O médico pneumologista Renato Maciel afirma que parar de fumar pode parecer difícil devido à dependência química, psicológica e comportamental, mas não é impossível. “A dependência química diz respeito à nicotina, substância presente no tabaco e que age no organismo entre 7 e 9 segundos, produzindo alterações no sistema nervoso. O consumo persistente gera aumento constante da quantidade de receptores de nicotina e faz com que o cérebro tenha necessidade cada vez maior da substância, formando-se um ciclo viciante”, afirma Maciel.
“A dependência psicológica, por sua vez, está relacionada ao que o cigarro representa para o tabagista, como símbolo de autonomia e maturidade, ou a um hábito cotidiano, tal como tomar café, beber álcool e falar ao telefone”, explica o pneumologista. “O primeiro passo é querer e decidir em que data vai parar de fumar. O segundo é procurar a ajuda de um profissional. Outra dica é mudar hábitos de vida, como evitar os estimulantes que são acompanhados pelo hábito de fumar. Buscar ajuda de amigos e familiares é importante, assim como é essencial realizar o tratamento corretamente, juntamente com atividades físicas diárias”, completa.
Em razão disso, a Sociedade Americana do Câncer e a Fundação Mundial do Pulmão produziram o livro Atlas do Tabaco, que traz lista com 20 dicas para ajudar fumantes a deixar o hábito de lado e a parar de fumar de uma forma mais tranquila e saudável. Entre elas destacam-se: crie seu próprio plano para parar de fumar; peça à família e aos amigos para apoiar sua decisão de abandonar o cigarro; defina um dia para parar de fumar e vá diminuindo aos poucos; se não conseguir, pare de uma vez; comece um programa de exercícios, pois a atividade física alivia o estresse e ajuda o corpo a recuperar os danos causados pelo cigarro; beba muita água; saiba o que provoca seu desejo por um cigarro, como estresse, café ou o fim de uma refeição, e evite esses gatilhos; por fim, encontre algo para segurar em sua mão e boca, para substituir cigarros.