Não é difícil encontrar pessoas que conhecem outras que costumar ser muito irritadas ou só enxergam o lado negativo em tudo que fazem. Mas ela por estar sofrendo de um transtorno conhecido por distimia, tipo de depressão crônica, contudo de forma moderada na sua intensidade. A doença é marcada, principalmente, pelo mau humor constante, diferente da forma convencional da depressão. Os portadores do transtorno têm dificuldade de relacionamento e apresentam baixa autoestima.
O principal sintoma da patologia é a irritabilidade, além disso, estão associados à doença o mau humor, desânimo, tristeza, predominância de pensamentos negativos, alterações do apetite e do sono, falta de energia para agir, isolamento social e tendência ao uso de drogas lícitas, ilícitas e tranquilizantes. O médico psiquiatra Assis Santos Rocha, afirma que além dos sintomas supracitados a pessoa ainda tem dificuldade de concentração e nas relações interpessoais, além da redução da atividade psicomotora. “A distimia se caracteriza como uma depressão mais leve, porém de longa duração. Para uma pessoa ser diagnosticada com a doença, ela deve apresentar os sintomas por no mínimo dois anos. A pessoa fica comprometida para realizar atividades domésticas e no trabalho, mas não a incapacita de realizá-la, como na depressão”, esclareceu.
As pessoas acometidas pela patologia apresentam um humor deprimido, que consiste, no quadro de irritação e mau humor durante longos períodos. O psiquiatra diz que muitas vezes por falta de conhecimento as pessoas que são portadoras da distimia são taxadas como intolerante ou mal humorada. Contudo, é preciso que, os familiares e amigos ajudem essas pessoas reconhecendo a doença, ao perceber o longo período em que apresentam os sintomas. Especialistas afirmam que quem vive em situações de estresse excessivo apresenta maior risco de desenvolver o transtorno.
Profissionais que trabalham na área da saúde, policiais, professores e outras que estejam em constante condições de estresse estão na lista. O tratamento acontece à base de medicamentos indicados por psiquiatras e através de terapia específica para tratar da doença, além de mudanças no estilo de vida.
Transtorno pode acometer crianças e idosos
“No caso da criança e adolescente é preciso que apresentem os sintomas, por no mínimo um ano. Nessas pessoas ela se manifesta principalmente pela irritabilidade e euforia, mas para realizar o diagnóstico em todas as idades é preciso excluir uma causa física como, por exemplo, problema de tireoide e uso de drogas”, pondera o médico. Ele acrescenta ainda que a distimia também pode acometer pessoas na terceira idade e que não se pode atribuir o envelhecimento e as queixas do idoso como características da idade.
Fugir do estresse é alternativa
O estresse se instala de tal maneira que quando se percebe alguns cuidados precisam ser tomados. Para a psicóloga Maria Joceirla Barbosa, é necessário adotar atitudes que favoreçam o bem-estar do indivíduo. Ela cita que reservar um tempo para fazer as atividades prazerosas, como uma atividade física, leituras, lazer em geral e até mesmo uso de terapia, é preciso para se desligar um pouco da rotina diária e conseguir driblar a crise do estresse. “Para garantir um humor saudável é importante ter uma amplitude de visão de onde você se coloca no ponto em que o mundo não gira a seu favor, geralmente as pessoas trazem para si alguns fatores do cotidiano que as deixam a mercê da situação, porém se deve analisar antes de tomar qualquer conduta. Algumas medidas como não criar expectativa demais, saber lidar com as perdas e procurar terapia são boas saídas para atingir uma vida mais plena”, declarou.