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Transtorno por uso de álcool: impactos, diagnóstico e tratamento

O transtorno por uso de álcool (TUA), anteriormente conhecido como alcoolismo, é caracterizado por um padrão de consumo de álcool que leva a consequências adversas significativas na vida do indivíduo.

Esse transtorno é prevalente em diversas faixas etárias e pode resultar em sérios prejuízos físicos, psicológicos e sociais.

Prevalência e demografia

Segundo o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5-TR), o TUA é uma condição comum. Estima-se que 13,9% dos adultos nos Estados Unidos apresentem esse transtorno em um período de 12 meses.

A prevalência é maior entre adultos jovens, especialmente na faixa etária de 18 a 29 anos, onde atinge 26,7%. Em contraste, entre indivíduos com 65 anos ou mais, a prevalência é de apenas 2,3%.

Consumo Global de Álcool e Impactos na Saúde

De acordo com o Centro de Informações sobre Saúde e Álcool – CISA, o transtorno por uso de álcool (TUA) é caracterizado por um padrão problemático de consumo de álcool, que leva a sofrimento ou prejuízo significativo em diversas áreas da vida, como trabalho, relacionamentos e saúde física.

Em 2019, estimou-se que cerca de 400 milhões de pessoas com 15 anos ou mais viviam com transtornos por uso de álcool, sendo 209 milhões (52,3%) diagnosticados com dependência. 

Globalmente, a prevalência foi de 5,1%, com uma diferença marcante entre os gêneros: 8,6% dos homens e 1,7% das mulheres foram afetados em 2016. A prevalência tende a ser maior em países de alta renda (8,4%) e renda média-alta (5,4%), sugerindo a influência de fatores socioeconômicos no padrão de consumo e na disponibilidade de álcool. Em contrapartida, países de baixa renda geralmente apresentam taxas mais baixas de prevalência, mas podem sofrer com menor acesso ao tratamento e maior prevalência de mortes por abuso de álcool.

A situação no Brasil

O TUA também afeta uma parcela significativa da população brasileira. De acordo com dados do Institute for Health Metrics and Evaluation (IHME), Global Burden of Disease (2024), apresentados na plataforma Our World in Data3, aproximadamente 3,3% da população brasileira apresentava um transtorno por uso de álcool nos anos 2010. Contudo, esse índice teve uma leve redução nas últimas décadas, situando-se em cerca de 2.9% em 2021. Essa redução pode refletir mudanças no acesso a informações, políticas públicas e padrões de consumo, embora a prevalência ainda seja alta quando comparada a outros transtornos de saúde mental.

As mortes atribuíveis ao álcool no Brasil também apresentaram uma tendência de redução ao longo da última década. De acordo com a  publicação do CISA, Álcool e Saúde dos Brasileiros – Panorama  2024, a taxa de mortes atribuíveis ao álcool caiu de 36,7 para 30,4 por 100 mil habitantes entre 2010 e 2019.

No entanto, essa tendência foi interrompida pela pandemia de COVID-19, com um aumento significativo a partir de 2020, alcançando 32,5 por 100 mil habitantes em 2022. Esses dados reforçam a importância de políticas públicas sustentáveis e contínuas para lidar com os impactos do álcool na saúde da população.

Etiologia e fatores de risco

O desenvolvimento do TUA é influenciado por uma combinação de fatores genéticos, psicológicos e sociais.

Estudos indicam que entre 45% e 65% da variância no risco de desenvolver o transtorno pode ser atribuída a fatores genéticos.

Indivíduos com parentes biológicos que têm problemas com álcool apresentam maior incidência de TUA em comparação com aqueles sem essa predisposição genética.

Além disso, traços de personalidade como isolamento, timidez, depressão e impulsividade autodestrutiva podem aumentar a vulnerabilidade ao transtorno.

Sinais e Sintomas

Pessoas com TUA frequentemente enfrentam consequências sociais graves. A intoxicação frequente pode interferir na capacidade de socializar e trabalhar, levando a lesões, relacionamentos frustrados e perda de empregos devido ao absenteísmo.

Além disso, comportamentos relacionados ao álcool podem resultar em problemas legais, como prisões por dirigir sob influência.

Diagnóstico

O diagnóstico do TUA é baseado em critérios específicos que avaliam o padrão de consumo e suas consequências. Ainda de acordo com o DSM-5-TR, considera-se que há transtorno por uso de álcool se os pacientes têm um padrão mal-adaptativo de uso de álcool que leva a sofrimento ou prejuízo clinicamente significativo, manifestado por pelo menos dois dos critérios estabelecidos em um período de 12 meses.

Complicações Médicas

O consumo excessivo e prolongado de álcool está associado a diversas complicações médicas. Uma das mais graves é a doença hepática relacionada ao álcool, que inclui condições como esteatose hepática, hepatite alcoólica e cirrose. Essas condições podem levar a insuficiência hepática e aumentar o risco de mortalidade.

Além disso, o álcool é um depressor do sistema nervoso central e, em grandes quantidades, pode causar depressão respiratória, coma e morte.

Tratamento e Reabilitação

O tratamento é multifacetado e deve ser adaptado às necessidades individuais. As principais abordagens incluem:

  • Intervenções Comportamentais: Terapias como a terapia cognitivo-comportamental ajudam os pacientes a identificar e modificar padrões de pensamento e comportamento relacionados ao consumo de álcool.
  • Terapias de Suporte: Grupos de apoio, como os Alcoólicos Anônimos, oferecem uma rede de suporte social e emocional para indivíduos em recuperação.
  • Tratamento Farmacológico: Em alguns casos, medicamentos podem ser prescritos para reduzir os desejos pelo álcool ou tratar sintomas de abstinência.
  • Reabilitação: Programas de reabilitação oferecem um ambiente estruturado para a recuperação, incluindo suporte médico e psicológico intensivo.

Prevenção e educação

A prevenção do TUA envolve estratégias de educação pública para aumentar a conscientização sobre os riscos do consumo excessivo de álcool. Programas escolares, campanhas de mídia e políticas públicas que limitam o acesso ao álcool são medidas eficazes para reduzir a incidência do transtorno.

Como o Hospital Santa Mônica pode ajudar

O Hospital Santa Mônica é referência no tratamento do Transtorno por Uso de Álcool, oferecendo uma abordagem completa e humanizada para a reabilitação dos pacientes. Com uma equipe multidisciplinar composta por psiquiatras, psicólogos, enfermeiros e terapeutas ocupacionais, o hospital proporciona um ambiente seguro e acolhedor para aqueles que precisam de suporte especializado:

Desintoxicação segura – Monitoramento médico 24h para minimizar os efeitos da abstinência.
Tratamento psiquiátrico e psicológico – Abordagem personalizada com terapias individuais e em grupo.
Terapias complementares – Atividades como arteterapia, musicoterapia e yoga auxiliam na recuperação emocional.
Reabilitação e reinserção social – Trabalho focado na autonomia do paciente e na reconstrução de sua vida.
Apoio à família – Orientação e suporte para familiares lidarem com a situação.

O transtorno por uso de álcool é uma condição complexa que afeta milhões de pessoas em todo o mundo. Compreender seus fatores de risco, sinais e sintomas é essencial para a identificação precoce e intervenção adequada. Abordagens de tratamento integradas, que combinam intervenções comportamentais, suporte social e, quando necessário, tratamento farmacológico, oferecem as melhores chances de recuperação e melhoria na qualidade de vida dos indivíduos afetados.

O Hospital Santa Mônica oferece um caminho para a recuperação, ajudando os pacientes a retomarem uma vida saudável e equilibrada. Se você ou alguém que conhece precisa de ajuda, entre em contato e fale com um especialista!

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