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TDAH ou Autismo? Os Sinais que Confundem Pais e Educadores

Especialista em psiquiatria infantil alerta sobre a importância de um diagnóstico preciso e precoce para garantir o desenvolvimento saudável da criança

Um comportamento inquieto, dificuldade de interação social, fala atrasada ou um rendimento escolar abaixo do esperado. Esses sinais podem ser confundidos entre dois dos diagnósticos mais frequentes — e muitas vezes mal interpretados — da saúde mental infantil: o Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) e o Transtorno do Espectro Autista (TEA).

Para esclarecer as dúvidas mais comuns sobre o tema, o Hospital Santa Mônica promoveu o webinar “TDAH ou Autismo? Os sinais que confundem pais e educadores”, com a participação do Dr. Fábio Barbirato, psiquiatra infantil e referência nacional, responsável pelo serviço de psiquiatria infantil da Santa Casa de Misericórdia do Rio de Janeiro e criador do conteúdo no Instagram.

Sinais de Alerta: Semelhanças que Confundem

Durante o encontro, Dr. Barbirato destacou que tanto o TDAH quanto o TEA podem apresentar sintomas como desatenção, impulsividade e dificuldades nas relações sociais. “É comum que crianças com autismo leve sejam inicialmente diagnosticadas com TDAH, ou vice-versa. A chave está na observação detalhada do comportamento em diferentes contextos, como casa e escola”, explicou.

Ele ressalta que o TDAH está associado a uma alteração no funcionamento dos sistemas de atenção e controle de impulsos, com manifestações de inquietude, dificuldade de concentração e impulsividade, enquanto o TEA afeta principalmente a comunicação, a linguagem, a interação social e padrões de comportamento restritos e repetitivos.

Quando os Sintomas se Sobrepõem

O especialista aponta que a confusão acontece, principalmente, quando a criança com autismo leve apresenta habilidades cognitivas preservadas. “Muitas vezes, a criança é verbal, frequenta a escola, mas tem dificuldades na compreensão social, na linguagem pragmática e nos rituais de repetição. Isso pode ser confundido com distração ou teimosia”, diz.

Além disso, é possível que a mesma criança tenha comorbidade, ou seja, apresente simultaneamente TDAH e TEA. “Isso exige uma abordagem ainda mais cuidadosa e personalizada, com equipe multidisciplinar.”

Diagnóstico Precoce e Acolhimento: Um Compromisso Coletivo

Dr. Barbirato reforçou a importância de acolher a criança sem estigmas, valorizando a escuta ativa de pais e professores, e promovendo encaminhamentos responsáveis para profissionais de saúde. “Não se trata apenas de rotular. O diagnóstico é um ponto de partida para garantir que essa criança tenha o suporte necessário para se desenvolver e se inserir no mundo.”

A identificação precoce, segundo ele, é fundamental. “Quanto mais cedo o diagnóstico, mais cedo podemos intervir com terapias comportamentais, apoio educacional e, se necessário, uso de medicação.”

O Papel da Escola e da Família

O psiquiatra defendeu que os educadores precisam estar capacitados para reconhecer sinais de alerta e agir com empatia. “Não se trata de fazer o diagnóstico na escola, mas de perceber que aquela criança está tendo dificuldades e sinalizar isso aos responsáveis.”

A família, por sua vez, deve evitar o negacionismo. “O maior erro é achar que tudo vai passar com o tempo. Em saúde mental infantil, o tempo pode ser um aliado — ou um inimigo.”

Assista ao conteúdo completo

A íntegra do webinar está disponível no canal do YouTube do Hospital Santa Mônica:
Assista aqui

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