Homens geralmente não se preocupam com transtornos bipolares por acharem que nunca os atingirão.
Transtornos bipolares, em sua maioria, são identificados pelas parceiras, em virtude da variação de humor, tristeza e até depressão.
O problema é que, geralmente, o homem não procura se consultar com um médico tanto quanto a mulher, então, muitos possuem problemas sérios e nem desconfiam que possam ser portadores de transtorno bipolar. Uma coisa é certa: sem o tratamento adequado, a felicidade do casal fica comprometida.
Como saber se o parceiro é bipolar? Primeiro, é preciso identificar os sintomas da enfermidade no comportamento dele. A forma clássica do transtorno atinge em torno de 1,5% da população mundial e se divide em dois tipos: o tipo I, que apresenta toda a amplitude de variação do humor, da mania plena à depressão grave, e atinge igualmente a homens e mulheres; e o tipo II, que é o mais prevalente na população geral, é mais frequente em mulheres e apresenta a depressão como a fase mais predominante.
Altos e Baixos
Nos homens, os sintomas da mania são mais exuberantes e isso torna a identificação da doença mais fácil. Essa fase é marcada por vários tipos de excessos que podem atrapalhar o relacionamento.
O parceiro pode começar a gastar demais, por exemplo. Também poderá ficar irritado por motivos banais e até agressivo quando contrariado. Outra característica é a desinibição sexual, que pode ser tão intensa, fazendo com que o bipolar procure, inadvertidamente, trair a namorada ou esposa com outras mulheres.
O quadro depressivo também pode fazer parte do cotidiano dos homens bipolares e afetar o namoro. Na depressão, a libido do homem cai, há perda de interesse para diversas atividades, ele não sente mais prazer em estar com a parceira.
Ou pode ocorrer o oposto, quando o companheiro fica excessivamente inseguro e dependente da parceira. Talvez a fase depressiva do transtorno seja motivo maior para separação, pois nem todas as mulheres conseguem suportar essas situações.
É preciso saber que esses altos e baixos da doença não possuem cura, mas há tratamento, e incentivar o parceiro a procurar um médico é fundamental.
Tratamento medicamentoso
Os episódios do transtorno afetivo bipolar podem ser menos frequentes e menos graves quando o paciente adere aos tratamentos medicamentosos. Atualmente, existem no mercado opções capazes de reduzir os efeitos colaterais normalmente causados por este tipo de medicamento. Incluem-se entre elas, o cloridrato de ziprasidona, que teve uma nova indicação para o controle do transtorno aprovada pela Anvisa no Brasil.
Indicado também para controle da fase aguda, prevenção de recorrência em pacientes bipolares e para portadores de esquizofrenia, a substância tem a vantagem de não apresentar alguns dos efeitos adversos associados aos demais antipsicóticos atípicos, como ganho de peso excessivo e indução à síndrome metabólica: aumento do colesterol, triglicérides e da glicemia, distúrbios que, frequentemente, levam às complicações cardiovasculares.
Apesar de todos os dissabores, manter o relacionamento é possível. O transtorno bipolar não precisa ser motivo para separação. As pessoas que convivem com um bipolar precisam conhecer a doença e seus sintomas para que saibam identificá-los no momento em que aparecem. Tanto a namorada, quanto a família do paciente, devem se tornar parceiras no tratamento, no sentido de ajudar o médico com informações e comportamentos que nem sempre o paciente consegue identificar em si mesmo.
Detecção exige tempo
Sei exatamente como é querer morrer, como dói sorrir, como você tenta se ajustar e não consegue, como você se fere por fora tentando matar o que tem dentro. ” A frase, proferida por Winona Ryder no filme Garota Interrompida, reflete com exatidão os sentimentos de um portador de transtorno bipolar, doença caracterizada pela variação brusca e extrema de temperamento, na qual uma hora a pessoa está eufórica, feliz e satisfeita, e, no momento seguinte, em depressão profunda.
Muito se engana quem acha que o distúrbio é relativamente recente. Os primeiros relatos referentes à doença bipolar remontam da Antiguidade.
A detecção do transtorno bipolar exige tempo, investigação cuidadosa e, muitas vezes, entrevistas com os familiares do paciente. O diagnóstico precoce é importante, pois pode prevenir recorrências futuras e deterioração da qualidade de vida.
O diagnóstico não pode ser feito de forma ampla. É preciso levar em consideração uma série de critérios, como a duração dos sintomas, alteração no funcionamento do organismo, mudanças no relacionamento social, entre outros.
Como se manifestam os sintomas
*A frequência de mania é semelhante em homens e mulheres;
*A frequência dos sintomas de mania e depressão ao mesmo tempo é maior em mulheres;
*O diagnóstico tende a ser mais atrasado na mulher;
*A chance de transmissão de transtorno do humor é maior quando a mulher é afetada;
*Quanto ao desencadeamento de novas fases, as mulheres parecem ser mais sensíveis a fatores estressantes de vida, como problemas de saúde
e familiares, sobretudo desencadeando fases de depressão;
*Em relação aos homens, mulheres bipolares apresentam mais comorbidade, como bulimia, transtorno de estresse pós-traumático e distúrbios tireoidianos;
*Em relação às mulheres, homens bipolares apresentam mais: jogo patológico, distúrbios de conduta e abuso/dependência de álcool e outras drogas;
*Mulheres bipolares apresentam de quatro a sete vezes mais abuso de substâncias psicoativas que mulheres não-bipolares.