A ideia de que as pessoas mais velhas são mais felizes que as mais jovens parece que não corresponde à realidade, segundo os resultados de uma pesquisa realizada na Universidade de Bradford, na Inglaterra. O levantamento com idosos australianos que embasa essa afirmação foi publicado recentemente na Psychology and Aging. A pesquisa sugere que as pessoas ficam mais deprimidas dos 65 anos de idade em diante.
O estudo tem por base um projeto de 15 anos com mais de 2 mil pessoas. Homens e mulheres que participaram da pesquisa relataram cada vez mais sintomas depressivos à medida que envelheciam. Mulheres, de modo geral, apresentaram inicialmente mais sinais do problema que os homens. Já eles registraram, no estudo em questão, uma taxa mais rápida de agravamento da condição. Desse modo, a diferença entre os sexos se inverteu por volta dos 80 anos. Nessa faixa etária, os homens relataram mais sinais de depressão do que as mulheres. Fatores-chave para esse aumento incluem deficiência física, o aparecimento de doenças crônicas e a aproximação da morte. Metade das pessoas no estudo, por exemplo, relatou sofrer de artrite.
Também homens e mulheres com a condição crônica tiveram mais sintomas depressivos que os demais. O levantamento serve de alerta para que mais atenção seja dada à forma com a qual lidamos com a idade avançada. A capacidade de lidar com o envelhecimento não se restringe à esfera individual. É preciso olhar cuidadosamente para a prestação de serviços adequados e atender a todas as necessidades desse grupo, particularmente no apoio à saúde mental e no tratamento da dor.