Uma das 11 cidades paulistas contempladas pelo programa estadual de enfrentamento ao crack, São José dos Campos assinou na manhã desta quarta-feira (10) o termo de adesão à bolsa anticrack. A adesão prevê até 300 vagas para tratamento de dependentes químicos e a oferta, que depende de aprovação do credenciamento das clínicas pelo governo estadual, deve estar disponível em no máximo 40 dias, segundo a prefeitura.
Batizado de Cartão Recomeço, o programa prevê assistência mensal de R$ 1.350, por dependente químico, para custear as despesas do tratamento de recuperação do vício, como internações em abrigos e entidades terapêuticas. O município será responsável pela triagem dos usuários e a duração do programa é de 180 dias. A estimativa é que São José tenha cerca de 2 mil usuários de crack. De acordo com a Secretaria da Saúde de São José dos Campos, o Centro de Atenção Psicossocial- Álcool e drogas (Caps-AD) atende em média 900 pacientes ao mês na cidade, destes, 40% são dependes de crack. Segundo Franklin Maciel, coordenador do programa municipal de atenção às drogas, o serviço poderá ser contratado em quatro modalidades: comunidades terapêuticas, para internação; moradias assistidas; repúblicas terapêuticas, para o processo pós internação; casa de passagem, um albergue com foco na população de rua usuária de crack.
A oferta atual de vagas para internação voluntária no município é de 115 vagas, custeadas pela prefeitura. Com a ação estadual, a meta é elevar a oferta em comunidades terapêuticas para 200 e reservar outras 100 para outras três modalidades de serviço. Contratação São José dos Campos conta com 11 entidades com potencial para a contratação de vagas. Uma delas foi vistoriada e outras duas estão com vistorias agendadas. O Estado pode habilitar ainda clínicas de cidades vizinhas, como Caçapava e Jacareí por exemplo. Com os recursos do Estado, a intenção da prefeitura é realocar os recursos gastos com a contratação de 115 vagas para a reestruturação do Caps-Ad, inclusive com atendimento 24 horas, e para oferecer pelo menos 50 vagas para internação compulsória, explicou Maciel ao G1.
Nenhum usuário terá acesso ao dinheiro repassado pelo governo. A ideia do programa é conceder um cartão para os dependentes que quiserem se tratar. Ao apresentar o cartão nessas unidades conveniadas pelo programa, o usuário receberá o tratamento e o dinheiro será repassado do governo de São Paulo diretamente para a clínica credenciada. O controle deverá ser feito pela modalidade biométrica, em que a frequência do dependente é medida pela impressão digital.