A Esquizofrenia é uma doença mental crônica, que não tem cura e deve ser tratada durante toda a vida do paciente para melhorar a sua qualidade de vida. O esquizofrênico tem dificuldades em interpretar a realidade e discernir o que é real e o que não é. Os sintomas da doença, além de prejudicar as relações interpessoais do paciente, também podem limitar a sua capacidade de executar atividades cotidianas.
Existem cinco tipos de Esquizofrenia, que se diferenciam pela natureza e pela intensidade dos seus sintomas. Essa classificação pode ajudar os profissionais da saúde no diagnóstico e no tratamento da doença.
Neste artigo, você vai conhecer os tipos de esquizofrenia e saber como ajudar alguém que sofre com esse distúrbio. Continue conosco!
O que é Esquizofrenia?
A Esquizofrenia é uma doença grave, que afeta dois milhões e meio de brasileiros que apresentam algum transtorno mental grave ligado à esquizofrenia e que, em algum momento, podem precisar de um hospital psiquiátrico e cerca de 100 milhões de pessoas em todo o mundo, o que corresponde a, aproximadamente, 1% da população.
Entre os seus principais sintomas, estão alucinações, delírios, pensamentos incoerentes, dificuldade para expressar emoções, baixo funcionamento intelectual e agitação corporal. É comum que o esquizofrênico tenha percepções e reações desajustadas da realidade e, por isso, abandone as suas atividades de rotina e pare de demonstrar sentimentos compatíveis com os acontecimentos da sua vida. O paciente também pode sofrer com ideias de perseguição.
A causa exata da esquizofrenia ainda é desconhecida na medicina, mas alguns estudos indicam que o desenvolvimento da doença está ligado a uma falha na produção de um neurotransmissor chamado dopamina, que molda comportamentos e emoções.
A esquizofrenia em crianças é rara e é tipicamente diagnosticada no final da adolescência ou início dos 20 anos para homens e final dos 20 ou início dos 30 anos nas mulheres. Não existe um exame específico para o seu diagnóstico, que é feito por meio de avaliações físicas e psiquiátricas. É muito importante que esse procedimento seja feito por um especialista em psiquiatria.
Quais são os principais subtipos de Esquizofrenia?
Embora os subtipos não existam mais como distúrbios clínicos separados, eles ainda podem ser úteis como especificadores e para o planejamento do tratamento, pois se baseiam na predominância dos sintomas apresentados por um paciente durante a sua avaliação médica. É importante ter em mente, no entanto, que a manifestação de sintomas é um processo fluido e, por isso, o tipo de Esquizofrenia de uma pessoa pode mudar durante o curso da doença. Os cinco subtipos clássicos são:
- paranoide;
- catatônica;
- hebefrênica;
- residual;
- indiferenciada.
Esquizofrenia paranoide
Os principais sintomas desse tipo de Esquizofrenia são as alucinações, delírios, sensação de perseguição e pensamentos sobre conspirações. Normalmente, as alucinações e os delírios giram em torno do mesmo tema e se mantêm consistentes ao longo do tempo.
O esquizofrênico paranoide também pode apresentar fala e escrita confusas, alterações no humor, mudanças na personalidade e desinteresse com a vida social, o que pode resultar em isolamento social.
Os pacientes, no entanto, nem sempre têm dificuldades em manter as suas atividades de rotina e relacionamentos estáveis com outras pessoas. As razões para isso ainda não são claras, mas é possível que uma das causas seja o fato de que os sintomas desse tipo costumam se manifestar mais tarde, quando a pessoa já conseguiu se estabelecer pessoal e profissionalmente.
Esquizofrenia catatônica
Embora a esquizofrenia catatônica fosse um subtipo na edição anterior do DSM, foi argumentado no passado que a catatonia deveria ser mais um especificador. Isso ocorre porque ocorre em uma variedade de condições psiquiátricas e condições médicas gerais.
Geralmente se apresenta como imobilidade, mas também pode se parecer com:
- comportamento de imitação;
- mutismo;
- uma condição de estupor.
Os sintomas predominantes nesse tipo da doença são os distúrbios do movimento. Os esquizofrênicos catatônicos podem apresentar considerável redução na execução de movimentos corporais, a ponto de a movimentação voluntária cessar completamente. Em outros casos, pode acontecer o contrário, quando os movimentos aumentam drasticamente.
Os pacientes também podem apresentar resistência para mudar a sua própria aparência, fazer movimentos repetitivos, deixar de participar de atividades produtivas na sua rotina e passar horas parados na mesma posição. Outros sintomas associados à esquizofrenia catatônica são o hábito de repetir as falas de outras pessoas ou imitar seus movimentos.
Esquizofrenia hebefrênica
A Esquizofrenia hebefrênica, também chamada de desorganizada, é caracterizada por um comportamento mais infantil, com respostas emocionais inadequadas e pensamentos incoerentes. Nesse tipo, as alucinações e os delírios são menos comuns, apesar de não serem sintomas excluídos dessa classificação.
Os esquizofrênicos hebefrênicos têm dificuldade em seguir processos e organizar pensamentos. Isso pode prejudicar a execução de tarefas simples de rotina, como escovar os dentes, tomar banho ou vestir-se. Esses pacientes também têm dificuldade em expressar sentimentos e comunicar-se, podem parecer emocionalmente instáveis e ter reações inapropriadas em diversas situações.
Esquizofrenia residual
Esse tipo de Esquizofrenia é diagnosticado quando o paciente já não apresenta nenhum sintoma proeminente ou quando eles aparecem em baixa intensidade. Algumas alucinações e delírios ainda podem estar presentes, mas as suas manifestações costumam ser menos frequentes do que em fases anteriores da doença.
Esquizofrenia indiferenciada
Quando um paciente tem sintomas de Esquizofrenia que ainda não estão completamente formados ou não são suficientemente específicos para serem classificados como nenhum dos outros tipos da doença, ele é classificado como esquizofrênico indiferenciado. Nesses casos, os sintomas podem variar em intensidade e frequência, causando incerteza na classificação exata da doença.
Entretanto, é preciso lembrar que os tipos de Esquizofrenia podem variar ao longo da vida de um paciente. Por isso, quem é diagnosticado com Esquizofrenia indiferenciada pode, com a evolução do quadro, ter o seu caso encaixado em outra categoria depois de algum tempo.
Esquizofrenia Infantil
A Esquizofrenia Infantil não é um subtipo, mas sim usada para se referir ao momento do diagnóstico. Um diagnóstico em crianças é bastante incomum.
Quando ocorre, pode ser grave. A esquizofrenia de início precoce geralmente ocorre entre as idades de 13 e 18 anos. Um diagnóstico com menos de 13 anos é considerado de início muito precoce e é extremamente raro .
Os sintomas em crianças muito pequenas são semelhantes aos de distúrbios do desenvolvimento, como autismo e transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH). Esses sintomas podem incluir:
- Atrasos de linguagem;
- engatinhar ou andar atrasado ou incomum;
- movimentos motores anormais.
É importante descartar problemas de desenvolvimento ao considerar um diagnóstico de esquizofrenia de início muito precoce.
Os sintomas em crianças mais velhas e adolescentes incluem:
- retraimento social;
- interrupções do sono;
- desempenho escolar prejudicado;
- irritabilidade;
- comportamento estranho;
- uso de substâncias.
Indivíduos mais jovens são menos propensos a ter delírios, mas são mais propensos a ter alucinações. À medida que os adolescentes envelhecem, geralmente surgem sintomas mais típicos de esquizofrenia, como os dos adultos.
É importante que um psiquiatra infantojuvenil faça um diagnóstico de esquizofrenia infantil, porque é muito raro. É crucial descartar qualquer outra condição, incluindo o uso de substâncias ou um problema médico orgânico.
Geralmente envolve uma combinação de tratamentos como:
- medicamentos;
- terapias;
- treinamento de habilidades;
- hospitalização, se necessário.
Condições relacionadas à esquizofrenia
Transtorno Esquizoafetivo
O transtorno esquizoafetivo é uma condição separada e diferente da esquizofrenia, mas às vezes é confundida com ela. Este transtorno tem elementos de esquizofrenia e transtornos de humor.
A psicose – que envolve uma perda de contato com a realidade – é frequentemente um componente. Os transtornos de humor podem incluir mania ou depressão.
O transtorno esquizoafetivo é ainda classificado em subtipos com base no fato de uma pessoa ter apenas episódios depressivos ou se também tiver episódios maníacos com ou sem depressão. Os sintomas podem incluir:
- pensamentos paranoicos;
- delírios ou alucinações;
- dificuldade de concentração;
- depressão;
- hiperatividade ou mania;
- má higiene pessoal;
- distúrbio do apetite;
- interrupções do sono;
- retraimento social;
- pensamento ou comportamento desorganizado.
O diagnóstico geralmente é feito através de um exame físico completo, entrevista e avaliação psiquiátrica. É importante descartar quaisquer condições médicas ou outras doenças mentais, como transtorno bipolar. Os tratamentos incluem:
- medicamentos;
- terapia em grupo ou individual.
Outras condições relacionadas
Outras condições relacionadas à esquizofrenia incluem:
- transtorno delirante
- transtorno psicótico breve
- transtorno esquizofreniforme
Como é o tratamento contra a Esquizofrenia?
O tratamento contra Esquizofrenia envolve um conjunto de medidas para amenizar os sintomas e melhorar a qualidade de vida do paciente. Para um tratamento mais efetivo, é importante que o diagnóstico seja feito precocemente por um médico psiquiatra.
As medidas para tratar a doença podem incluir o uso de medicamentos, psicoterapia e hospitalização, caso seja necessário. O principal ponto do tratamento é a administração de remédios antipsicóticos. Eles devem ser usados de forma contínua, sempre sob prescrição psiquiátrica, com o objetivo de melhorar as crises e diminuir os sintomas.
Já a psicoterapia tem o intuito de ajudar o paciente em suas relações sociais e restabelecer seus pensamentos e respostas emocionais. Essa etapa pode ser feita de maneira individual ou em grupo. A hospitalização, por sua vez, nem sempre é necessária.
Para saber quando internar o paciente esquizofrênico, é necessário observar a evolução do quadro. Se as outras medidas se mostrarem ineficazes ou se o paciente apresentar crises graves ou sintomas severos, que comprometam o seu julgamento, a sua segurança ou a sua saúde, a internação é a melhor opção.
O Hospital Santa Mônica se dedica há mais de 50 anos ao tratamento de doenças psiquiátricas e tem uma estrutura completa para que o paciente passe por qualquer uma das etapas do tratamento de maneira confortável e assistido por profissionais especializados.
Se, depois de conhecer os tipos de Esquizofrenia, você achar que precisa ajudar alguém com a doença, entre em contato conosco. Estamos disponíveis para tirar dúvidas e orientá-lo.
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