O Estado do Rio está implantando em sua rede de acolhimento para usuários de álcool e outras drogas um sistema que transforma resíduos orgânicos em fertilizante natural. A técnica é simples e traz inúmeros benefícios, como o reaproveitamento do lixo da cozinha e das folhas das árvores em hortas e jardins. Conhecido como compostagem, o processo ajuda ainda no acompanhamento psicossocial, oferecido pela Secretaria de Prevenção à Dependência Química aos usuários em tratamento.
“Já implantamos a compostagem em três equipamentos da rede. Ao longo do processo, os acolhidos trabalham questões emocionais e sociais, já que para o material orgânico se transformar em composto leva, no mínimo, cinco meses. Outros benefícios são a produção de alimentos mais saudáveis, sem a utilização de agrotóxico; e a contribuição para práticas mais sustentáveis, já que devolvemos menos lixo orgânico para a natureza”, explicou a arte-educadora Lígia Campos Lara, responsável pelo programa.
Um acolhido de 35 anos, está aprendendo a importância do descarte correto do lixo orgânico. “Essa atividade é uma terapia para mim. Já trabalhei com horta antes, mas nunca imaginei produzir o adubo- disse o acolhido”.
O secretário de Prevenção à Dependência Química, Filipe Pereira, aprova a técnica. “A compostagem se adequa ao plano terapêutico que nós propomos no tratamento, pois lidar com a natureza é uma forma de ressocialização”, afirmou o secretário.