A creatina é um suplemento nutricional usado em todo o mundo, principalmente associada a programas de exercícios com pesos, objetivos de fortalecimento e ganho de massa muscular. Seu uso ultrapassou a barreira das academias, sendo atualmente considerado um importante coadjuvante em muitos outros propósitos, inclusive com grande indicação para idosos, com o objetivo de desacelerar a perda de massa muscular. Pesquisas recentes têm apontado para uma nova indicação do uso da creatina.
Trata-se de sua importância no tratamento da ansiedade e depressão, principalmente em mulheres. Não se trata de uma única evidência científica. Somente em 2015, pelo menos cinco artigos científicos foram publicados citando esse efeito. Um desses artigos foi publicado na revista Drug and Alcohol Dependence neste ano. Ele relata um importante efeito da creatina em atenuar os sintomas de ansiedade e depressão em mulheres submetidas a oito semanas de tratamento com suplementação de 5g diariamente.
A explicação para os efeitos observados está associada a uma elevação dos níveis de fosfocreatina no cérebro (fazendo-o trabalhar com mais facilidade), mensurada com técnicas de ressonância magnética. Antes, as pacientes portadoras dos sintomas de ansiedade e depressão apresentavam valores reduzidos de fosfocreatina. Com a suplementação de creatina, isso ficou normalizado e houve melhoria nas condições depressivas.
Vale ressaltar que não se trata de nenhum tratamento medicamentoso, uma vez que a creatina é um nutriente e não uma substância farmacologicamente ativa. Essas evidências fortalecem a importância dos suplementos nutricionais, não somente como coadjuvantes de programas de exercícios, mas também como recursos cada vez mais associados à promoção de saúde e qualidade de vida.