Se você está ingressando agora no mercado de trabalho, saiba que o tempo realmente passa rápido, por isso, a organização da sua vida profissional, previdenciária e financeira é muito importante. Planeje e realize investimentos desde já para garantir a sustentabilidade e a manutenção do padrão de vida no futuro. Pense tanto na sua “bagagem pessoal”, aperfeiçoando-se no que gosta de fazer, como também nas reservas financeiras que serão utilizadas nessa etapa da sua vida. A decisão de encerrar o ciclo profissional envolve sentimentos como o medo, a tristeza e até mesmo a depressão. Medo de perder o seu valor, o grupo de trabalho, a admiração dos outros, o status obtido com o cargo, a identidade e a possibilidade de passar por dificuldades financeiras.
Temores que devem ser trabalhados e dissolvidos a partir do planejamento, organização e a busca de informação. A cada ano aumenta a expectativa de vida do brasileiro ao nascer. Em 2012 atingimos o patamar de 74,6 anos, segundo o IBGE. Esse dado é utilizado pelo Ministério da Previdência Social como um dos parâmetros para determinar o fator previdenciário no cálculo das aposentadorias do Regime Geral de Previdência Social. A regra geral define que, para o benefício Aposentadoria por Tempo de Contribuição (ATC), o segurado deve contar com 30 anos de contribuição ao INSS, se mulher, e 35 anos, se homem. Esse tipo de benefício correspondeu em 2012 a 29% dos créditos com as aposentadorias pagas pelo INSS. O benefício Aposentadoria por Tempo de Contribuição tem como característica ser concedido a idades baixas, em média 55 anos de idade para homens e 52 anos para mulheres (Informe de Previdência Social, vol.25, nº 6).
Considerando o aumento na expectativa de vida e o tipo de benefício – ATC, observamos que a relação entre o tempo de atuação profissional e o tempo de aposentadoria está cada vez mais próxima. Encontramos aposentados que já estão nessa condição a mais tempo do que estiveram na ativa. Sobre isso, citamos o resultado de uma pesquisa publicada pelo IEA – Institute of Economics Affairs que “sugeriu estimular a permanência no mercado de trabalho, visando preservar a saúde e também as finanças. Apontou ainda que a aposentadoria eleva em 40% as chances de desenvolver depressão e 60% de desenvolver um problema físico.”(BBC Brasil/G1)
Por essas e outras razões é que há a recomendação da preparação para a aposentadoria entre três e cinco anos antes da tomada de decisão a fim de facilitar a transição para essa nova fase da vida. Essa preparação passa pelo processo de reflexão sobre o futuro, analisando as condições psicológicas, de saúde, financeiras, discutindo amplamente o assunto em seu núcleo familiar, refazendo/resgatando as relações e fortalecendo a rede social, procurando construir um projeto pós-carreira, visando continuar a prática de atividades úteis. Na prática, quem procede desta forma, chega a essa nova fase sem frustrações, sentindo-se útil e aberto a novas oportunidades. É possível planejar uma agenda positiva para a aposentadoria e assim manter a saúde física, mental, social e financeira.