A alta incidência da Síndrome de Burnout em médicos revela que o cotidiano dos profissionais da saúde pode levar ao esgotamento físico e emocional. Esse estado de exaustão intensa está diretamente ligado a situações de trabalho desafiadoras, estressantes, competitivas e de grande responsabilidade.
Uma pesquisa realizada pelo Medscape indica que 26% dos médicos brasileiros sofrem de Síndrome de Burnout; desses, 13% cogitam abandonar a medicina devido à gravidade dos sintomas. A baixa remuneração e a carga horária excessiva foram apontadas pelos entrevistados como os principais fatores de insatisfação e desgaste.
Para Carlos Eduardo Zacharias, diretor clínico do Hospital Santa Mônica, a sobrecarga de pacientes atendidos, as frustrações devido a casos sem êxito e as solicitações a todo momento e em qualquer lugar são outros motivos que levam ao esgotamento dos profissionais da área da saúde.
Por ser um fenômeno ocupacional que influencia o estado de saúde da população economicamente ativa, a Organização Mundial da Saúde (OMS) incluiu uma descrição detalhada da Síndrome de Burnout na décima primeira edição da Classificação Internacional de Doenças (CID-11).
Neste artigo, esclarecemos dúvidas sobre esse distúrbio psíquico relacionado ao estresse crônico no trabalho e os perigos de sua grande prevalência em médicos. Confira!
Quais os sintomas da Síndrome de Burnout?
A Síndrome de Burnout é caracterizada principalmente pelo esgotamento físico e emocional, que traz prejuízos significativos tanto para a vida profissional quanto pessoal do indivíduo. Além desse sintoma, outros aspectos devem ser observados, como:
- despersonalização;
- ceticismo;
- distanciamento afetivo;
- isolamento social;
- mudanças repentinas de humor;
- insônia;
- fadiga;
- perda de apetite;
- baixo desempenho;
- ausências frequentes no trabalho;
- dificuldade de concentração;
- irritabilidade;
- dores de cabeça;
- lapsos de memória.
Quem tem essa síndrome pode ainda desenvolver problemas de saúde como pressão alta, doenças cardíacas, enfraquecimento do sistema imunológico, dores musculares, distúrbios gastrointestinais, depressão, ansiedade e abuso de álcool e drogas.
Quais os riscos da Síndrome de Burnout em médicos?
Uma rotina de trabalho estressante e agitada pode afetar a saúde física e mental de médicos, colocando em risco não só a vida do próprio profissional como também a de terceiros. Desse modo, a Síndrome de Burnout costuma ter reflexos negativos na carreira e na relação médico-paciente.
De acordo com um artigo publicado no periódico Mayo Clinic Proceedings, os médicos com Síndrome de Burnout estão mais propensos a cometer erros graves no exercício da profissão, como erro de avaliação e de diagnóstico. Isso mostra a importância de buscar apoio e orientação de especialistas para iniciar o tratamento.
O diretor clínico do Hospital Santa Mônica considera que a tecnologia da informação instantânea, com o uso de celulares, redes sociais e aplicativos, também está relacionada à jornada incessante de trabalho, além de causar mal entendidos e troca de informações equivocadas.
“Os profissionais ficam ‘ligados’ 24 horas por dia, 7 dias por semana, todas as semanas do mês e todos os meses do ano. Por isso, atendimentos e orientações por telefone ou outros programas de comunicação devem ser evitados”, ressalta o médico.
Como prevenir e tratar a Síndrome de Burnout?
A melhor forma de prevenir a Síndrome de Burnout é encontrar o equilíbrio entre vida profissional e pessoal, de modo a desacelerar no trabalho e incluir momentos de lazer, autoconhecimento e descanso na rotina. É importante também realizar atividades físicas regulares e manter hábitos alimentares saudáveis.
Segundo o doutor Zacharias, “ganhamos tempo em comunicação e perdemos em privacidade, lazer, descanso e até mesmo em convivência familiar”. Desse modo, a “chama pode se apagar”, fazendo com que muitos médicos desistam da profissão pela dificuldade de se adaptar.
Fazer mudanças no ambiente de trabalho é mais uma recomendação para quem está começando a perceber sinais de desgaste físico e emocional. Todo profissional precisa tentar compreender suas limitações e buscar ajuda quando necessário.
O tratamento desse distúrbio psíquico geralmente é realizado com psicoterapia. Porém, em alguns casos, pode ser necessário o uso de medicamentos, como antidepressivos e ansiolíticos. Vale ressaltar que a autoprescrição médica não é recomendada, devido à importância de uma avaliação de uma equipe multidisciplinar especializada.
Este artigo ajudou você a entender melhor sobre a Síndrome de Burnout em médicos? Então, entre em contato com o Hospital Santa Mônica para esclarecer outras dúvidas e conhecer nossos tratamentos para recuperação física e mental.