Uma análise realizada pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), com dados da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS 2013), mostra que, em cada três brasileiros, um apresenta alguma limitação funcional. Destes, 80 por cento (cerca de 6,5 milhões de idosos) contam com ajuda de parentes para realizar alguma atividade do cotidiano, como fazer compras e vestir-se, mas 360 mil não possuem esse apoio.
“Os números dão a dimensão do desafio a ser enfrentado pela sociedade brasileira para garantir o cuidado de longa duração aos idosos com limitações funcionais”, explica a coordenadora de Saúde da Pessoa Idosa, do Ministério da Saúde, Cristina Hoffmann. “A perda das condições físicas e mentais impossibilita o idoso a realizar atividades do seu cotidiano causando sofrimento, tanto para ele quanto para a família”, complementa.
Diante desse cenário, o Ministério da Saúde informa que tem priorizado ações que fortalecem a organização de serviços de atenção e promoção da saúde. Entre as atividades, está a implementação da Caderneta de Saúde da Pessoa Idosa, que permite conhecer as necessidades de saúde dessa população atendida na atenção básica.
Além disso, o ministério destaca o Programa Melhor em Casa, indicado para pessoas que apresentam dificuldades temporárias ou definitivas de sair do espaço da casa para chegar até uma unidade de saúde. O programa proporciona o atendimento em casa com equipes multidisciplinares, formadas por médicos, enfermeiros, técnicos em enfermagem e fisioterapeuta ou assistente social. Cerca de 70 por cento dos atendimentos do Melhor em Casa são para os idosos, o que corresponde a cerca de 86.800 pessoas.
O Brasil possui a quinta maior população idosa do mundo, com cerca de 28 milhões de pessoas com 60 anos ou mais. Atualmente, a proporção de pessoas idosas no País alcançou 13,7 por cento da população geral – ou seja, 27,8 milhões de pessoas. Nesse grupo, o que mais expressivamente cresce é os idosos longevos, que vivem 80 anos ou mais. De acordo com as estimativas, em 2030, o número de brasileiros com 60 anos ou mais ultrapassará o de crianças de 0 a 14 anos de idade.