O K-pop transcende conquista admiradores não apenas pela música cativante, mas também pela coreografia elaborada, moda estilizada e personalidades carismáticas dos artistas.

Os fãs brasileiros expressam seu apoio ativo participando de eventos, comprando produtos e conectando-se online para compartilhar sua paixão por essas estrelas internacionais.

Padrões de beleza

Os padrões de beleza sul-coreanos, a ênfase na pele clara, traços faciais específicos e corpos magros pode impactar a autoestima e gera discussões sobre a aceitação pessoal e a diversidade de beleza.

O diálogo em torno deste assunto está evoluindo, muitos fãs têm promovido a ideia de que a verdadeira beleza está na autenticidade e diversidade. Grupos e comunidades online têm se formado para oferecer apoio mútuo, promovendo a aceitação pessoal e o amor-próprio.

Depressão na Coreia

A depressão é uma condição de saúde mental que afeta pessoas em todo o mundo, independentemente de sua nacionalidade ou cultura. No entanto, a experiência da depressão pode ser influenciada por diversos fatores, incluindo os aspectos culturais de uma sociedade. No contexto coreano, a depressão é uma preocupação crescente que está recebendo mais atenção nos últimos anos.

A sociedade coreana é conhecida por suas pressões sociais, altas expectativas acadêmicas e profissionais, bem como pela importância dada à imagem e ao sucesso. Esses fatores podem contribuir para o aumento dos casos de depressão entre os coreanos. O estigma associado às questões de saúde mental também pode dificultar a busca por ajuda e apoio.

Os altos índices de competitividade na educação e no mercado de trabalho colocam uma carga significativa sobre os indivíduos, levando a altos níveis de estresse e ansiedade. As pressões sociais podem criar um ambiente em que as pessoas se sintam isoladas e incapazes de expressar suas emoções.

A busca por ajuda para a depressão na Coreia muitas vezes esbarra em barreiras culturais. A mentalidade de “poder superar sozinho” é comum, e a ideia de procurar aconselhamento psicológico ainda pode ser vista com desconfiança. No entanto, há uma conscientização crescente sobre a importância da saúde mental, e esforços estão sendo feitos para reduzir o estigma associado a buscar tratamento.

É importante notar que a depressão é uma questão complexa e multifacetada, e as causas variam de pessoa para pessoa. Embora os desafios culturais específicos possam influenciar a experiência da depressão na sociedade coreana, abordar a saúde mental como uma questão global é fundamental para promover o bem-estar de todos, independentemente de sua origem.

A Sombra do Suicídio na Coreia do Sul

Enquanto os doramas brilham nos corações dos brasileiros, a Coreia do Sul enfrenta o desafio do alto índice de suicídios, inúmeras vezes retratados nos dramas.

Este fenômeno complexo tem raízes profundas, incluindo pressões sociais, acadêmicas e profissionais intensas.

O estigma associado à busca de ajuda mental e a falta de conscientização exacerbam a situação.

A indústria do entretenimento, também enfrenta críticas pela pressão que exerce sobre as estrelas, sendo que muitas delas acabam por falecer ainda jovens. Essa pressão, muitas vezes implacável, pode ser um fator de risco para problemas de saúde mental.

Dados sobre suicídio na Coreia

Segundo matéria publicada da BBC News, o país tem a maior taxa de suicídio entre as 38 nações que formam a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).

Estatísticas do governo da Coreia do Sul apontam que 13.352 pessoas tiraram a vida em 2021. O suicídio é a principal causa de morte entre sul-coreanos com idades entre 10 e 39 anos. Mais de duas em cada cinco mortes (43,7%) entre adolescentes são por suicídio. Este número sobe para 56,8% entre aqueles na faixa dos 20 anos e depois cai para 40,6% entre aqueles na faixa dos 30 — geração a que o irmão de Jang pertencia.

O país tem uma taxa de 23,6 mortes por suicídio por 100 mil pessoas, mais que o dobro da média da OCDE de 11,1 mortes.

O governo sul-coreano e organizações não governamentais têm implementado programas e campanhas para aumentar a conscientização sobre a saúde mental e oferecer suporte às pessoas que enfrentam depressão.

Além disso, a mídia tem desempenhado um papel crucial na destigmatização da depressão, destacando histórias de superação e promovendo a compreensão sobre a importância do apoio emocional.

Recentemente, o governo anunciou um plano de cinco anos para prevenir suicídios com o objetivo de reduzir a taxa em 30%. Este objetivo é significativo porque, se o governo for bem-sucedido, deixará de ser classificado como o país com a maior taxa de suicídio na OCDE.

Reflexões sobre a Conexão Cultural

Enquanto os brasileiros apreciam como uma janela para a cultura sul-coreana, é crucial reconhecer que a realidade social e mental na Coreia vai além das telas.

O diálogo sobre saúde mental e o desenvolvimento de estratégias de prevenção são cruciais para abordar o problema do suicídio na Coreia do Sul. Ao mesmo tempo, os fãs no Brasil podem aproveitar essa paixão para promover uma compreensão mais profunda da realidade, incentivando discussões conscientes sobre as complexidades culturais.

Através da empatia, diálogo e conscientização, podemos transformar essa jornada de contraste cultural em uma oportunidade para a compreensão e a mudança positiva.

2 Comentários em “Amor pelos k-dramas no Brasil e o desafio do alto índice de suicídio”

  • Camila

    diz:

    Minha filha de 12 anos era apaixonada por k-dramas, em um dia comum ela caiu do sexto andar do prédio, não sabemos o que e nem como aconteceu. Mas o consumo de cultura coreana sempre me assusta. Fico pensando que ela pode ter alguma influencia no que aconteceu lá.

    Responder

    • Olá Camila
      Sinto muito pela tragédia que sua família enfrentou. É completamente compreensível que você esteja buscando respostas sobre o que aconteceu. A perda de um ente querido em circunstâncias tão inexplicáveis deixa muitas perguntas e uma sensação de impotência. Vou tentar esclarecer suas preocupações sobre a influência dos k-dramas e da cultura coreana de forma geral.

      1. O Impacto de K-Dramas e Cultura Coreana
      Os k-dramas e a cultura pop coreana, em geral, são extremamente populares entre muitos adolescentes ao redor do mundo, incluindo o Brasil. Muitas vezes, esses programas oferecem histórias emocionantes, com personagens profundos e enredos envolventes. Embora haja uma grande variedade de temas abordados nos k-dramas (desde romances até questões familiares e sociais), é importante destacar que, na maioria das vezes, esses conteúdos não têm como objetivo influenciar comportamentos extremos.

      Emoções e Identificação: A identificação com personagens ou histórias em k-dramas pode afetar profundamente a forma como os adolescentes percebem o mundo, especialmente se estão passando por dificuldades emocionais. Isso não significa que os dramas em si sejam prejudiciais, mas pode ser um reflexo de um momento de vulnerabilidade emocional na vida dela.

      Normas Sociais e Expectativas: É verdade que alguns dramas podem retratar questões complexas, como pressão social, problemas de saúde mental ou até suicídio, o que pode gerar discussões importantes sobre essas questões. Contudo, não há um vínculo direto entre assistir a k-dramas e comportamento suicida. Se sua filha estava lidando com algum problema emocional não expresso, isso pode ter influenciado suas escolhas ou o modo como reagia a situações difíceis.

      2. Possíveis Fatores de Risco
      Em muitos casos de suicídio juvenil ou acidentes, é essencial olhar para outros fatores que podem ter contribuído para a situação. A saúde mental de jovens é algo delicado, e muitos fatores podem influenciar comportamentos impulsivos ou de risco.

      Transtornos de saúde mental: Se sua filha estava lidando com questões como depressão, ansiedade ou pressão social, esses fatores podem ter sido mais determinantes do que o consumo de conteúdo cultural em si. Adolescentes muitas vezes têm dificuldade em expressar o que estão sentindo e podem buscar uma fuga, seja em filmes, jogos, música ou outras formas de entretenimento.

      Influência de amigos ou grupo social: É possível que as interações com amigos ou o ambiente escolar também tivessem impacto em sua saúde emocional. O bullying, a pressão por se encaixar ou até o consumo de conteúdo relacionado a tragédias ou mortes em redes sociais pode ser um agravante.

      Falta de comunicação e sinais de alerta: Em muitos casos, os adolescentes não conseguem comunicar suas angústias de forma clara, ou podem mascarar o que estão sentindo com um comportamento aparentemente normal. O consumo excessivo de conteúdo, como k-dramas, pode ser uma forma de esconder problemas emocionais profundos.

      3. A Busca por Explicações
      É natural que você queira entender o que pode ter levado sua filha a uma situação tão trágica e inesperada. A perda de um filho em circunstâncias inexplicáveis pode gerar muitos questionamentos. Porém, é importante ter em mente que não há uma causa única ou simples para eventos tão complexos.

      Conversar com um profissional de saúde mental pode ser útil para entender melhor como fatores psicológicos podem influenciar comportamentos de risco. Além disso, procurar apoio psicológico para você e sua família pode ser essencial para lidar com o luto e com a carga emocional de uma tragédia como essa.

      4. O Papel dos K-Dramas
      Os k-dramas, por si só, não devem ser vistos como responsáveis por comportamentos extremos, mas, em um contexto onde um adolescente já possa estar enfrentando problemas emocionais, alguns temas presentes nesses dramas podem ressoar de maneira mais forte. Entender o conteúdo que ela consumia pode ser um ponto de partida para compreender melhor suas emoções e o que ela estava vivenciando internamente, mas isso não deve ser considerado a causa principal do que aconteceu.

      Conclusão
      Embora o consumo de k-dramas possa ter sido um elemento na vida da sua filha, é improvável que tenha sido o único fator que contribuiu para a tragédia. A perda de um filho é uma dor imensa, e é importante lembrar que fatores emocionais, psicológicos e sociais mais amplos podem ter desempenhado um papel. Buscar apoio psicológico e conversar sobre o que aconteceu com profissionais especializados pode ajudar a dar sentido a essa situação difícil e auxiliar na sua própria recuperação emocional.

      Lembre-se de que você não está sozinha, e buscar apoio é fundamental nesse momento tão doloroso.

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