O Hospital Santa Mônica que é referência em saúde mental infantojuvenil e adultos e dependência química, realiza já desde 2019, o procedimento de Eletroconvulsoterapia para pacientes internados e ambulatorialmente.
A eletroconvulsoterapia (ECT), é um procedimento usado para tratar certas condições psiquiátricas. Envolve a passagem de uma corrente elétrica cuidadosamente controlada através do cérebro, que afeta a atividade cerebral e visa aliviar sintomas depressivos e psicóticos graves. A técnica promove uma reorganização do cérebro por meio do equilíbrio e da liberação desses neurotransmissores.
Segundo a psiquiatra Dra. Hianna Honorato Moreira de Oliveira, do Hospital Santa Mônica, responsável pela realização do procedimento, “ECT é segura e eficaz. Pode aliviar os sintomas das formas mais graves de depressão e outros transtornos de humor de modo mais rápido e eficaz que apenas com medicações.”
Para o diretor clínico do Hospital, o psiquiatra Carlos Eduardo Kerbeg Zacharias, “Estamos tentando disponibilizar a maior parte dos tratamentos eficazes e aprovados pelo CFM – Conselho Federal de Medicina para que os nossos pacientes possam ter o melhor tratamento sem necessitarem sair do Hospital Santa Mônica, durante o processo de internação.”
Indicação
• Depressão refratária (quando os remédios não surtiram efeito);
• Depressão recorrente (mais de um episódio depressivo);
• Depressão grave com sintomas psicóticos (alucinações ou delírios);
• Depressão com risco de suicídio;
• Transtorno bipolar (fase depressiva grave com ou sem sintomas psicóticos e mania agitada);
• Esquizofrenia refratária;
• Quadros de catatonia;
• Transtornos mentais na gravidez, como transtornos psicóticos, depressão e bipolar;
• Pacientes que não toleram efeitos colaterais de medicações;
• Mania/euforia e seus subtipos;
• Esquizofrenia e outras psicoses funcionais resistentes ao uso de antipsicóticos;
• Transtorno obsessivo compulsivo (TOC);
• Epilepsia refratária e transtornos mentais em epilépticos;
• Síndrome neuroléptica maligna;
• Doença de Parkinson (há melhora dos sintomas extrapiramidais e depressivos).
Indicação de tratamento com ECT nos quadros de:
• Risco iminente de suicídio;
• Quando há necessidade de acelerar a resposta antidepressiva;
• Desnutrição que põe em risco a vida do paciente;
• Presença de sintomas catatônicos;
• Presença de sintomas psicóticos graves.
A ECT é usada para o tratamento rápido de pacientes com transtorno de humor, com restrição medicamentosa ou que necessitem de resposta rápida, sintomas depressivos, maníacos ou psicóticos graves (por exemplo, catatonia) e esquizofrenia. Pode ser usado quando a situação é considerada em que existe o risco de suicídio ou após o fracasso de todas as outras opções de tratamento.
Antes do procedimento de ECT, a pessoa recebe uma anestesia geral e um relaxante muscular. Os eletrodos são colocados em um (unilateral) ou em ambos os lados (bilateral) do couro cabeludo e uma pequena corrente elétrica é passada entre eles até que ocorra uma breve convulsão generalizada. A pessoa não sente nada devido ao anestésico e não convulsiona devido ao relaxante muscular.
Normalmente, os tratamentos são administrados de duas a três vezes por semana durante três a seis semanas, embora o curso exato do tratamento depende da natureza da doença e da resposta da pessoa ao tratamento. A pessoa deve ser reavaliada após cada sessão de ECT.
Geralmente, o paciente pode retornar às atividades normais algumas horas após o procedimento. No entanto, algumas pessoas podem ser aconselhadas a não voltar ao trabalho, tomar decisões importantes ou dirigir até uma a duas semanas após a última ECT em uma série, ou por pelo menos 24 horas após um único tratamento durante a terapia de manutenção. A retomada das atividades depende de quando a perda de memória e a confusão foram resolvidas.
A ECT tem índices de eficácia que chegam a 90%. Além disso, estudos demonstram sua superioridade em relação a tratamentos com medicamentos, que apresentam eficácia entre 60 e 70%. Nos casos de episódios depressivos primários, ou seja, onde há ausência de transtornos mentais associados e ausência de doenças físicas, a taxa de remissão é estimada entre 80 e 90%. A ECT é um tratamento que pode ter resposta rápida (em geral, após oito aplicações).
Resultados
Muitas pessoas começam a notar uma melhora em seus sintomas após cerca de seis tratamentos com eletroconvulsoterapia. A melhora total pode demorar mais, embora a ECT possa não funcionar para todos. A resposta aos medicamentos antidepressivos, em comparação, pode levar várias semanas ou mais.
A médica salienta que “Mesmo depois que seus sintomas melhorarem, o paciente ainda precisará de um tratamento contínuo contra a depressão para prevenir uma recorrência. Com redução progressiva do ECT e manutenção do tratamento medicamentoso e com psicoterapia”.