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Saúde Mental nas Corporações

Medo de ser substituído por IA no mercado de trabalho e suas consequências na saúde mental

Segundo a NordVPN, 17% dos brasileiros têmem ser substituídos por IA em seus empregos, e 27% acham que a tecnologia está evoluindo rápido demais

O estudo global Talent Trends, da Michael Page identificou que 60% dos profissionais brasileiros se preocupam com o impacto da IA em suas carreiras — bem acima da média global de 52% e América Latina com 50%.

A Ipsos revelou que 50% dos brasileiros entre 18 e 74 anos já tiveram receio de serem substituídos pela IA nos próximos cinco anos.

Já a MindMiners mostrou que 33% dos entrevistados têm medo de perder o emprego para IA, mesmo com 54% enxergando benefícios na produtividade.

Saiba mais sobre este assunto nesta matéria que contou com a colaboração da Dra. Luciana Mancini Bari, médica convidada pelo Hospital Santa Mônica e boa leitura!

Por que o medo é tão forte no Brasil

  • Maior conscientização: o Brasil lidera o ranking latino-americano, tanto no temor quanto na adoção da tecnologia: 37% já usam IA no trabalho — contra 28% na média da região.
  • Setores vulneráveis: profissões administrativas, financeiras e de call center estão entre as mais expostas. A OIT aponta que 37 milhões de trabalhadores brasileiros — especialmente mulheres — enfrentam risco de impacto pela IA generativa.
  • Falta de preparo corporativo: muitos empregados dizem que suas empresas ajudam pouco na adaptação.

Além dos dados nacionais, um recorte específico com profissionais da saúde reforça que o temor é real, mesmo entre aqueles que já utilizam IA no dia a dia:
A Dra. Luciana Mancini Bari, médica com foco em saúde mental aplicou uma pesquisa com profissionais de saúde como médicos, enfermeiros, psicólogos, entre outros e os principais resultados da pesquisa:

  • 30% dos entrevistados estão se preparando com cursos para lidar com as novas tecnologias.
  • 90% acreditam que não serão substituídos pela inteligência artificial, enquanto 10% demonstram essa preocupação.
  • 70% estão dispostos a utilizar tecnologias com IA em sua prática profissional.
  • 80% acreditam que a IA será cada vez mais utilizada na área da saúde.
  • As principais preocupações estão relacionadas a questões éticas, privacidade e confiabilidade dos dados.
  • Entre os principais benefícios percebidos, destacam-se: agilidade no processamento de dados e redução de tempo com burocracias administrativas, possibilitando mais tempo para o cuidado com o paciente
  • 80% classificaram sua experiência com IA como positiva ou muito positiva.

Efeitos na saúde mental

  • Ansiedade e ruminação: o constante “e se…” gera sintomas físicos e mentais — prejudicando o sono e aumentando o estresse.
  • Queda de engajamento: com incerteza sobre o futuro, cai a motivação, aumenta o absenteísmo e diminui a produtividade.
  • Isolamento e insegurança: receio de serem obsoletos coloca os trabalhadores em posição de menor participação — afetando relação com colegas e suporte profissional.

Como as empresas podem responder — e devem fazer isso

  • Comunicação clara e estratégica
    Apresentar o plano de adoção da IA, demonstrando que é ferramenta de apoio — não ameaça — ajuda a aliviar a ansiedade.
  • Engajamento ativo dos funcionários
    Convidar os colaboradores a testar e colaborar no desenvolvimento das soluções com IA fortalece o senso de pertencimento.
  • Capacitação contínua
    Focar em habilidades humanas — criatividade, pensamento crítico, inteligência emocional — que permanecem difíceis de automatizar.
  • Apoio à saúde mental
    Fornecer suporte emocional, treinamentos de resiliência e atenção aos riscos psicossociais, conforme previsto na nova NR‑1, é essencial.

Contexto futuro: equilíbrio de riscos e oportunidades

O Fórum Econômico Mundial aponta que, apesar dos riscos — com até 85 milhões de vagas afetadas pela automação até 2025 — oportunidades surgirão, com mais de 97 milhões de novos empregos.

A OIT – Organização Internacional do Trabalho, aponta que, mesmo nas profissões mais atingidas, os empregos diretamente eliminados serão apenas entre 2% e 5%; os demais ganharão em produtividade.

Migrar para uma cultura de inovação que valorize o uso responsável da IA, com foco na qualidade de vida humana, será fundamental — inclusive para responder às preocupações trazidas pelos trabalhadores.

O medo de ser substituído por inteligência artificial é real e tem impactos profundos na saúde mental dos trabalhadores brasileiros. No entanto, com uma abordagem humana-centrada — comunicação clara, participação ativa, capacitação e suporte emocional —, as empresas podem transformar esse desafio em oportunidade. Não se trata de IA ou humanos, e sim de IA com humanos — construindo juntos um mercado de trabalho mais resiliente, inclusivo e saudável.

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