Comunicado: A partir de 1º de novembro, os atendimentos do Centro de Cuidados em Saúde Mental serão realizados no Hospital Santa Mônica em Itapecerica da Serra - SP Saiba mais

Saúde Mental

Mais da metade dos brasileiros vê saúde mental como prioridade, alerta Hospital Santa Mônica

A saúde mental se consolidou como o principal problema de saúde percebido pelos brasileiros, ultrapassando o câncer pela primeira vez. É o que revela uma pesquisa inédita da Ipsos que mostra que 52% da população considera o tema sua maior preocupação. Em 2018, esse percentual era de apenas 18% — um salto de 34 pontos percentuais em sete anos.

De acordo com o levantamento, o câncer aparece em segundo lugar (37%), seguido pelo estresse (33%), o abuso de drogas (26%) e a obesidade (22%).
A pesquisa, intitulada Ipsos Health Service Report, ouviu 23.172 adultos em 30 países — sendo 1.000 brasileiros — e tem margem de erro de 3,5 pontos percentuais.

“A partir de 2020, com o avanço da pandemia, a preocupação com saúde mental cresceu de forma muito intensa entre os brasileiros, até mais do que em outros países. A pandemia foi, sem dúvida, o principal fator acelerador dessa tendência”, afirma Marcos Calliari, CEO da Ipsos Brasil.

Um salto sem precedentes

A Ipsos define o crescimento como um “salto significativo”. Em 2018, apenas 18% dos brasileiros citavam a saúde mental como a principal questão de saúde. Hoje, mais da metade da população aponta o tema como o maior problema do país.

Essa tendência acompanha um movimento global: entre os 30 países pesquisados, a média de preocupação com saúde mental passou de 27% em 2018 para 45% em 2025.
Mesmo assim, o Brasil está acima da média mundial, o que revela a profundidade da mudança na percepção da população sobre o tema.

Brasil entre os mais preocupados

O Brasil ocupa o 10º lugar no ranking global de preocupação com saúde mental, empatado com a Colômbia (52%), atrás de países como Chile (68%), Suécia (63%) e Austrália (62%).
A Ipsos também aponta que 74% dos brasileiros dizem pensar “com muita frequência” sobre o próprio bem-estar mental — o que coloca o país em 3º lugar mundial, atrás apenas de México e África do Sul.

Ranking de países mais preocupados com saúde mental:

  1. Chile – 68%
  2. Suécia – 63%
  3. Austrália – 62%
  4. Espanha – 62%
  5. Canadá – 59%
  6. Irlanda – 58%
  7. Holanda – 54%
  8. Singapura – 53%
  9. Colômbia – 53%
  10. Brasil – 52%
  11. Argentina – 51%
  12. EUA – 50%
  13. Reino Unido – 50%
  14. Alemanha – 48%
  15. França – 47%
  16. Itália – 41%
  17. Peru – 44%
  18. Bélgica – 44%
  19. Polônia – 42%
  20. Malásia – 40%

Crianças e adolescentes no foco da preocupação

Especialistas ouvidos apontam que a preocupação com a saúde mental de crianças e adolescentes é uma das maiores consequências desse cenário.
Casos de ansiedade, depressão e automutilação entre jovens vêm aumentando, impulsionados por fatores como isolamento, redes sociais e pressão de desempenho escolar e social.

O dado reforça a importância de ampliar políticas públicas voltadas à saúde mental infantojuvenil, ainda pouco estruturadas no país.

Mulheres e jovens lideram a preocupação

O recorte por gênero e geração mostra diferenças marcantes:

  • Mulheres: 60% consideram a saúde mental o principal problema de saúde.
  • Homens: 44%.
  • Geração Z (1997–2012): 60%.
  • Baby boomers (1947–1963): 40%.

Segundo Calliari, as gerações mais jovens se percebem mais vulneráveis a problemas de saúde mental e relatam maior sofrimento emocional, o que se reflete em uma preocupação mais alta com o tema.

“As gerações mais jovens sentem mais intensamente o impacto da saúde mental no cotidiano. Tanto a questão geracional quanto a pandemia tiveram efeitos importantes, ampliando e acelerando a preocupação com o tema no Brasil”, explica o executivo.

Percepção sobre o sistema de saúde

Apesar do aumento das preocupações, houve uma melhora na avaliação da qualidade dos serviços de saúde.
Em 2025, 34% dos brasileiros classificam o atendimento recebido como “bom” ou “muito bom”, contra 18% em 2018.
Por outro lado, o otimismo diminuiu: 57% acreditam que o sistema de saúde vai melhorar nos próximos anos, ante 61% em 2018.

A percepção de desigualdade permanece elevada: 80% dos entrevistados afirmam que a população não tem condições financeiras de arcar com uma boa assistência à saúde.
Os principais desafios citados são:

  • Tempo de espera por atendimento: 43%;
  • Falta de investimento: 39%;
  • Custo dos tratamentos: 24% (abaixo da média global de 33%).

Outros destaques do levantamento

  • Vacinação: 70% dos brasileiros apoiam a vacinação obrigatória contra doenças infecciosas graves — nove pontos acima da média global (61%).
  • Obesidade: 55% acreditam que o número de pessoas obesas vai aumentar no país nos próximos 10 anos (média global: 54%).
  • Medicamentos para obesidade: 58% já ouviram falar sobre o uso de remédios como Ozempic (GLP-1).
    • 45% tomaram conhecimento pelas redes sociais;
    • Apenas 19% ouviram falar por meio de profissionais de saúde.

O que explicaria a virada?

A ascensão da saúde mental como principal preocupação de saúde dos brasileiros é resultado de uma combinação de fatores:

  1. Pandemia da Covid-19, que trouxe isolamento, luto e instabilidade econômica.
  2. Crescimento do diagnóstico e da visibilidade de transtornos mentais.
  3. Menor estigma em falar sobre o tema — principalmente entre jovens.
  4. Falta de acesso a tratamento adequado, com sobrecarga dos serviços públicos e altos custos no setor privado.
  5. Influência das redes sociais, que ampliam tanto a informação quanto a ansiedade e a comparação social.

Câncer ainda preocupa — mas perde força relativa

Embora continue entre os principais problemas de saúde apontados, o câncer caiu de 57% para 37% desde 2018.
Especialistas avaliam que o avanço dos tratamentos, o aumento das taxas de cura e o crescimento das discussões sobre saúde mental ajudaram a redistribuir a percepção de risco entre os brasileiros.

Desafios e caminhos para o futuro

O novo cenário impõe mudanças urgentes nas políticas públicas e nas estratégias de saúde corporativa e comunitária:

  • Expandir o acesso a tratamentos psicológicos e psiquiátricos no SUS;
  • Integrar saúde mental à atenção primária, reduzindo a dependência de emergências;
  • Formar profissionais capazes de reconhecer sinais precoces de sofrimento psíquico;
  • Criar campanhas educativas para reduzir estigma e incentivar a busca por ajuda;
  • Fortalecer a saúde mental nas escolas, desde a infância.

A pesquisa da Ipsos marca um ponto de virada na percepção coletiva dos brasileiros sobre o que significa “ter saúde”.
Pela primeira vez, o sofrimento emocional supera o adoecimento físico como principal preocupação nacional.

O dado não diminui a relevância de doenças graves como o câncer, mas reforça que a saúde mental deixou de ser um tema invisível — e passou a ser o centro do debate sobre qualidade de vida e futuro da saúde pública no país.

Como o Hospital Santa Mônica pode ajudar

No Hospital Santa Mônica, a abordagem aos transtornos mentais e ao uso de substâncias é feita de forma integral e humanizada. Com equipes multidisciplinares compostas por psiquiatras, psicólogos, enfermeiros e terapeutas ocupacionais, o hospital oferece tratamentos individuais e em grupo, incluindo acompanhamento clínico, psicoterapias, oficinas terapêuticas e programas de reinserção social.

Ao longo dos anos, milhares de pacientes já receberam suporte para lidar com ansiedade, depressão, transtornos de humor, dependência química e outras condições, reforçando o compromisso da instituição em promover saúde mental, prevenção e reabilitação.

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Fontes

  • Ipsos Health Service Report 2025 – “Saúde mental preocupa mais da metade da população brasileira” (Ipsos Brasil)
  • G1 – 07/10/2025: “52% dos brasileiros dizem que saúde mental é o principal problema de saúde do país” (g1.globo.com/saude)
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