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Dependência Química

Lança-perfume: um dossiê completo sobre a droga

lança perfume

Conhecido popularmente como loló, o lança-perfume surgiu como uma brincadeira para animar blocos de carnaval e festinhas. Os participantes borrifavam uma “mistura perfumada” no ambiente.

Porém, esse “cheirinho” se popularizou mundo afora e alcançou outra proporção, já que é um dos entorpecentes mais consumidos pelos jovens. O lança-perfume foi reformulado e está ainda mais perigoso, o que o coloca em um patamar que preocupa a saúde pública.

Quer saber mais sobre o lança-perfume? Confira com o psicólogo do Hospital Santa Mônica, Antonio Chaves Filho que é especializado em dependência química, como essa droga age no organismo, os efeitos colaterais que provoca e as principais formas de tratamento disponíveis. Acompanhe!

O que é lança-perfume?

O lança-perfume é uma droga em forma de solvente inalante. Ela é introduzida no organismo por meio da aspiração pelo nariz ou pela boca. Os solventes são substâncias químicas altamente voláteis, isto é, seu processo de evaporação é muito rápido.

Para atrair mais adeptos, o loló tem um cheiro adocicado e propositalmente agradável. O intuito é fazer com que as pessoas aspirem suas substâncias, fiquem entorpecidas e desejem cheirar mais e mais.

Os efeitos do lança-perfume duram entre 15 e 40 minutos. Isso torna o uso da droga altamente prejudicial à saúde, visto que os usuários precisam utilizar cada vez mais a substância para manter a euforia provocada por ela. Essa tendência alimenta um ciclo e eleva os riscos de comprometimento mental e físico.

Como surgiu o lança-perfume?

O lança-perfume alcançou popularidade no Brasil após ser importado da Argentina, desde o início do século XX. Os primeiros indícios do uso dessa droga ocorreram de forma coletiva no carnaval do Rio de Janeiro em 1906. Depois disso, o “cheirinho da loló” tornou-se popular como símbolo do carnaval carioca.

Originalmente, o lança-perfume era vendido livremente em frascos dourados e utilizado — até de forma inocente e comum — em diversos estados brasileiros durante o carnaval. Para tornar o ambiente agradável, perfumado e animar a festa, o produto era esguichado entre os foliões.

Porém, depois de sua reformulação, o loló passou a ser inalado como uma droga e seu uso foi difundido, principalmente entre o público mais jovem.

Assim, hoje o lança-perfume é uma das drogas na juventude que mais representam problemas, já que inicialmente, seus efeitos parecem inofensivos. No entanto, ela pode causar dependência física, psicológica e danos irreversíveis à saúde.

A alta popularidade e aceitação da droga estimulou a produção de novas fórmulas. O loló é produzido com cheirinho de coco, morango, cereja, chiclete e diversos aromas. É muito fácil de conseguir essas substâncias, porém, as chances de criar dependência química no consumidor também são elevadas, assim como o risco de provocar a morte.

Consumo de lança-perfume no Brasil

Ultimamente, o lança-perfume está ganhando novos adeptos na periferia de grandes metrópoles, como São Paulo. O baixo custo e a facilidade de acesso contribuem para aumentar a propagação do entorpecente, principalmente entre escolares e moradores de rua.

Ainda existe uma subnotificação em relação ao uso de lança-perfume. No entanto, a estimativa é de que 24% dos jovens entre 8 e 12 anos de idade que se encontram em situação de rua já tenham consumido o lança-perfume.

Segundo o II Relatório Brasileiro Sobre Drogas, os maiores índices de consumo de solventes entre estudantes são encontrados na rede privada, associado ao consumo de álcool e medicamentos. As regiões Sul e algumas capitais da região Sudeste apresentam as maiores prevalências de consumo desse tipo de entorpecente.

Mas o que faz com que exista um consumo maior entre pessoas mais jovens? Segundo Antônio Chaves Filho, psicólogo do Hospital Santa Mônica, existem diversos fatores que estão associados à maior vulnerabilidade dos adolescentes.

Segundo ele, é preciso considerar que a adolescência é uma fase de descobertas, em que o mundo é uma grande novidade. Além disso, o desafio faz parte da formação do caráter e da personalidade, fazendo com que os jovens sejam, naturalmente, contestadores. Porém, o psicólogo ressalta o acesso à informação como um facilitador.

“Os smartphones são um avanço tecnológico e uma ferramenta imprescindível, mas também podem se tornar uma arma. A curiosidade do jovem, tendo acesso à informação massiva, pode induzir a um uso indesejado de maneira precoce”, alerta Antônio.

O especialista ainda aponta outro fator que leva à vulnerabilidade e tende a aumentar o risco de consumo de drogas e dependência química. Segundo, ele trata-se da necessidade de pertencer a algum grupo.

Quando o lança-perfume passou a ser proibido no Brasil?

Em alguns países da América Latina, o lança-perfume é empregado para finalidade analgésica e nem é considerado uma droga. Mas, no Brasil, o uso e o tráfico do produto são considerados crime. Mesmo assim, esse entorpecente é bastante popular em festinhas universitárias, blocos de carnaval e em bailes funk.

Apesar de toda essa popularidade e da facilidade de acesso, há décadas o lança-perfume é proibido no Brasil. O Decreto nº 51.211 de 18 de agosto de 1961 estabelece como proibidos a fabricação, o comércio e o uso dessa substância entorpecente em todo o território nacional.

O então presidente da República, Jânio Quadros, aprovou essa proibição depois que aconteceram alguns casos de morte entre os usuários de lança-perfume , em especial por parada cardíaca.

O decreto considerou diversos fatores para a proibição, sendo:

  • os perigos oferecidos para a saúde;
  • a generalização alarmante da aspiração do lança-perfume;
  • a necessidade de manter a ordem pública;
  • o intuito de zelar pela saúde e pelo bem-estar da população brasileira.

Assim, o lança-perfume deixou de ser tolerado, e foi concedida às autoridades policiais liberdade para tomar providências para cumprir as determinações do decreto.

Qual a composição do lança-perfume?

Essa droga é resultante da mistura de diversas substâncias como éter, clorofórmio, cloreto de etila e essência perfumada. O produto final é embalado em um recipiente de alta pressão para facilitar a propagação no ar.

Portanto, o lança-perfume é um composto químico inalante produzido sob pressão dentro de tubos. O objetivo é fazer com que, ao entrar em contato com o ar, a substância evapore rapidamente. Os usuários que aspiram vários jatos sequenciais da droga ficam baratinados.

Existe também uma variante do lança-perfume que é composto por uma mistura química baseada em fluido de isqueiro com o B-25. Esse último é uma cola utilizada em superfícies acrílicas, e que pode ou não ser diluída em solventes como thinner.

Essa combinação de substâncias de uso industrial — solventes para remover adesivos e tintas — potencializa os efeitos do lança-perfume e torna a droga muito perigosa. Em sua produção, os aromatizantes são incluídos para amenizar o cheiro da cola e dos solventes.

Originalmente, o lança-perfume era produzido apenas com éter e aromatizante. Os efeitos eram rápidos e o risco de dependência era menor. Atualmente, a produção da droga atingiu outro patamar, e os químicos utilizam elementos prejudiciais e compulsivos na formulação.

Como é a ação dessa droga no cérebro?

O nível de uso do lança-perfume depende do objetivo do usuário e também da resistência do organismo dele aos efeitos da droga. Como o efeito dura somente alguns minutos, muitos consumidores necessitam utilizar doses contínuas e cada vez mais fortes.

Alguns usuários costumam molhar lenços com o líquido para facilitar a inalação. Essa prática é mais comum durante o uso individual ou por adolescentes que usam entorpecentes em casa, mas escondido dos pais ou responsáveis.

O uso excessivo de loló provoca intoxicação cerebral e os sintomas são semelhantes àqueles das drogas mais pesadas como cocaína e heroína. O indivíduo pode apresentar prejuízo da capacidade crítica, reflexiva ou ter um surto psicótico.

A longo prazo, comprometimento e retardo das funções psicomotoras também acontecem. O consumidor torna-se mais vulnerável a quedas, atitudes violentas ou ações inconscientes, e que colocam em risco sua integridade física e a de outras pessoas.

Quando o lança-perfume é utilizado com bebidas alcoólicas, seu efeito tóxico e o risco de morte são bem maiores. Nessa situação, o indivíduo pode entrar em coma, sofrer parada cardíaca ou ter lesões cerebrais graves e irreversíveis.

Como o lança-perfume afeta as funções do organismo?

Em doses muito elevadas por inalações repetidas, os efeitos do lança-perfume são comparados com os de drogas mais potentes como crack, cocaína e heroína.

O uso costumeiro e excessivo dessas substâncias intoxica o organismo e afeta as funções dos órgãos mais importantes. Rim, coração e cérebro são os primeiros a perder a vitalidade e abrir as portas para o surgimento de múltiplas complicações.

Ainda que tenham composições diferentes, a dinâmica das substâncias entorpecentes é bem parecida. Ou seja, todas as drogas interagem de modo muito semelhante e afetam o trabalho dos mensageiros químicos cerebrais.

Em sua maioria, as drogas provocam o desequilíbrio funcional de hormônios, enzimas e de outros elementos que coordenam o metabolismo.

Desse modo, os entorpecentes expressam seus efeitos sobre o controle emocional do indivíduo e, por conseguinte, contribuem para o surgimento de comorbidades ou de doenças específicas. Algumas consequências surgem imediatamente, enquanto outras vão aparecer anos mais tarde.

Outras questões pessoais, principalmente relativas à vida afetiva, sexual e profissional também ficam comprometidas. Essas alterações comportamentais são perceptíveis tão logo o indivíduo inicia o uso de tóxicos como o lança-perfume.

Por isso, convém orientar o usuário a buscar ajuda quanto antes. O tratamento precoce e a devida orientação profissional são imprescindíveis para ajudar alguém nessa situação. Sozinho, nem sempre o dependente químico conseguirá vencer a dependência e voltar ao convívio social.

O lança-perfume causa dependência química?

Como a apresentação do lança-perfume é em forma de solvente inalante, essa substância é absorvida pela mucosa pulmonar. A rede de capilares a levam até os rins, fígado e alcançam o sistema nervoso.

Um dos efeitos da droga é a liberação de adrenalina, um hormônio que acelera a frequência cardíaca. Com isso, o usuário experimenta uma falsa sensação de euforia, alegria e desinibição. Essa fase de excitação dura alguns minutos e, assim que passam os efeitos da droga, novas doses são consumidas.

Logo, quando comparada a outras substâncias mais pesadas, a duração do efeito do loló é passageiro, mas os reflexos são duradouros e perigosos. O uso prolongado pode criar dependência química no usuário, torná-lo refém da substância e comprometer sua qualidade de vida em vários aspectos.

Além disso, Antônio ressalta que o lança-perfume é uma das drogas de entrada. Ou seja, trata-se de uma substância que pode apresentar o mundo das drogas para a pessoa em função do fácil acesso e fazer com que ela procure substâncias cada vez mais fortes e perigosas.

O psicólogo reforça que o lança-perfume encontrado hoje não é o mesmo daquele utilizado na década de 1980. Por isso existe tanta preocupação com o consumo da substância. Mas ele lembra, também, do fácil acesso ao tabaco, à bebida alcoólica e à maconha, que são consideradas porta de entrada para as drogas.

Quais são os efeitos colaterais do lança-perfume?

Em alguns festivais, festas raves, universitárias, baladas e bailes funk, o uso do lança-perfume é incentivado a todos os participantes. A droga é “lançada” coletivamente e, quem está presente não consegue escapar da aspiração tóxica.

Essa é uma das táticas para promover a adesão de mais jovens ao consumo de uma droga barata e de fácil acesso. Os usuários experimentam euforia repentina, sensação de alegria e de hiperatividade. Muitos ficam acelerados, verbalizam palavras sem sentido e dão gargalhadas exageradas e sem motivo.

No entanto, esse bem-estar (ilusório) vem acompanhado de perturbações motoras, auditivas e visuais. Também contribui para a perda do autocontrole emocional, o que pode deixar o consumidor bastante agitado e agressivo.

A inalação dessa substância tóxica atinge o sistema nervoso central e causa sintomas imediatos como aceleração cardíaca, tremores das extremidades, desequilíbrio postural e perda da memória.

A euforia da droga também gera a estranha sensação de “estar voando”. Contudo, o uso constante desses entorpecentes provoca a destruição irreversível das células cerebrais, chamadas neurônios. Também surgem alucinações e psicoses, fadiga, insônia, náuseas e crises depressivas.

Logo, os efeitos dos solventes variam desde um estímulo inicial excitatório e eufórico até o comprometimento dos órgãos nobres. Eles afetam ainda o processo respiratório, causando a sensação de asfixia semelhante a um estrangulamento.

Entre os efeitos do loló, o mais predominante entre os jovens é a depressão do cérebro: a aspiração repetida de solventes provoca a destruição das células cerebrais, conhecidas como neurônios. Consequentemente, há uma evolução rápida para problemas de memória, de aprendizagem e desequilíbrio mental.

A longo prazo, surgem lesões na medula óssea, comprometimento hepático, renal e dos nervos periféricos que coordenam a musculatura. O usuário torna-se apático, desinteressado pela vida e começa a alimentar ideações suicidas.

Em doses altas, a inalação do loló provoca irritabilidade, agressividade, inquietação, perda da consciência, descontrole da fala e ataques de pânico. Dependendo do estado físico do usuário, a baixa imunidade pode levar a crises convulsivas e ao óbito por derrame cerebral ou insuficiência respiratória.

Além desses, existem diversos sintomas que surgem a longo prazo. Confira!

  • insônia;
  • automutilação;
  • arritmia cardíaca;
  • ansiedade excessiva;
  • dores de cabeça e na nuca;
  • intensa sensação de ressaca;
  • comportamento agressivo e violento;
  • náuseas, vômito e mal-estar generalizado.

O lança-perfume pode provocar overdose?

A overdose pode ocorrer pelo uso excessivo de qualquer substância tóxica e que coloca em risco o organismo. Seja ela lícita, como os medicamentos, ou ilícitas, como as drogas. Assim, o lança-perfume também pode provocar overdose e comprometer todas as funções do corpo.

A overdose resulta do abuso constante de substâncias tóxicas ou após a fase de abstinência, quando o indivíduo se torna ávido pela droga. Todos os elementos consumidos pelo organismo são metabolizados no rim e no fígado. Esses órgãos têm a função de realizar a limpeza e eliminar a toxicidade de alguma substância nociva.

Entretanto, quando as doses da droga são elevadas e contínuas, esses órgãos não conseguem processar essa eliminação em tempo. Com isso, ocorrem danos severos ao próprio órgão e ao cérebro, já que este também fica com a capacidade funcional prejudicada.

Mas os prejuízos não se limitam aí: o coração força os batimentos cardíacos, a pressão arterial é elevada e ocorre a sudorese como tentativa de eliminar a toxicidade. A somatória desses sintomas — típicos da overdose — resultam em náuseas, tonturas, desmaios e pode evoluir para óbito.

Vale destacar que o estado emocional, a alimentação insuficiente e a falta de sono deixam o organismo debilitado e concorrem para o risco de quadros de overdose.

Se você conhece algum usuário de lança-perfume ou de alguma outra substância entorpecente, observe os sinais que podem indicar a overdose:

  • sudorese das extremidades (mãos e pés);
  • crise convulsiva, acompanhada de confusão mental;
  • fala descoordenada, agressividade e descontrole postural;
  • fortes dores de cabeça, que se irradiam para a nuca e ombro;
  • agitação intensa, dificuldade para respirar e coração acelerado;
  • confusão mental; verbalização sem sentido e picos de alucinação.

Como socorrer alguém com overdose de lança-perfume?

A overdose é considerada uma condição clínica gravíssima e, devido ao risco de morte, a intervenção emergencial é necessária. Por isso, diante dos sintomas suspeitos de crise, o ideal é encaminhar imediatamente o paciente para um hospital mais próximo.

Esse socorro imediato é importantíssimo para minimizar o risco de complicações, principalmente decorrentes da dificuldade respiratória e da lesão de áreas cerebrais.

Se o indivíduo estiver em locais de difícil acesso ou longe de pronto-socorro, convém adotar alguns cuidados e vigiar os sinais vitais com frequência. Nesse caso, a melhor conduta se resume nas seguintes ações:

  • não dê nenhum líquido, alimento ou remédio;
  • procure mantê-lo acordado até a chegada do socorro;
  • acalme a vítima e a mantenha em local arejado e fresco;
  • não force vômito, pois a vítima pode engasgar e se sufocar;
  • não dê álcool ou nenhuma outra substância para ela cheirar;
  • se a vítima desmaiar, deite-a lateralmente e vire-a para o lado esquerdo dela para facilitar a respiração e evitar engasgos.

Quais as fases do tratamento para o lança-perfume?

A completa reabilitação mental e física exige uma intervenção multidisciplinar e integral. As fases que envolvem o tratamento contra a dependência de lança-perfume são:

Uso de medicamentos

O uso de remédios objetiva minimizar o desconforto causado pelo processo de limpeza do organismo. A desintoxicação estabiliza o paciente e permite que ele tenha condições de avançar para a próxima fase terapêutica.

Nesse período, o efeito das medicações é avaliado e monitorado pela equipe multiprofissional. Devido à instabilidade emocional do usuário, remédios ansiolíticos e antidepressivos podem ser necessários.

Fase de reabilitação

É a fase do tratamento em que o paciente participa de sessões de terapias individuais ou em grupos. O apoio psicológico é fundamental para ajudar o usuário a modificar seu comportamento e se livrar do domínio de álcool e drogas.

Diversas modalidades terapêuticas são empregadas para essa finalidade: consultas psicológicas, aconselhamento familiar, aprendizado e análise crítica sobre o processo de dependência química são as mais importantes.

Familiares e amigos precisam apoiar o indivíduo nesses momentos difíceis. O uso de drogas está aumentando entre adolescentes e jovens. Muitos recorrem aos tóxicos por influência do estilo de vida moderno, e de conflitos que deixam as pessoas cada vez mais isoladas, solitárias e carentes de atenção.

Fase de abstinência

Uma das vantagens do tratamento em um hospital psiquiátrico é o apoio integral ao usuário durante a fase de abstinência. Esse momento exige supervisão médica, já que os efeitos do consumo do lança-perfume podem provocar reações imprevisíveis.

Nesse período, a avidez do organismo pela droga gera alterações comportamentais e doenças físicas. Irritabilidade, inquietação, insônia e mal-estar são os sinais de abstinência mais comuns.

Prevenção de recaídas

Diferentes estratégias podem ser aplicadas conjuntamente a fim de auxiliar o usuário a manter-se firme em seu propósito. A psicoterapia individual, em grupo ou acompanhada dos familiares torna-se um importante suporte nesses momentos tão delicados.

O processo de reabilitação exige uma mudança de comportamento e a adoção de um novo estilo de vida. A integração com outros pacientes, a participação nos grupos de apoio — e a presença de uma equipe especializada em recuperação da saúde mental — acentuam as chances de sucesso no tratamento.

O que fazer em caso de surto psicótico por uso de lança-perfume?

O surto psicótico é um quadro de instabilidade mental resultante do uso de altas doses de substâncias entorpecentes, como droga e álcool. Cada tipo de droga pode gerar efeitos diferentes e ações imprevisíveis.

No entanto, os efeitos do surto psicótico provocado pelo abuso de lança-perfume variam bastante. Depende, entre outros fatores, se houve consumo concomitante de outras substâncias, e também da condição psicológica do usuário.

Nessas circunstâncias, o ideal é buscar ajuda médica urgente. Por isso, não se deve consumir drogas sozinho, já que em situações emergenciais assim, é necessário alguém sóbrio para buscar socorro.

O surto psicótico resultante do uso de lança-perfume provoca reações muito perigosas, já que as alucinações da droga expõem o indivíduo ao risco de morte. Esse quadro é extremamente preocupante e exige a necessidade de tratamento psiquiátrico.

Por que os tratamentos de desintoxicação devem ser feitos em um hospital?

Os pais ou responsáveis pelos dependentes químicos devem procurar auxílio profissional logo no início do problema. Porém, nem sempre isso acontece, o que contribui para agravar a dependência e piorar os sintomas da intoxicação.

O psicólogo do Hospital Santa Mônica alerta sobre a importância de identificar comportamentos excessivos para buscar ajuda rápido quanto antes. Isso porque quanto mais rápido ajudarmos a pessoa, mais cedo ela será trazida de volta para o convívio.

“O comportamento exacerbado é o que deve ter atenção. Diante do uso excessivo de drogas ou ainda um uso pontual, deve-se pedir ajuda porque é um sinal de que algo está errado. A partir do momento em que o ser humano precisa do subterfúgio de uma substância psicoativa para lidar com a sua própria realidade é o sinalizador de que algo não está bem com ele ou com meio onde vive”, Antônio esclarece.

Infelizmente, a maioria dos usuários só busca ajuda com alto grau de dependência. A ausência de intervenção precoce dificulta o tratamento e gera graves complicações à saúde. Nessas condições, é preciso internação e o acompanhamento integral para garantir a recuperação.

O tratamento da dependência química exige critérios específicos como a determinação pessoal do usuário de drogas e um ambiente propício ao alcance desses objetivos.

Além disso, as fases de desintoxicação exigem apoio médico e de outros profissionais que complementam esse trabalho. O acompanhamento multiprofissional possibilita o monitoramento e assegura o suporte psicológico necessário à reabilitação do paciente.

Na fase de abstinência, muitos usuários podem desenvolver sintomas psiquiátricos potencialmente ameaçadores para si e para os outros. Em um hospital, se ocorrer a manifestação desses sinais, imediatamente o médico prescreverá uma medicação de controle.

Logo, além de assegurar uma recuperação integral, a internação hospitalar é uma medida de proteção à integridade física e mental. Além disso, para promover condições reais de reabilitação, o usuário deve ser afastado de ambientes ou de locais de consumo usual de drogas.

A mudança comportamental requer uma reestruturação de atitudes que sinalize uma nova visão da vida. Para atingir essa meta é preciso um suporte profissional adequado e que auxilie o paciente a reverter as crises emocionais durante o tratamento contra a dependência química.

Nesse sentido, a internação em uma instituição especializada é um caminho que possibilita a reestruturação da vida do paciente antes do retorno ao ambiente familiar e social.

Percebe-se, então, que os prejuízos resultantes do abuso de lança-perfume exigem a busca de apoio profissional urgente. A intervenção precoce — sobretudo a internação hospitalar — representa maiores chances de reabilitação integral da saúde mental e física do indivíduo.

Logo, os riscos decorrentes do consumo de lança-perfume sugerem a necessidade de atenção especial. Os responsáveis pelos dependentes químicos devem auxiliá-los e apoiá-los nessa batalha tão difícil de ser vencida sozinho. É preciso acreditar que há um novo caminho, e novas perspectivas.

O Hospital Santa Mônica dispõe de toda a estrutura necessária para auxiliar no tratamento de dependência química. Entre em contato e veja mais detalhes sobre o nosso trabalho.

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