Na quarta-feira (24) à noite, o Papa inaugurou uma ala exclusiva para tratamento de dependentes químicos em um hospital no Rio. Ele reafirmou a posição da igreja contra o livre uso das drogas. E deixou uma mensagem de esperança. Chovia, e chovia muito. Sem parar. Pensa que alguém desanimou? Que nada. “Para ver o Papa Francisco, para ver o nosso pastor, vale à pena qualquer tempestade”, diz uma freira. “É muito bonito sentir que a fé e o amor nós tornam tão iguais. Ninguém aqui está se importando com a chuva”, diz outra freira.
Era um momento especial para quem luta para abandonar as drogas. A expectativa era que o Papa chegasse ao hospital às 18h30. Ele se adiantou 15 minutos. Quando chegou, foi um delírio. Mil e quinhentas pessoas gritavam e aplaudiam. Francisco saiu, acenou para a multidão, foi para a capela recém-restaurada, passou entre doentes e dependentes químicos. Abençoou a todos. Recebeu homenagens e presentes.
Na hora do discurso, condenou veementemente o tráfico de drogas. “Frequentemente, porém, nas nossas sociedades, o que prevalece é o egoísmo. São tantos mercadores de morte que seguem a lógica do poder e do dinheiro, a todo custo. A chaga do tráfico de drogas que favorece a violência e que semeia a dor e a morte exige da inteira sociedade um ato de coragem. Não é deixando livre o uso das drogas, como se discute em várias partes da América Latina, que se conseguirá reduzir a difusão e a influência da dependência química”, declara o Papa Francisco.
Ele sublinhou a necessidade da esperança no mundo contemporâneo. “Vocês nunca estão sozinhos. A igreja e muitas pessoas estão solidárias com vocês. Olhem para a frente com confiança. A travessia é longa e cansativa. Mas olhe para frente. Não deixem que lhes roubem a esperança. Mas digo também, não roubemos a esperança, pelo contrário, tornemo-nos todos portadores de esperança”, diz.