No amplo espectro das drogas alucinógenas, as drogas dissociativas levam a experiências intensas, mas muito perigosas. Essas substâncias, conhecidas por alterarem profundamente a percepção do usuário, induzem a estados de despersonalização e desconexão da realidade.
Nesse contexto, drogas como LSD e outras ganham destaque. Contudo, além das experiências psicodélicas, é fundamental compreender os perigos envolvidos em seu uso, bem como os caminhos para o tratamento da dependência.
Este post explora mais a fundo os detalhes dessas drogas, destacando três questões sobre esses alucinógenos e os perigos associados ao seu consumo. Acompanhe!
O que são drogas dissociativas?
O que exatamente são essas substâncias que trazem consigo uma série de preocupações de saúde pública? As drogas dissociativas são definidas como alucinógenos que alteram profundamente a visão de mundo do usuário, induzindo a estados de despersonalização e desconexão do ambiente ao redor.
Ou seja, a pessoa passa a não se reconhecer durante o período em que a droga fica ativa. Isso acontece porque essas substâncias agem nos neurotransmissores do cérebro, como glutamato e dopamina, o que afeta toda a sua percepção sensorial e mental.
Normalmente, são utilizadas de forma recreativa em ambientes como festas ou eventos sociais, com o objetivo de experimentar sensações psicodélicas e alterações sensoriais, a famosa onda. No entanto, é importante ressaltar que seu uso gera efeitos adversos graves, como surtos psicóticos, problemas de memória e danos neurológicos a longo prazo.
Além dos riscos individuais à saúde, o uso desse tipo de entorpecente pode ter impactos negativos na sociedade como um todo. Afinal, o comportamento imprevisível induzido por essas substâncias pode resultar em situações perigosas para o usuário e para aqueles ao seu redor.
Quais as principais drogas dissociativas?
Existem incontáveis drogas dissociativas, e novas surgem todos os dias. Por esse motivo, tem sido um grande desafio para os médicos se adaptarem e entenderem rapidamente como reverter os quadros clínicos que elas causam. Dentro desse extenso número, algumas se destacam pela sua prevalência e pelos efeitos que provocam. As principais são:
- LSD — derivado da ergotamina, o LSD é uma das drogas alucinógenas mais conhecidas. Ela provoca intensas alterações na percepção sensorial, resultando em visões coloridas, distorções espaciais e mudanças de humor. Seu uso recreativo é associado a experiências psicodélicas e espirituais;
- ketamina — desenvolvida como anestésico veterinário, a ketamina (ou cetamina) passou a ser utilizada recreativamente por seus efeitos dissociativos, pois induz a sensações de flutuação, desconexão corporal e perda de sensibilidade à dor. Também costuma causar alucinações e distúrbios de memória;
- heroína — bastante similar à morfina, a heroína é um opioide altamente viciante extraído da papoula. Costuma provocar euforia seguida de relaxamento e sonolência. Seus riscos incluem overdose fatal, problemas respiratórios e danos ao fígado;
- K9 — trata-se de uma substância sintética com efeitos parecidos com os da maconha, mas a K9 apresenta potência muito maior devido à alta concentração de THC. Ela é produzida a partir de plantas pulverizadas com produtos químicos, podendo causar efeitos como aumento da chance de infarto, alterações de comportamento, alucinações, paranoia e até morte;
- mescalina — alucinógeno natural encontrado no Peyote e em outros cactos, a mescalina é consumida em rituais religiosos e cerimônias xamânicas por suas propriedades psicodélicas. Ela induz alterações na percepção visual e sensorial, provocando experiências espirituais e introspectivas. No entanto, seu uso também apresenta riscos, incluindo ansiedade, paranoia e episódios psicóticos em indivíduos predispostos.
Quais as principais questões sobre drogas dissociativas?
É muito comum que, ao tentar ajudar alguém, surjam dúvidas sobre as drogas dissociativas. Essas substâncias provocam uma série de questões que merecem atenção e compreensão. Por isso, vamos explorar as três principais que surgem quando se trata do uso, dos efeitos e dos riscos associados a esse tipo de entorpecente.
1. As drogas dissociativas geram efeitos apenas no cérebro do usuário?
A ideia de que as drogas dissociativas afetam apenas o cérebro do usuário é um equívoco comum. Embora essas substâncias tenham um impacto significativo no funcionamento cerebral, seus efeitos podem ir além, afetando diversos sistemas do corpo e, consequentemente, causando outras doenças, como:
- sistema respiratório — podem causar depressão respiratória, reduzindo a frequência e a profundidade da respiração;
- sistema digestivo — há usuários que sentem náuseas, vômitos e problemas gastrointestinais, como úlceras e gastrite;
- sistema urinário — a ketamina, por exemplo, pode levar à inflamação dolorosa da bexiga (cistite intersticial) e a problemas nos rins;
- sistema imunológico — o uso contínuo pode enfraquecer o sistema imunológico, aumentando a suscetibilidade a infecções.
- sistema musculoesquelético — o abuso pode gerar fraqueza muscular, espasmos e danos nos tecidos musculares devido à falta de oxigenação adequada.
2. Como é feito o tratamento para a dependência?
O tratamento para deixar a compulsão por drogas dissociativas geralmente combina diferentes abordagens. A terapia é fundamental, pois conversar com um terapeuta ajuda a entender os motivos do uso e a lidar com a vontade de usar drogas.
Participar de grupos de apoio também é importante, já que permitem compartilhar experiências e obter suporte de pessoas que enfrentam os mesmos desafios.
Além disso, médicos podem prescrever medicamentos para ajudar a lidar com os sintomas de abstinência e a prevenir recaídas. Essas estratégias, quando usadas juntas, aumentam as chances de recuperação e contribuem para a construção de uma vida sem dependência.
3. Há risco de recaída após o tratamento?
Infelizmente, o risco existe. Após o tratamento, há uma possibilidade real de recaída para aqueles que lutaram contra a compulsão por drogas dissociativas. Essa realidade se deve à natureza complexa e crônica da dependência química, e superar completamente a dependência requer tempo e esforço contínuo.
Fatores como estresse, pressão social e gatilhos ambientais muitas vezes desencadeiam a vontade de usar drogas novamente. No entanto, com o suporte adequado, como terapia contínua, participação em grupos de apoio e adoção de estratégias de enfrentamento saudáveis, é possível reduzir o risco de recaída e manter uma vida livre da dependência.
Compreender os efeitos das drogas dissociativas é o primeiro passo para ajudar quem é dependente. Apesar de o caminho para a recuperação ser desafiador, ele é viável com a combinação certa de apoio, tratamento e perseverança.
Se você precisa de orientação sobre como lidar com a dependência de drogas dissociativas, não hesite em buscar ajuda profissional. O Hospital Santa Mônica oferece suporte especializado e tratamentos eficazes para ajudar seus entes queridos a superar essa batalha e a construir uma vida saudável.
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