A dismorfia corporal é um transtorno psicológico, pois afeta diretamente a mente e o bem-estar de uma pessoa. Em geral, esse problema desperta uma preocupação excessiva com características do corpo, o que pode exercer um impacto muito negativo na autoaceitação e na autoestima.
A forma como uma pessoa se relaciona com a própria imagem é bastante subjetiva. Associado ao Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC), o transtorno dismórfico corporal pode aguçar a supervalorização de imperfeições ou traços físicos que incomodam o indivíduo em relação ao próprio corpo.
Neste artigo, você entenderá o que é a dismorfia corporal, suas causas e os impactos que provoca na saúde mental.
Quais os sinais de dismorfia corporal?
As causas que despertam os sintomas de dismorfia corporal ainda são desconhecidas. Diversos fatores genéticos, ambientais e biológicos podem contribuir para o desenvolvimento desse transtorno. Além disso, uma educação muito crítica, situações de bullying e traumas na infância, assim como transtornos alimentares podem aumentar a predisposição para o desenvolvimento do quadro.
O principal sinal que aponta a dismorfia corporal é a preocupação excessiva com a própria imagem. No geral, é comum que as pessoas se importem com a forma que são vistas. No entanto, nesse quadro, é dada uma alta importância, de modo a desenvolver características obsessivas, comportamentos compulsivos e um forte impulso de controle sobre a aparência.
Por conta disso, pessoas com dismorfia corporal costumam adotar comportamentos específicos. Entre eles, passar consideráveis horas em frente ao espelho, tentar esconder o que considera imperfeição física, recorrer a cirurgias plásticas e fazer múltiplos procedimentos estéticos.
Já os sintomas psicológicos que podem surgir com a dismorfia corporal são:
- vergonha e timidez excessivas;
- obsessão por se olhar no espelho ou comportamento evitativo de ver a própria imagem;
- ortorexia;
- excesso de comparação com outras pessoas;
- falta de atenção nas demais tarefas do cotidiano;
- excesso de atividade física e dietas;
- depressão e ansiedade.
Entenda melhor como esses sintomas afetam uma pessoa com dismorfia corporal!
Baixa autoestima
A comparação com outras pessoas e até mesmo padrões de beleza quase inalcançáveis podem prejudicar gravemente a autoestima de pessoas com dismorfia corporal. Nesse caso, podem se sentir inferiores por não alcançarem um objetivo estabelecido de imagem.
Essa baixa autoestima pode se refletir também nas decisões tomadas sobre as mais variadas áreas da vida. O sentimento de inferioridade pode distanciar o indivíduo de seus objetivos profissionais, por não acreditar ser capaz de conquistá-los.
Além disso, essa mesma sensação de baixa autoestima pode estar presente em relacionamentos amorosos e afetivos. Consequentemente, aumentam-se os riscos de se envolver em relações tóxicas e abusivas.
Preocupação excessiva
É como se a cabeça de uma pessoa com dismorfia corporal nunca parasse de processar possíveis situações vexatórias em relação ao próprio corpo. Por isso, há uma preocupação excessiva com a forma que é vista, com como se veste e com a imagem que é reproduzida, principalmente nas redes sociais.
Esse sintoma pode também estar relacionado com traços de transtornos de ansiedade. Afinal, a hipervigilância e a dificuldade de relaxar aumentam os níveis de estresse e podem desencadear respostas ansiogênicas.
Isolamento
Para evitar julgamentos e exposições, a pessoa com dismorfia corporal também pode diminuir o tempo e a frequência de aparecimento públicos. Esse é um mecanismo de defesa para não ter que confrontar outras pessoas, nem se sentir comparada ou inferiorizada.
Essa tendência ao isolamento social também pode trazer prejuízos a outras áreas da vida, inclusive profissional. Além disso, para compensar, muitas pessoas podem desenvolver o hábito de passar muito tempo nas redes sociais, espaço em que é possível evitar a imagem e se apresentar da forma como gostaria de ser.
Diferença de percepção
O transtorno dismórfico corporal afeta tanto a autopercepção quanto a percepção dos outros. Esse é um problema, pois a falta de correlação com a realidade pode ser um agravante, principalmente na presença de outros transtornos, como bulimia e anorexia nervosa.
Qual a relação entre dismorfia e transtornos alimentares?
A relação entre a percepção da própria imagem e a alimentação é mais próxima do que se imagina. O transtorno dismórfico corporal, muitas vezes, está presente em pessoas com transtornos alimentares e vice-versa.
A anorexia nervosa, por exemplo, pode fazer com que uma pessoa visualize o corpo totalmente alterado, o que desperta pensamentos e atitudes compulsivas, como dietas rigorosas, atividade física excessiva ou privação alimentar. Sendo assim, o problema pode se intensificar e gerar ainda mais resistência ao tratamento.
Para os profissionais de saúde, é fundamental analisar os sintomas dos transtornos e os relatos dos pacientes para identificar a diferença entre distúrbios alimentares e dismorfia. Afinal, em muitos casos, esses sinais se confundem, o que pode gerar dificuldade na abordagem correta para o tratamento.
Qual o tratamento para dismorfia corporal?
Segundo a Associação Brasileira de Psiquiatria (ABC), estima-se que o transtorno dismórfico corporal atinja até 2% da população brasileira. Esse é um número consideravelmente alto, afetando cerca de 4 milhões de pessoas, tanto homens quanto mulheres.
Devido a esse quadro, é fundamental que a dismorfia corporal seja uma doença mais falada, principalmente com alertas sobre os seus riscos. Além disso, o tratamento precisa ser conhecido por cada vez mais indivíduos.
A psicoterapia, especialmente a Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC), é um dos recursos fundamentais para tratar o transtorno dismórfico corporal. Geralmente, a abordagem da TCC pode ajudar o paciente a interpretar melhor as percepções e situações, especialmente as que geram sofrimento.
Em casos associados a transtornos alimentares, a presença de um nutricionista vai fazer toda a diferença no acompanhamento. Já para quadros mais intensos, pode ser necessária a ajuda de um psiquiatra, para a prescrição de medicamentos, como os antidepressivos.
Em geral, a melhor forma de lidar com um transtorno, como o de dismorfia corporal, é com a combinação de diferentes tratamentos. A partir disso, é possível ter uma equipe multiprofissional para dar suporte às questões físicas e mentais, motivando o paciente a enfrentar os desafios, ressignificar a relação com o próprio corpo e ter hábitos mais saudáveis.
No Hospital Santa Mônica, é possível contar com o apoio de profissionais especializados e prontos para oferecer os cuidados que você precisa. Entre em contato com a nossa equipe para saber mais sobre os melhores tratamentos!