Em cada 10 grávidas, em média, há duas que sofrem de doenças psiquiátricas, sendo a ansiedade e a depressão as mais comuns. Segundo a Unidade de Psiquiatria e Psicologia do Hospital Lusíadas Lisboa, estas patologias afetam não só o bem-estar das mulheres, mas também na saúde do feto. A gravidez é um estado que suscita, em regra, tremenda felicidade na mulher, mas existe também o reverso da medalha.
Em Portugal, verifica-se uma prevalência de 20 por cento de grávidas que enfrentam problemas do foro psiquiátrico. A depressão e a ansiedade são os problemas psiquiátricos mais comuns entre as mulheres grávidas. E são patologias que devem merecer cuidados especiais. De acordo com Ana Peixinho, coordenadora da Unidade de Psiquiatria e Psicologia do Hospital Lusíadas Lisboa, a falta de cuidado com este problema de saúde pode prejudicar a saúde do feto. -Sem acompanhamento e tratamento adequado, as perturbações mentais podem alterar as respostas fisiológicas e comportamentais da mãe, que podem afetar seriamente o bem-estar da mulher, do feto, do bebé e da família- salienta Ana Peixinho, em nota emitida pelo Hospital Lusíadas Lisboa. Os sinais de alarme para a depressão são comportamentos como perda de interesse em atividades que normalmente geravam entusiasmo, tristeza, mudanças de peso, perda de apetite, problemas de sono (desde insónia a hipersónia), cansaço, um sentimento de culpa, perda de concentração, ou receios de morte. Já no que diz respeito à ansiedade perinatal, o alerta pode surgir nas alterações do sono, inquietação, irritabilidade, dificuldade de concentração, comportamentos compulsivos, pensamentos intrusivos, crises de pânico, dores, palpitações ou tonturas. -As mulheres com problemas psiquiátricos prévios, ou que se iniciam durante a gravidez, devem ser acompanhadas em consulta de psiquiatria perinatal- destaca Ana Peixinho. Deste modo, será possível um -tratamento adequado a cada etapas da gestação- mas também para o período do parto, até ao processo de amamentação.