Desafios e avanços na promoção de cuidados em saúde mental com qualidade e segurança
O Dia Mundial da Segurança do Paciente, instituído pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em 2019, tem como objetivo sensibilizar governos, instituições de saúde e a sociedade sobre a importância de reduzir riscos e danos associados ao cuidado.
No Hospital Santa Mônica, reforçamos nesta data a relevância do cuidado seguro, especialmente no contexto da psiquiatria — área em que os pacientes enfrentam estigmas, vulnerabilidades e riscos específicos ao longo do tratamento.
Um olhar diferenciado e acolhedor para o cuidado em saúde mental
Pacientes com transtornos mentais exigem estratégias que vão além da técnica médica. A segurança nesse contexto não se limita à correta administração de medicamentos ou à prevenção de eventos adversos:
● Prevenção de autolesões e suicídio, ainda causas significativas de mortalidade nesse grupo;
● Ambientes terapêuticos seguros e acolhedores, capazes de reduzir ansiedade e sofrimento;
● Capacitação contínua das equipes multiprofissionais, garantindo preparo para o manejo de crises e emergências;
● Envolvimento da família e dos cuidadores, como parte essencial do processo de cuidado.
De acordo com diretrizes do Ministério da Saúde e da OMS, a segurança do paciente psiquiátrico exige integração de diferentes práticas, como:
● Planos terapêuticos individualizados, que reduzem riscos e favorecem adesão;
● Monitoramento rigoroso dos efeitos colaterais de psicofármacos, sobretudo em pacientes com múltiplas comorbidades;
● Comunicação clara e humanizada, prevenindo interpretações equivocadas que podem gerar crises ou resistência.
Mais do que protocolos, especialistas ressaltam que a principal mudança necessária é cultural: o ambiente psiquiátrico deve ser compreendido como espaço de cuidado integral, em que respeito, empatia e dignidade são tão relevantes quanto às medidas clínicas.
O papel do Hospital Santa Mônica e o impacto na Cultura de Segurança
Referência em saúde mental há mais de quatro décadas, o Hospital Santa Mônica tem investido continuamente na qualidade e segurança do paciente como fundamentos do tratamento psiquiátrico. Entre as iniciativas, destacam-se:
– Protocolos assistenciais atualizados, alinhados às melhores práticas nacionais e internacionais;
Comissões internas e Núcleo de Segurança do Paciente, voltados ao monitoramento e à melhoria contínua;
– Treinamentos regulares para equipes multiprofissionais, com foco na prevenção de riscos, manejo de crises e atendimento humanizado;
– Infraestrutura planejada para segurança, com ambientes acolhedores, monitoramento adequado e espaços terapêuticos que reduzem riscos de complicações;
Integração ativa de familiares e responsáveis, fortalecendo a corresponsabilidade no cuidado e a adesão ao tratamento.
Para a Adriana Pires dos Santos, Gerente de Qualidade e Segurança do Paciente, “A segurança do paciente não é apenas norma, mas uma cultura que permeia toda a instituição. Na psiquiatria, isso se traduz em oferecer um cuidado que combina rigor técnico, acolhimento e respeito à dignidade humana.”
Reflexão:
Neste 17 de setembro, reforçamos uma verdade essencial: não há qualidade sem segurança.
No cuidado em saúde mental, isso significa acolher, prevenir riscos e assumir o compromisso ético de proteger vidas.
Proteger o paciente psiquiátrico é também proteger seu direito à vida, à dignidade e à recuperação — fundamentos indispensáveis para uma sociedade que valoriza a saúde como bem coletivo.
