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Dependência Química

Influenciadores digitais e o jogo online: o custo humano por trás da ostentação virtual

Enquanto influenciadoras digitais acumulam fortunas promovendo jogos online como o “Jogo do Tigrinho”, milhares de seguidores enfrentam endividamento e problemas de saúde mental. Especialistas alertam para os riscos e a necessidade de regulamentação.

A ascensão meteórica de influenciadoras digitais promovendo jogos de azar online, como o popular “Jogo do Tigrinho”, tem levantado preocupações entre especialistas em saúde mental e legisladores.

Enquanto essas personalidades acumulam riquezas e ostentam estilos de vida luxuosos, muitos de seus seguidores enfrentam consequências devastadoras, incluindo endividamento severo e transtornos psicológicos.

O fenômeno das influenciadoras e o jogo online

O “Jogo do Tigrinho”, um caça-níquel virtual, tornou-se um fenômeno nas redes sociais, impulsionado por influenciadoras que compartilham ganhos astronômicos e prêmios luxuosos.

Essas personalidades digitais, muitas vezes com milhões de seguidores, promovem o jogo como uma oportunidade de enriquecimento rápido, utilizando links de afiliados que lhes rendem comissões substanciais.

No entanto, para muitos seguidores, a realidade é bem diferente. A promessa de ganhos fáceis leva a apostas impulsivas, resultando em perdas financeiras significativas. A ilusão de controle e a esperança de recuperar o dinheiro perdido perpetuam um ciclo vicioso de apostas.

Depoimento na CPI das Bets: um alerta urgente

Em uma audiência recente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Apostas Online, conhecida como CPI das Bets, o presidente da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), Dr. Antônio Geraldo da Silva, destacou a gravidade da situação. Ele afirmou que o vício em jogos de azar, ou ludopatia, é uma doença que afeta não apenas os indivíduos, mas suas famílias e comunidades.

“Não existe nenhuma possibilidade de a pessoa enriquecer; as bets sempre ganham”, declarou Dr. Antônio Geraldo, enfatizando que o Sistema Único de Saúde (SUS) atualmente não possui estrutura adequada para lidar com a crescente demanda por tratamento de dependência em jogos.

A epidemia silenciosa: impacto na saúde mental

Especialistas alertam que o vício em jogos online é uma epidemia silenciosa. O jogo começa como uma brincadeira, mas pode evoluir para uma compulsão destrutiva. Fatores como vulnerabilidade biológica, questões emocionais e influências sociais contribuem para o desenvolvimento do vício.

A Influência das redes sociais e a lealdade dos seguidores

Apesar das evidências dos danos causados, muitos seguidores continuam a apoiar e defender as influenciadoras que promovem esses jogos. A identificação com essas personalidades e a esperança de alcançar um estilo de vida semelhante alimentam essa lealdade.

A senadora Soraya Thronicke, relatora da CPI das Bets, classificou o vício em apostas online como “uma pandemia” e afirmou que o relatório final da comissão incluirá propostas severas para conter o problema.

A necessidade de ação imediata

O crescimento descontrolado das apostas online e sua promoção por influenciadoras digitais representam uma ameaça significativa à saúde pública. É imperativo que medidas sejam tomadas para regulamentar essas atividades, proteger os consumidores e fornecer suporte adequado para aqueles afetados pelo vício em jogos.

A sociedade precisa reconhecer os riscos associados à glamorização das apostas e trabalhar coletivamente para mitigar os danos causados por essa prática crescente.

Como o Hospital Santa Mônica pode ajudar

Referência nacional em saúde mental, o Hospital Santa Mônica oferece um programa especializado no tratamento da dependência comportamental, incluindo o vício em jogos online. A abordagem terapêutica envolve psiquiatras, psicólogos, terapeutas ocupacionais e equipe multiprofissional capacitada para oferecer um plano individualizado de cuidado.

“A dependência em jogos não é falta de força de vontade, é uma condição clínica que precisa de acolhimento, diagnóstico correto e tratamento adequado”, afirma a Antonio Chaves Filho, psicólogo especializado em Dependência Química do Hospital Santa Mônica.

O hospital atua com protocolos humanizados e suporte intensivo, tratando também as comorbidades associadas, como ansiedade, depressão e impulsividade. Além disso, oferece orientação familiar, pois o envolvimento da rede de apoio é essencial para a recuperação.

Se você ou alguém que você conhece está enfrentando problemas relacionados ao vício em jogos, procure ajuda profissional.

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