A relação entre sexualidade, autoestima e saúde mental ganha destaque no 42º Congresso Brasileiro de Psiquiatria e reforça a importância de identificar sofrimento e buscar ajuda especializada.
Os impactos da sexualidade na saúde mental ainda são pouco discutidos, mas podem influenciar profundamente autoestima, relações afetivas, identidade e equilíbrio emocional.
Durante o 42º Congresso Brasileiro de Psiquiatria, o tema “Sexualidade e Suicídio” foi apresentado pela Profa. Carmita Abdo como um dos fatores que podem contribuir para maior vulnerabilidade psíquica, especialmente entre jovens e adultos em sofrimento.
A discussão reforça a necessidade de acolhimento, informação e tratamento adequado, reduzindo tabus e ampliando a compreensão sobre o tema.
Por que discutir sexualidade quando o tema é suicídio?
A sexualidade influencia quem somos, como nos relacionamos e como percebemos nosso próprio valor. Quando essa dimensão da vida é comprometida — seja por culpa, estigma, traumas, conflitos internos, dismorfismo corporal ou comportamentos sexuais descontrolados — o sofrimento emocional pode se intensificar.
Por isso, o 42º Congresso Brasileiro de Psiquiatria dedicou uma mesa especial ao tema “Sexualidade e Suicídio”, presidida pelo Dr. Antônio Geraldo da Silva. A psiquiatra e professora da USP Dra. Carmita Abdo foi a relatora do subtema, trazendo reflexões fundamentais sobre como questões sexuais podem agravar quadros de angústia e aumentar o risco de comportamentos autolesivos.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) reforça que saúde sexual é parte da saúde integral — e que conflitos nessa área podem estar associados a sofrimento psicológico e maior risco de desfechos graves.
Quando a sexualidade deixa de ser fonte de bem-estar
1. Culpa, medo e estigma
Muitas pessoas vivem conflitos internos relacionados à orientação sexual, identidade de gênero, desempenho sexual, pressão estética ou tabus familiares.
A falta de diálogo e o medo de julgamento podem gerar sentimentos de vergonha e isolamento — fatores reconhecidos como risco para sofrimento psíquico.
2. Dismorfismo corporal e autoimagem negativa
A visão distorcida do próprio corpo é cada vez mais comum, especialmente entre jovens expostos a padrões estéticos irreais.
Isso afeta autoestima, intimidade e relações, criando um ciclo de insegurança que pode levar a ansiedade, depressão e desesperança.
3. Hipersexualidade e comportamentos sexuais descontrolados
Segundo aulas e publicações da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), a hipersexualidade, também chamada de comportamento sexual compulsivo, envolve dificuldade de controlar impulsos sexuais, gerando culpa, prejuízos pessoais e sofrimento intenso.
Isso pode afetar trabalho, relacionamentos e o humor, aumentando o risco de descompensações emocionais.
A ABP explica que o foco excessivo no sexo pode “perpassar pensamentos, sentimentos e a organização da vida”, evidenciando prejuízo significativo.
4. Relações afetivas instáveis e vulnerabilidade emocional
Conflitos na vida amorosa, rejeição, traição e inseguranças sexuais são fatores que frequentemente desencadeiam queda de autoestima, perda de sentido e sofrimento.
O que a ciência aponta sobre a relação entre sexualidade e sofrimento psíquico
Pesquisas mostram que:
- Pessoas que vivenciam conflitos profundos com sua sexualidade têm maior risco de depressão, ansiedade e comportamentos autodestrutivos, OMS, 2023.
- A disfunção sexual pode ser tanto causa quanto consequência de transtornos mentais, criando um ciclo de sofrimento, Revista Brasileira de Psiquiatria.
- Segundo a Fiocruz Canal Saúde, a compulsão sexual atinge entre 2% e 6% da população mundial, conforme dados citados em debates científicos e materiais da ABP. Quando não tratada, pode ser acompanhada de culpa intensa, ideação suicida e isolamento.
O papel do diálogo aberto e da empatia
Especialistas destacam que o maior risco não está na sexualidade em si, mas no silenciamento, na falta de acolhimento e na ausência de espaços seguros para falar sobre sofrimento íntimo.
Falar de sexualidade com responsabilidade pode prevenir crises emocionais, reduzir estigma e permitir que a pessoa busque ajuda antes que a dor se torne insuportável.
No debate do Congresso, enfatizou-se que compreender a sexualidade como parte da saúde integral é uma estratégia de prevenção ao suicídio, especialmente entre adolescentes e jovens adultos — grupos em que autoimagem e identidade sexual ainda estão em formação.
Como o Hospital Santa Mônica pode ajudar
O Hospital Santa Mônica oferece acolhimento especializado para questões que envolvem sexualidade e saúde mental, sempre com foco no cuidado integral e respeito à individualidade.
Oferecemos:
- Avaliação psiquiátrica especializada em comportamentos e conflitos ligados à sexualidade;
- Atendimento psicológico individual e de casal;
- Cuidado a pacientes com sofrimento emocional intenso, incluindo compulsão sexual, dismorfismo corporal, ansiedade, depressão e crises suicidas;
- Internação psiquiátrica humanizada quando há risco, sempre garantindo segurança, privacidade e ética;
- Equipe multidisciplinar treinada para acolher sem julgamentos e com total sigilo.
Nosso compromisso é oferecer suporte qualificado para que cada pessoa encontre equilíbrio emocional, autonomia e bem-estar.
FAQ — Perguntas e Respostas
Pergunta: Por que sexualidade e suicídio estão relacionados?
Resposta: Conflitos íntimos podem amplificar sofrimento emocional, afetar autoestima e agravar quadros de depressão e ansiedade. Fonte: OMS.
Pergunta: Dismorfismo corporal pode aumentar risco de suicídio?
Resposta: Sim. A visão distorcida do próprio corpo está associada a sofrimento intenso, isolamento e vulnerabilidade emocional. Fonte: Revista Brasileira de Psiquiatria.
Pergunta: O que é hipersexualidade?
Resposta: São comportamentos sexuais repetitivos e difíceis de controlar, causando prejuízos na vida pessoal e emocional. Fonte: ABP.
Pergunta: Conflitos de identidade ou orientação sexual aumentam risco?
Resposta: A falta de apoio, estigma e rejeição social elevam sofrimento e podem aumentar o risco de ideação suicida. Fonte: OMS.
Pergunta: Problemas sexuais podem causar depressão?
Resposta: Sim — dificuldades sexuais afetam autoestima, relações e qualidade de vida, podendo desencadear sintomas depressivos.
Pergunta: A compulsão sexual é comum?
Resposta: Estima-se que afete entre 2% e 6% da população mundial. Fonte: Fiocruz.
Pergunta: Quando procurar ajuda?
Resposta: Sempre que o sofrimento impactar o trabalho, relações ou saúde emocional, ou quando houver risco de autolesão.
Pergunta: O Hospital Santa Mônica atende esses casos?
Resposta: Sim, com equipe especializada, abordagem multidisciplinar e acolhimento livre de julgamentos.
REFERÊNCIAS
- Organização Mundial da Saúde — Sexual Health Overview (2023)
- ABP — Programa de Educação Continuada (Dependência de Sexo)
- Fiocruz — Canal Saúde, “Sexo Compulsivo”
- Revista Brasileira de Psiquiatria — artigos sobre disfunção sexual e saúde mental
- 42º Congresso Brasileiro de Psiquiatria — Programa Oficial
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