Comunicado: A partir de 1º de novembro, os atendimentos do Centro de Cuidados em Saúde Mental serão realizados no Hospital Santa Mônica em Itapecerica da Serra - SP Saiba mais

Saúde Mental

Sexualidade e Suicídio: como conflitos íntimos podem aumentar o sofrimento emocional e o risco de desespero

A relação entre sexualidade, autoestima e saúde mental ganha destaque no 42º Congresso Brasileiro de Psiquiatria e reforça a importância de identificar sofrimento e buscar ajuda especializada.

Os impactos da sexualidade na saúde mental ainda são pouco discutidos, mas podem influenciar profundamente autoestima, relações afetivas, identidade e equilíbrio emocional.

Durante o 42º Congresso Brasileiro de Psiquiatria, o tema “Sexualidade e Suicídio” foi apresentado pela Profa. Carmita Abdo como um dos fatores que podem contribuir para maior vulnerabilidade psíquica, especialmente entre jovens e adultos em sofrimento.

A discussão reforça a necessidade de acolhimento, informação e tratamento adequado, reduzindo tabus e ampliando a compreensão sobre o tema.

Por que discutir sexualidade quando o tema é suicídio?

A sexualidade influencia quem somos, como nos relacionamos e como percebemos nosso próprio valor. Quando essa dimensão da vida é comprometida — seja por culpa, estigma, traumas, conflitos internos, dismorfismo corporal ou comportamentos sexuais descontrolados — o sofrimento emocional pode se intensificar.

Por isso, o 42º Congresso Brasileiro de Psiquiatria dedicou uma mesa especial ao tema “Sexualidade e Suicídio”, presidida pelo Dr. Antônio Geraldo da Silva. A psiquiatra e professora da USP Dra. Carmita Abdo foi a relatora do subtema, trazendo reflexões fundamentais sobre como questões sexuais podem agravar quadros de angústia e aumentar o risco de comportamentos autolesivos.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) reforça que saúde sexual é parte da saúde integral — e que conflitos nessa área podem estar associados a sofrimento psicológico e maior risco de desfechos graves.

Quando a sexualidade deixa de ser fonte de bem-estar

1. Culpa, medo e estigma

Muitas pessoas vivem conflitos internos relacionados à orientação sexual, identidade de gênero, desempenho sexual, pressão estética ou tabus familiares.

A falta de diálogo e o medo de julgamento podem gerar sentimentos de vergonha e isolamento — fatores reconhecidos como risco para sofrimento psíquico.

2. Dismorfismo corporal e autoimagem negativa

A visão distorcida do próprio corpo é cada vez mais comum, especialmente entre jovens expostos a padrões estéticos irreais.

Isso afeta autoestima, intimidade e relações, criando um ciclo de insegurança que pode levar a ansiedade, depressão e desesperança.

3. Hipersexualidade e comportamentos sexuais descontrolados

Segundo aulas e publicações da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), a hipersexualidade, também chamada de comportamento sexual compulsivo, envolve dificuldade de controlar impulsos sexuais, gerando culpa, prejuízos pessoais e sofrimento intenso.

Isso pode afetar trabalho, relacionamentos e o humor, aumentando o risco de descompensações emocionais.

A ABP explica que o foco excessivo no sexo pode “perpassar pensamentos, sentimentos e a organização da vida”, evidenciando prejuízo significativo.

4. Relações afetivas instáveis e vulnerabilidade emocional

Conflitos na vida amorosa, rejeição, traição e inseguranças sexuais são fatores que frequentemente desencadeiam queda de autoestima, perda de sentido e sofrimento.

O que a ciência aponta sobre a relação entre sexualidade e sofrimento psíquico

Pesquisas mostram que:

  • Pessoas que vivenciam conflitos profundos com sua sexualidade têm maior risco de depressão, ansiedade e comportamentos autodestrutivos, OMS, 2023.
  • A disfunção sexual pode ser tanto causa quanto consequência de transtornos mentais, criando um ciclo de sofrimento, Revista Brasileira de Psiquiatria.
  • Segundo a Fiocruz Canal Saúde, a compulsão sexual atinge entre 2% e 6% da população mundial, conforme dados citados em debates científicos e materiais da ABP. Quando não tratada, pode ser acompanhada de culpa intensa, ideação suicida e isolamento.

O papel do diálogo aberto e da empatia

Especialistas destacam que o maior risco não está na sexualidade em si, mas no silenciamento, na falta de acolhimento e na ausência de espaços seguros para falar sobre sofrimento íntimo.
Falar de sexualidade com responsabilidade pode prevenir crises emocionais, reduzir estigma e permitir que a pessoa busque ajuda antes que a dor se torne insuportável.

No debate do Congresso, enfatizou-se que compreender a sexualidade como parte da saúde integral é uma estratégia de prevenção ao suicídio, especialmente entre adolescentes e jovens adultos — grupos em que autoimagem e identidade sexual ainda estão em formação.

Como o Hospital Santa Mônica pode ajudar

O Hospital Santa Mônica oferece acolhimento especializado para questões que envolvem sexualidade e saúde mental, sempre com foco no cuidado integral e respeito à individualidade.

Oferecemos:

  • Avaliação psiquiátrica especializada em comportamentos e conflitos ligados à sexualidade;
  • Atendimento psicológico individual e de casal;
  • Cuidado a pacientes com sofrimento emocional intenso, incluindo compulsão sexual, dismorfismo corporal, ansiedade, depressão e crises suicidas;
  • Internação psiquiátrica humanizada quando há risco, sempre garantindo segurança, privacidade e ética;
  • Equipe multidisciplinar treinada para acolher sem julgamentos e com total sigilo.

Nosso compromisso é oferecer suporte qualificado para que cada pessoa encontre equilíbrio emocional, autonomia e bem-estar.


FAQ — Perguntas e Respostas

Pergunta: Por que sexualidade e suicídio estão relacionados?
Resposta: Conflitos íntimos podem amplificar sofrimento emocional, afetar autoestima e agravar quadros de depressão e ansiedade. Fonte: OMS.

Pergunta: Dismorfismo corporal pode aumentar risco de suicídio?
Resposta: Sim. A visão distorcida do próprio corpo está associada a sofrimento intenso, isolamento e vulnerabilidade emocional. Fonte: Revista Brasileira de Psiquiatria.

Pergunta: O que é hipersexualidade?
Resposta: São comportamentos sexuais repetitivos e difíceis de controlar, causando prejuízos na vida pessoal e emocional. Fonte: ABP.

Pergunta: Conflitos de identidade ou orientação sexual aumentam risco?
Resposta: A falta de apoio, estigma e rejeição social elevam sofrimento e podem aumentar o risco de ideação suicida. Fonte: OMS.

Pergunta: Problemas sexuais podem causar depressão?
Resposta: Sim — dificuldades sexuais afetam autoestima, relações e qualidade de vida, podendo desencadear sintomas depressivos.

Pergunta: A compulsão sexual é comum?
Resposta: Estima-se que afete entre 2% e 6% da população mundial. Fonte: Fiocruz.

Pergunta: Quando procurar ajuda?
Resposta: Sempre que o sofrimento impactar o trabalho, relações ou saúde emocional, ou quando houver risco de autolesão.

Pergunta: O Hospital Santa Mônica atende esses casos?
Resposta: Sim, com equipe especializada, abordagem multidisciplinar e acolhimento livre de julgamentos.

REFERÊNCIAS

  • Organização Mundial da Saúde — Sexual Health Overview (2023)
  • ABP — Programa de Educação Continuada (Dependência de Sexo)
  • Fiocruz — Canal Saúde, “Sexo Compulsivo”
  • Revista Brasileira de Psiquiatria — artigos sobre disfunção sexual e saúde mental
  • 42º Congresso Brasileiro de Psiquiatria — Programa Oficial

Todos os dados foram checados e verificados.

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