O ataque de pânico é uma manifestação intensa e súbita de ansiedade, que provoca sintomas físicos e emocionais extremos. Trata-se de uma resposta aguda do corpo ao medo, geralmente sem um perigo real ou imediato, mas que leva o organismo a reagir como se estivesse diante de uma ameaça.
Segundo a American Psychiatric Association, o ataque de pânico envolve uma onda abrupta de medo ou desconforto intenso, que atinge o pico em poucos minutos e é acompanhado por uma série de sintomas físicos e cognitivos.
A Ansiedade por Trás do Ataque
A ansiedade, por sua vez, é uma resposta natural ao medo. Em situações de estresse, o corpo ativa o chamado “modo de luta ou fuga” (fight or flight response), liberando hormônios como adrenalina e cortisol, produzidos pelas glândulas suprarrenais.
Essas substâncias aumentam a frequência cardíaca, a pressão arterial, e preparam o corpo para reagir rapidamente. No entanto, quando essa reação é desproporcional ou surge sem um motivo aparente, pode desencadear uma crise de pânico.
Diversos fatores podem estar envolvidos nesse desequilíbrio, como:
- Estresse crônico
- Predisposição genética
- Eventos traumáticos
- Consumo de substâncias (cafeína, drogas, medicamentos)
- Doenças físicas
Quando o Corpo Grita: Sintomas do Ataque de Pânico
Os sintomas mais comuns de um ataque de pânico incluem:
- Falta de ar ou sensação de sufocamento
- Tontura, vertigem ou sensação de desmaio
- Suor excessivo, calafrios ou ondas de calor
- Palpitações e aumento da frequência cardíaca
- Náusea, dor de estômago ou desconforto abdominal
- Sensação de irrealidade (despersonalização ou desrealização)
- Dor ou desconforto no peito
- Medo intenso de perder o controle, enlouquecer ou morrer
Essas crises geralmente duram entre 5 e 20 minutos, mas os efeitos podem ser tão intensos que muitas pessoas acreditam estar sofrendo um ataque cardíaco.
Um Ciclo de Medo: O Impacto do Primeiro Episódio
Muitas pessoas relatam o primeiro ataque de pânico como um evento traumático. Ele pode ocorrer durante o sono, ao dirigir, em um centro comercial, no transporte público ou mesmo em casa.
É comum que, após o episódio, a pessoa associe os sintomas ao local ou à atividade em que estava. Isso pode levar a um comportamento de evitação, alimentando um ciclo de ansiedade e medo. Por exemplo:
- Evitar dirigir após um ataque de pânico no trânsito;
- Evitar locais fechados se o sintoma dominante foi falta de ar;
- Evitar sair sozinho se o episódio ocorreu em público.
Essa evitação frequente pode evoluir para um transtorno de pânico com agorafobia, em que a pessoa passa a temer situações nas quais a fuga possa parecer difícil ou embaraçosa.
Diagnóstico e Tratamento
De acordo com o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5), o transtorno de pânico é caracterizado por ataques recorrentes e inesperados, seguidos por preocupação persistente com novos ataques ou mudanças comportamentais para evitá-los.
O tratamento costuma combinar:
- Psicoterapia – A Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) é uma das abordagens mais eficazes, ajudando o paciente a entender os gatilhos e modificar padrões de pensamento disfuncionais.
- Medicação – Antidepressivos (como ISRSs) e ansiolíticos podem ser prescritos por um psiquiatra, especialmente em casos mais graves.
- Técnicas de respiração e relaxamento, práticas de mindfulness e exercícios físicos também são aliados importantes.
Como o Hospital Santa Mônica Pode Ajudar
O Hospital Santa Mônica oferece tratamento especializado para transtornos de ansiedade, incluindo o transtorno de pânico. A equipe multidisciplinar – composta por psiquiatras, psicólogos, terapeutas ocupacionais e enfermeiros especializados em saúde mental – proporciona uma abordagem personalizada e acolhedora, com foco na recuperação e na reintegração da pessoa à sua rotina e qualidade de vida.
Se você ou alguém próximo apresenta sintomas de pânico recorrentes, não hesite em procurar ajuda profissional. O diagnóstico precoce e o tratamento adequado são fundamentais para evitar o agravamento do quadro.
Fontes:
- American Psychiatric Association. https://www.psychiatry.org
- National Institute of Mental Health (NIMH): Panic Disorder. https://www.nimh.nih.gov/health/topics/panic-disorder
- Mayo Clinic. https://www.mayoclinic.org
- DSM-5, American Psychiatric Association, 2013