Mulheres com câncer de mama que posteriormente tiveram diagnóstico de depressão tiveram um risco 45% maior de morte, conclui estudo conduzido pelo Kings College em Londres (Reino Unido). A descoberta, segundo os pesquisadores, pode ajudar a direcionar e apoiar as mulheres em maior risco da doença. Pesquisadores britânicos analisaram registros hospitalares de 77.173 mulheres diagnosticadas com câncer de mama entre 2000 e 2009. Dessas, 422 já tinham um histórico de depressão antes do diagnóstico do câncer de mama e 533 tinham um novo diagnóstico de depressão registrado após o câncer.
A ligação entre um novo diagnóstico de depressão e a sobrevivência permaneceu depois que os pesquisadores levaram em conta fatores como idade mais avançada, estágio da doença, status socioeconômico e outras doenças. Depois de excluir essas variáveis, o risco relativo de morte durante o período foi de 1,45 vezes, ou 45% maior. Mulheres com um registro pré-existente de depressão também possuem menor taxa de sobrevivência, mas a associação foi principalmente relacionada com outros fatores, como idade mais avançada no momento do diagnóstico, menor nível socioeconômico e câncer mais avançado no momento da descoberta. No geral, 55% de todas as mulheres com um histórico da doença estavam vivas cinco anos após o diagnóstico de câncer de mama, em comparação com 75% que não apresentavam sintomas depressivos.
Os pesquisadores sugerem que a depressão pode facilitar com que comportamentos não benéficos para o tratamento se instaurem, como um estilo de vida menos saudável, estresse crônico, e dificuldade em receber ou cumprir as etapas da terapia. Depressão é uma reação compreensível para um diagnóstico de câncer de mama e os médicos olham pra isso. Mas estes achados reforçam a necessidade de perguntar aos pacientes com câncer sobre seu humor. É importante que elas vejam que podem falar sobre esses sentimentos e que não se sintam culpadas sobre a dificuldade de enfrentamento do câncer.