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Psiquiatria

Alzheimer: como identificar e tratar

Embora a Doença de Alzheimer (DA) não tenha cura, há tratamentos disponíveis – tanto farmacológicos quanto não farmacológicos que podem ajudar a controlar os sintomas, retardando o processo de adoecimento.

Os tratamentos devem ser iniciados o quanto antes para favorecer resultados e podem envolver profissionais de diferentes especialidades (médico psiquiatra, geriatra, neurologistas como mais comuns), psicólogo, terapeuta ocupacional, enfermeiro, fisioterapeuta, fonoaudiólogo, educador físico, assistente social, nutricionista e o cuidador).

O que é Doença de Alzheimer?

A Doença de Alzheimer e a Demência Vascular são as formas mais comum de Demência, constituindo cerca de 95% de todos os casos. A Demência tipo Alzheimer, causa de cerca de 50% dos casos de Demência, é uma doença progressiva e degenerativa que afeta o cérebro. A medida que as células cerebrais vão sofrendo uma redução de tamanho e número, formam-se tranças neurofibrilares no seu interior e placas senis no espaço exterior existente entre elas.

Esta situação dificulta a comunicação dentro do cérebro e danifica as conexões existentes entre as células cerebrais e isto traduz uma redução da capacidade de recordar ou assimilar a informação. Deste modo, conforme a Doença de Alzheimer vai afetando as várias áreas cerebrais, vão-se perdendo certas funções ou capacidades.

O comprometimento das funções cognitivas é acompanhado habitualmente e é por vezes precedido por uma deterioração do controle emocional, do comportamento social ou da motivação. Segundo o Dr. Cláudio Elias Duarte, médico psiquiatra e psicoterapeuta do Hospital Santa Mônica, o Alzheimer que é uma síndrome que acomete os indivíduos, na qual há comprometimento de inúmeras funções corticais superiores, tais como:

  • A memória;
  • O pensamento;
  • A orientação;
  • A compreensão;
  • O cálculo;
  • A capacidade de aprendizagem;
  • A linguagem e
  • O julgamento.

A síndrome não é acompanhada de uma obnubilação da consciência, que é uma alteração do nível de consciência e se caracteriza pela diminuição da percepção, lentidão da compreensão e da elaboração das impressões sensoriais. Há ainda lentidão no ritmo e alteração no curso do pensamento, prejuízo da fixação e da evocação da memória, algum grau de desorientação e sonolência mais ou menos acentuada. Casos com esta alteração de nível de consciência são indicativos de outro problema, até mais sério e agudo, chamado de Delirium. Claro que pacientes portadores de quadros demenciais podem também desenvolverem um Delirium sobreposto a um quadro de demência. Critérios Diagnósticos de quadros demenciais

  • Acometimento da memória;
  • Acometimento de uma ou mais funções corticais altas:

o  Gnosias quando ocorre fracasso em reconhecer ou identificar objetos apesar da função sensorial intacta como reconhecer os membros da família, reconhecer a própria imagem no espelho, identificar objetos como lápis, caneta, mesa, dentre outros;

o Praxias quando ocorre prejuízo em executar atividades motoras como pentear o cabelo, vestir-se, acenar, desenhar;

o Linguagem – Afasia – quando ocorre a dificuldade na evocação de nomes de pessoas e objetos: Discurso digressivo, vazio, circunlóquios;

o Função executiva refere-se ao pensar abstratamente e planejar – contar até 10, mencionar nomes de animais em um minuto.

  • Declínio cognitivo gradual e progressivo;
  • Exclusão da indução dos sintomas por substâncias ou outras doenças do SNC – Sistema Nervoso Central;
  • Déficits não ocorrem exclusivamente durante Delirium e não podem ser atribuídos à depressão.

Sinais de Alerta:

  1. Esquecimento Interferindo na Função;
  2. Dificuldade para AVDs – Atividades da Vida Diária como Autocuidado, Mobilidade, Alimentação, Higiene Pessoal, Vestir, Despir e Calçar;
  3. Distúrbio de Linguagem;
  4. Desorientação no Tempo e no Espaço;
  5. Comprometimento do Julgamento;
  6. Comprometimento do Raciocínio Abstrato;
  7. Perda Frequente de Objetos;
  8. Alteração do Humor e do Comportamento;
  9. Mudança da Personalidade;
  10. Perda da Iniciativa.

Tratamento Farmacológico

Os medicamentos não revertem nem curam a Doença de Alzheimer, mas podem retardar o seu avanço e em muitos casos têm efeitos positivos nos déficits cognitivos como problemas de memória, atenção, linguagem, orientação, planejamento. Podem também ajudar a reduzir as dificuldades de desempenho em atividades do dia a dia e alterações de comportamento. Nas três fases da doença (leve, moderada e grave) é indicado o uso dos inibidores das colinesterases (Donepezila, Galantamina, Rivastigmina).

Nas fases – moderada a grave, recomenda-se a Memantina, que pode ser associada aos medicamentos utilizados no estágio inicial. Após a prescrição da medicação, é importante que o paciente tenha acompanhamento médico periódico para avaliação de eficácia, eventuais efeitos adversos e momento de interrupção de uso – decisões importantes que devem ser tomadas em conjunto com a família.

Os medicamentos inibidores das colinesterases estão disponíveis no programa de medicamentos de alto custo do governo federal e das secretarias estaduais de saúde. Outro tratamento que envolve o uso de medicamentos é a utilização de psicofármacos que podem ser úteis no controle de alterações de comportamento que inclui mudanças de humor, de temperamento ou atitude.

Tratamentos não farmacológicos

São propostas estratégicas que podem minimizar os sintomas, manter o paciente mais ativo e com melhor funcionamento e aproveitamento dos recursos disponíveis. Inicialmente, pode ser realizada uma avaliação neuropsicológica que utiliza instrumentos de medida (testes psicométricos padronizados) para mapear o funcionamento cognitivo (déficits e habilidades preservadas) do paciente, auxiliando na identificação do estágio da doença.

Os resultados norteiam a elaboração de programas de estimulação e de estratégias eficazes de manejo de sintomas que devem ser orientadas e supervisionadas por profissionais qualificados para garantir benefícios e evitar prejuízos.

– Estimulação Cognitiva

São programas para potencializar as habilidades cognitivas mediante a estimulação sistemática e continuada em situações práticas que requerem uso de pensamento, raciocínio, atenção, memória, linguagem e planejamento. Visa minimizar as dificuldades, com uso de técnicas envolvendo memória antiga, controle comportamental, aprendizado, estratégias compensatórias, associação de ideias, dentre outras.

Pode ser praticada em atividades variadas como jogos, desafios mentais, treinos específicos, construções, reflexões, resgate de histórias, uso de materiais que compensem dificuldades específicas (Ex. calendário para problemas de orientação temporal).

– Estimulação Social

São iniciativas que priorizam o contato social dos pacientes, estimulando as habilidades de comunicação, convivência e afeto. Promovem integração e ajudam a evitar a apatia e a inatividade do paciente diante de dificuldades. Além de interações em grupo para estimulação cognitiva e física, podem ser realizadas atividades de lazer, culturais, celebração de datas importantes e festivas. É essencial que tudo seja organizado a partir das experiências anteriores do paciente e envolva tema que despertem seu interesse e motivação.

– Estimulação Física

As práticas de atividades física e de fisioterapia proporcionam benefícios neurológicos e melhoras na coordenação, força muscular, equilíbrio e flexibilidade. Contribuem para o ganho de independência, favorecem a percepção sensorial, além de retardar o declínio funcional nas atividades da vida diária. Alguns estudos mostram que atividades regulares estão associadas a evoluções mais lentas da Doença de Alzheimer. Além de alongamentos, podem ser indicados exercícios para fortalecimento muscular e exercícios aeróbicos moderados sob orientação e com acompanhamento dirigido.

– Organização do Ambiente

Tem como objetivo inibir ou controlar as manifestações de sintomas comportamentais como ansiedade e agitação, delírios e alucinações e inadequações sociais. O ambiente deve ser tranquilo, com situações previsíveis, evitando características que possam ser interpretadas como ameaçadoras. Sugere-se utilizar tom de voz ameno e evitar confrontos e conflitos desnecessários, repetitivos e duradouros, diminuir/evitar barulhos e ruídos, amenizar estímulos luminosos muito intensos, deixar o ambiente claro, limpo e organizado, estabelecer uma rotina estável e simplificada.

– Tratamentos específicos para problemas específicos

Em estágios iniciais, reações emocionais negativas são esperadas assim como prejuízos sociais progressivos. Em fases mais avançadas da doença, podem ser necessários tratamentos específicos envolvendo dificuldades de locomoção e motricidade, deglutição, comunicação, nutrição, perda de autonomia e exposição a riscos com necessidade de monitoramento constante.

A cada etapa da doença, profissionais especializados podem ser indicados para minimizar problemas e orientar a família com o objetivo de favorecer a superação de perdas e enfrentar o processo de adoecimento, mantendo qualidade de contato e relacionamento.

Resultados Esperados com o Tratamento

  • Redução da velocidade de progressão dos sintomas a partir da valorização e utilização prática de recursos preservados.
  • Atitude mais ativa do paciente com investimento em autoestima, autonomia e senso de produtividade.
  • Inserção social e ganho de qualidade nos relacionamentos do paciente.
  • Organização de rotina que deve ser fonte de satisfação.
  • Solução ou minimização de problemas específicos.
  • Melhor manejo dos sintomas do paciente.

O Hospital Santa Mônica possui uma equipe de profissionais altamente especializados no tratamento de Alzheimer, para mais informações acesse www.hospitalsantamonica.com.br. Hospital Santa Mônica Com mais de 45 anos de atividades de prestação de serviços na área da saúde, o Hospital Santa Mônica é um hospital especializado em Psiquiatria, tratamento de problemas relacionados a Saúde Mental (Ansiedade; Pânico; Fobia; Demência; Depressão; Esquizofrenia; Alzheimer; Psicopatia; Transtorno afetivo bipolar; Transtorno de personalidade, Transtornos alimentares (bulimia, anorexia, obesidade), entre outros), Dependência Química e Geriatria.

O Hospital está localizado em Itapecerica da Serra, na Grande São Paulo, a aproximadamente 10 km do Bairro do Morumbi, em uma área de 83 mil m2, de mata nativa preservada. Um local cercado pela natureza cria um ambiente totalmente favorável para a recuperação dos pacientes, proporcionando cuidado e bem-estar no processo de reabilitação. Fonte: Dr. Cláudio Elias Duarte – psiquiatra e psicoterapeuta do Hospital Santa Mônica e ABRAz – Associação Brasileira de Alzheimer.

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