Setembro Amarelo - Mês de Prevenção ao Suicídio

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Setembro Amarelo: Jovens de 15 a 29 anos e o desafio do suicídio no Brasil

O Setembro Amarelo é um mês dedicado à prevenção do suicídio, uma causa silenciosa que impacta profundamente a saúde pública, especialmente entre os jovens brasileiros.

Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) e do Ministério da Saúde mostram um cenário alarmante, que exige atenção, compreensão e ação.

Panorama Global e Nacional

Em 2021, a OMS registrou aproximadamente 727 mil mortes por suicídio em todo o mundo, sendo a terceira principal causa de óbitos entre indivíduos de 15 a 29 anos. Países de baixa e média renda concentram 73% dos casos globais.

No Brasil, entre 1997 e 2016, foram registrados 14.852 óbitos por suicídio entre adolescentes, resultando em uma taxa média de 2,14 mortes por 100 mil habitantes. Contudo, esses números escondem variações regionais significativas, com algumas áreas apresentando taxas consideravelmente mais altas.

Fatores Contribuintes: depressão, ansiedade e transtornos de personalidade

A OMS destaca que depressão e ansiedade são condições prevalentes que afetam milhões de pessoas em todo o mundo.

No Brasil, cerca de 10% da população sofre de depressão, com taxas mais elevadas entre mulheres e idosos.

Além disso, o país lidera globalmente em prevalência de transtornos de ansiedade, afetando mais de 18 milhões de brasileiros (9,3% da população). Entre jovens de 18 a 24 anos, a prevalência chega a 31,6%. Mais da metade das pessoas com ansiedade nunca buscou ajuda profissional para tratar a condição.

Fatores que agravam a ansiedade entre os jovens:

  • Desigualdade social e insegurança econômica
  • Violência urbana
  • Pressões acadêmicas e profissionais
  • Impactos da pandemia de COVID-19, como isolamento social e medo de contágio

Esses fatores, somados a condições de depressão e ansiedade, aumentam significativamente o risco de suicídio.

Risco Aumentado em Jovens com Transtornos de Personalidade

Jovens com transtornos de personalidade, especialmente o Transtorno de Personalidade Borderline (TPB), apresentam risco elevado de tentativas de suicídio.

Por que o risco é maior:

  1. Instabilidade emocional intensa – emoções fortes e flutuantes, como raiva, tristeza profunda e desespero.
  2. Impulsividade – dificuldade de controlar impulsos, podendo levar a automutilação ou tentativas de suicídio.
  3. Relacionamentos instáveis – conflitos frequentes e medo de abandono.
  4. Sentimento crônico de vazio ou desesperança – sensações persistentes de inutilidade.
  5. Comorbidades – depressão, ansiedade, uso de substâncias e traumas prévios aumentam ainda mais o risco.

Dados relevantes: até 70% dos indivíduos com TPB podem ter tentado suicídio ao menos uma vez, e cerca de 10% podem evoluir para suicídio consumado, especialmente entre 15 e 29 anos.

Como Prevenir e Intervir

  • Acompanhamento psiquiátrico e psicológico contínuo – reduz impulsividade e melhora regulação emocional.
  • Terapias específicas – Terapia Dialética Comportamental (TDC) e Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC).
  • Suporte familiar e social – diálogo aberto, ambiente acolhedor e atenção aos sinais de alerta.
  • Monitoramento de sinais de risco – mudanças de humor, comentários sobre autolesão, isolamento ou perda de interesse.

Educação e Conscientização

  • Programas escolares e comunitários para identificar sinais de alerta e reduzir o estigma.
  • Expansão de serviços de saúde mental, como Centros de Atenção Psicossocial (CAPS).
  • Capacitação de profissionais de saúde, educadores e líderes comunitários.

Atenção dos Pais e Responsáveis

Os pais devem estar atentos a:

  • Mudanças de comportamento e humor
  • Expressões de desesperança ou autodepreciação
  • Sinais físicos e emocionais (sono, apetite, energia)
  • Uso de álcool, drogas ou medicamentos sem prescrição
  • Histórico familiar ou pessoal de transtornos mentais

O diálogo aberto e o acolhimento sem julgamentos são fatores protetores essenciais.

Como o Hospital Santa Mônica Pode Ajudar

O Hospital Santa Mônica oferece suporte especializado:

  • Atendimento psiquiátrico e psicológico individualizado
  • Terapias em grupo e familiares
  • Programas de prevenção e conscientização sobre saúde mental
  • Serviço de plantão e acolhimento emergencial

O hospital reforça que buscar ajuda é um ato de cuidado e coragem, e que com apoio adequado é possível prevenir tragédias e promover bem-estar emocional.

Recursos de Apoio no Brasil

  • CVV (Centro de Valorização da Vida): Ligue 188 – atendimento gratuito e sigiloso 24h
  • CAPS (Centros de Atenção Psicossocial): suporte especializado em saúde mental
  • Unidades Básicas de Saúde (UBS): informações sobre serviços de saúde mental disponíveis localmente

O Setembro Amarelo nos lembra que a vida é preciosa e que a prevenção do suicídio é uma responsabilidade coletiva. Ao promover a saúde mental, reduzir o estigma e oferecer apoio, podemos construir uma sociedade mais saudável e resiliente para nossos jovens.

Se você ou alguém que você conhece está enfrentando dificuldades, não hesite em buscar ajuda. A vida sempre oferece uma segunda chance. Entre em contato conosco e saiba mais.

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