Para a saúde feminina é primordial trabalhar o bem-estar mental e emocional em cada fase da vida. Muitos momentos são delicados nesse sentido, mas a relação entre menopausa e depressão demonstra que essa etapa precisa de especial atenção.
Afinal, as mudanças hormonais do climatério associadas aos cenários sociais, econômicos e culturais que as mulheres podem enfrentar, tendem a criar um contexto para o desenvolvimento do quadro depressivo.
Veja o que está por trás disso e muito mais!
Climatério e menopausa
Via de regra, falar de menopausa e depressão exige compreender a diferença da primeira para o climatério. Afinal, esses conceitos por vezes se misturam e se confundem. Entenda melhor!
Diferença entre menopausa e climatério
Ao contrário do que muitos costumam pensar, a menopausa se refere apenas à última menstruação. Logo, trata-se da interrupção definitiva dos ciclos reprodutivos e de seus sinais.
Já o climatério é o período em que ocorre a transição entre a vida fértil e a fase posterior a isso. Assim, durante essa etapa de mudança, os fluxos podem variar de hemorragias a sangramentos menos intensos que os habituais e apresentarem oscilação na frequência.
Depressão e mudanças hormonais no climatério
A relação entre menopausa e depressão tem tudo a ver com mudanças hormonais que ocorrem no climatério. Nesse processo de transição, a produção dessas substâncias químicas cai, reduzindo os efeitos delas sobre o sistema nervoso central.
Basicamente, com menos estrogênio, há uma diminuição na serotonina. Já a minimização da progesterona, significa que o mesmo ocorre com a alopregnanolona e sua capacidade antidepressiva. Isso gera um desequilíbrio que pode ser visto em sintomas como:
- irritabilidade;
- problemas para dormir;
- oscilações no humor.
Fatores de risco da depressão na menopausa
Ainda que a questão hormonal seja um fator central para definir a relação entre menopausa e depressão, não é o único. Descubra o que mais influencia para o desenvolvimento de um quadro depressivo nessa fase da vida da mulher!
Condição socioeconômica
As mulheres são o grupo que tem maior prevalência de quadro depressivos — 20% frente 12% entre os homens, de acordo com o Ministério da Saúde. Além do fisiológico, o contexto socioeconômico tangencia essa realidade, dando ênfase a ligação entre menopausa e depressão.
Historicamente, elas têm salários menores — em 2024 eram 19,4% a menos que indivíduos do sexo masculino, segundo o 1º Relatório de Transparência Salarial. Isso contribui para gerar uma insegurança financeira na maturidade. Afinal, o climatério tende a ocorrer após os 45 anos.
Tal cenário é agravado por outras vulnerabilidades. Um exemplo é a maior dificuldade de conseguir emprego nessa faixa etária. Fatores como raça, classe social, escolaridade, regionalidade etc. também fazem parte desse panorama, impactando a saúde mental feminina.
Quadro psicossocial
Ainda que possa ser relacionado a condição socioeconômica, o quadro psicossocial consiste em fatores individualizados que também estão por trás da correlação entre menopausa e depressão.
Nesse contexto, o suporte e a rede de apoio que a mulher tem para lidar com estressores, mudanças ou dificuldades de todos os níveis que sirvam de gatilho para o desenvolvimento de um transtorno depressivo é o que mais se alinha à questão anterior. Todavia, há outros elementos que fazem parte desse grupo:
- personalidade;
- histórico de exposição a situações estressantes e traumáticas;
- hábitos — tabagismo, sedentarismo, má alimentação etc.
Aspectos biológicos
Já os aspectos biológicos vão muito além das mudanças hormonais do climatério, para criar a conjuntura que permite uma ligação entre menopausa e depressão. Esses elementos podem se relacionar com os hábitos, como a obesidade.
A genética também entra nesse grupo, haja vista que existem estudos que avaliam essa questão como um fator para a maior susceptibilidade a quadros depressivos. Ainda, cabe perceber que nessa fase da vida a saúde em geral é mais afetada devido ao envelhecimento, havendo um aumento na presença de certas doenças que, por si só, são situações estressantes.
O maior risco de desenvolver câncer depois de 50 anos entra nisso. Segundo a Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia trata-se de uma chance 11 vezes maior. A SBGG ainda aponta que 60% ocorrem em quem tem mais de 60 anos.
Sintomas aos quais prestar atenção
Com a irregularidade da menstruação, sintomas como ondas de calor ou fogachos, alteração no fluxo urinário, mudanças ginecológicas e sexuais — como redução da libido e ressecamento vaginal surgem, indicando o início do climatério.
Os efeitos dos hormônios ainda geram um enfraquecimento no sistema osteomuscular, na pele, unhas e cabelo, além de uma redistribuição da gordura corporal, começando processos geralmente percebidos como parte do envelhecimento.
A isso se somam as transformações cognitivas — afetando memória e concentração —, comportamentais — como insônia, falta de energia e cansaço — e emocionais, incluindo:
- instabilidade e irritabilidade;
- descontrole e sensibilidade;
- melancolia e mau-humor prolongado.
Esse conjunto sintomático demanda especial atenção para que se consiga identificar se eles são unicamente decorrentes da menopausa ou se representam o começo da depressão. Nesse caso, podem estar associados com:
- tristeza;
- culpa;
- desvalorização;
- desinteresse;
- angústia;
- apatia;
- indiferença.
Ademais, pessoas depressivas estão sujeitas a problemas digestivos, apetite aumentado ou minimizado, ganho ou perda de peso e sonolência. Isto é, fenômenos que tendem a parecer consequências de outros pontos característicos dessa fase do ciclo de saúde da mulher citados.
Opções de tratamento
Em geral, em quadros decorrentes da relação entre menopausa e depressão, é preciso agir em duas frentes. A primeira envolve um tratamento hormonal para reduzir os sintomas e efeitos do climatério.
De forma complementar, psicoterapia e o uso de antidepressivos são aplicados para responder pela questão emocional. Também é possível encontrar prescrições de apenas uma ou outra abordagem, cabendo uma avaliação do médico.
Alguns contextos mais graves podem exigir intervenções mais longas e, até mesmo, a internação da paciente. Portanto, é imprescindível contar com o apoio de uma instituição especializada como o Hospital Santa Mônica. Saiba mais!
Conte com o Hospital Santa Mônica
A estrutura do Hospital Santa Mônica é referência quando o assunto é psiquiatria, foi o primeiro hospital psiquiátrico privado do Estado de São Paulo acreditado pela ONA desde 2018. E, em 2023, recebeu a acreditação nível ONA 3 que atesta os padrões de excelência em gestão, qualidade e segurança do paciente.
Nosso corpo médico e de apoio se soma a 270 leitos, espaços clínicos ou de internações. Além disso, disponibilizamos áreas de beleza, esporte e convivência, cujos usos incluem atividades físicas e artísticas com fins terapêuticos.
Menopausa e depressão tem uma relação estreita que demanda a investigação dos sintomas do climatério para definir se um quadro depressivo está surgindo das mudanças hormonais do período. Assim, vale conhecer fatores de risco e tratamentos.
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