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Pessoas com transtornos mentais são mais propensas a cometerem loucuras?

Casos em que é identificado o risco de suicídio (ou de atentado contra a saúde ou a vida de outras pessoas, por parte do doente) deveriam ser informados imediatamente ao governo, não apenas às empresas, para que medidas preventivas fossem tomadas, de acordo com a opinião do médico Antônio Geraldo da Silva, presidente da Associação Brasileira de Psiquiatria. Atualmente, não existe essa previsão.

Para ele, a notificação compulsória da ameaça poderia permitir que os países agissem com mais atenção em relação às pessoas em situação de vulnerabilidade, incluindo os indivíduos com sofrimento mental em programas e tratamentos, antes que o pior acontecesse. Segundo o médico psiquiatra Luiz Carlos Aiex Alves, presidente do comitê multidisciplinar de psiquiatria forense da Associação Paulista de Medicina, as situações em que o risco à integridade física do paciente e de outras pessoas é comprovado são as únicas que dão abertura para um tratamento psiquiátrico contra a vontade do paciente.

Esses casos, porém, não representam a totalidade da população que sofre com a doença. Por isso, é importantíssimo não rotular ou estigmatizar o quadro. Tragédias podem dar a impressão de que pessoas com depressão ou transtorno de ansiedade (ou ambos) são perigosas ou capazes de cometer loucuras. Para Silva, essa ideia não passa de preconceito, já que nem todo paciente é um suicida em potencial.

Até que se chegue a um diagnóstico médico preciso, é necessário ficar atento aos sinais que a doença pode dar. “Um episódio depressivo pode ser classificado como leve, moderado ou grave. Esta classificação depende do número e do tipo de sintomas que a pessoa apresenta”, explica Alves. Para o especialista, os casos leves e moderados podem até ser disfarçados nas relações sociais e de trabalho, ainda que com algum esforço do doente. No entanto, os quadros mais graves são, dificilmente, imperceptíveis.

A identificação precoce desses sintomas pode ser valiosa para evitar o agravamento da doença. Claro que o diagnóstico cabe apenas ao médico psiquiatra, mas a atenção e o apoio de pessoas próximas podem ser um bom começo para a identificação e o tratamento. Havendo suspeita, o melhor é encaminhar o possível paciente a um médico e tentar conscientizá-lo da importância do tratamento.

Segundo Alves, as pessoas deprimidas podem demonstrar os sinais abaixo:
– Retraimento Social;
– Cansaço excessivo;
– Desinteresse por coisas nas quais sentia prazer antes;
– Tristeza e desânimo;
– Baixa autoestima;
– Choro fácil;
– Pessimismo (além do normal);
– Sentimentos de culpa injustificáveis;
– Problemas de sono;
– Redução do apetite.

Dependendo do indivíduo, os sintomas também podem ser:
– Irritação excessiva;
– Consumo de bebidas alcoólicas em excesso;
– Manifestação de preocupações hipocondríacas antes inexistentes;
– Queixas frequentes de dores provocadas por tensão muscular.

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