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O que você pode aprender com as séries sobre autismo? Veja aqui!

O Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) é caracterizado por uma modificação no desenvolvimento neurológico cujos sintomas variam de acordo com o nível de comprometimento. Nessa perspectiva, listamos algumas séries sobre tema que ajudam a lidar melhor com o espectro autista e a entender a relevância da terapia infantil, nesses casos.

Ainda, veja com a terapeuta ocupacional do Hospital Santa Mônica, Jéssica Bastos Chaves, que é especializada em transtorno do espectro autista na adolescência e formação em intagração sensorial de Ayres, o que é possível aprender com esses seriados e como os protagonistas com autismo se comportam mediante situações que desafiam as habilidades deles. Confira também como funciona o contato visual com o autista e a importância do tratamento do autismo para aprender a lidar com a situação da melhor maneira possível. Aproveite a leitura!

Séries famosas sobre autismo

Com a necessidade de adaptação ao novo normal e de permanecer mais tempo em casa, assistir filmes, documentários e séries passou a ser um dos passatempos favoritos. Mediante a abordagem mais explícita de temas como o autismo na sociedade, muitas pessoas demonstram interesse em películas com essa temática.

Ultimamente, houve um investimento significativo em produções cinematográficas com tal abordagem. A proposta é combater o estigma que envolve o TEA, além de tornar o tema mais próximo do cotidiano de pessoas que convivem com o transtorno.

São muitos seriados que retratam o problema de forma lúdica, divertida, mas com a seriedade necessária para divulgar informações sobre o autismo. Por tal razão, selecionamos algumas dessas séries sobre autismo que proporcionam importantes aprendizados sobre a melhor forma de conviver com o espectro. Veja quais são na sequência.

The Good Doctor (O bom doutor)

Disponível na Globoplay, a série tem como pano de fundo o drama médico com um personagem autista interpretado por Freddie Highmore, que atua de forma brilhante. Essa é mais uma das séries sobre autismo que atraem diferentes públicos, já que o roteiro também envolve diversas tramas da rotina hospitalar que desafiam o jovem médico recém-formado Shaun Murphy.

Extremamente talentoso e apegado a detalhes minuciosos, Shaun tem um tipo de autismo chamado Savant, um raro distúrbio psíquico que o torna especializado em áreas peculiares, mas que dificulta muito a interação com o mundo ao seu redor. Lançada em 2017, The Good Doctor é um dos seriados queridinhos dos profissionais de saúde brasileiros.

Atypical

O protagonista de Atypical — série disponível na Netflix — é Sam, um adolescente autista que apresenta diferentes limitações, como a ansiedade, que provoca uma montanha-russa emocional em alguns enredos. Mesmo assim, o tema é abordado de forma sutil e explora a leveza e o humor das descobertas e paixões da adolescência de Sam.

O personagem é um menino tímido, com uma inteligência acima da média e apaixonado por pinguins. A trama envolve a dificuldade de relacionamento afetivo, pois Sam enfrenta esse dilema ao tentar arrumar uma namorada. Conflitos familiares também são perceptíveis, já que a mãe do garoto é superprotetora e tem muita dificuldade para compreender essa etapa da vida de Sam.

Amor no espectro

De modo similar a um reality show, a série da Netflix aborda os desafios que o TEA enfrenta nos relacionamentos afetivos. A temática é trabalhada com bastante sensibilidade, mas focada na proposta de gerar empatia em quem assiste. O objetivo é despertar no espectador a curiosidade sobre a maneira como as pessoas com dificuldades sociais encontram o amor.

Touch

Jake (David Mazouz) tem 10 anos de idade e é o protagonista diagnosticado com autismo desde que nasceu. Filho de Martin, que tenta dar um novo sentido à vida depois da perda da esposa, agora tem a responsabilidade de cuidar do filho autista. Ao perceber as habilidades de Jake, o pai começa a acreditar que o filho é bem mais do que os olhos veem.

Uma das propostas da série — originalmente transmitida pelo canal FOX — é chamar a atenção para a necessidade de perceber os diferenciais positivos que muitos autistas apresentam. Em Touch, Jacke é aficionado por tecnologia, área que domina com muita facilidade. Tanto que ele desperta a curiosidade do pai para descobrir um modo de utilizar isso a fim de amenizar outras dificuldades do filho.

Contato visual no autismo

Algumas crianças e adultos com o espectro autista não olham quando chamam seu nome ou tentam mostrar algo, mesmo que seja do interesse deles. Contudo, quem apresenta autismo leve consegue interagir, nem que seja com um olhar mais breve. No segundo caso, a maior dificuldade do TEA é manter o olhar fixado no interlocutor.

De todo modo, profissionais dessa área alertam para a importância de desenvolver a capacidade de estimular o contato visual no autismo. Por meio desse tipo de contato, a criança é capaz de imitar os movimentos articulatórios da fala de outras pessoas, o que facilita a aprendizagem para produzir os primeiros sons verbais. 

Logo, o contato visual é essencial para promover o relacionamento interpessoal, a percepção do que acontece no ambiente e para estabelecer conexões mais significativas com o mundo. A observação dessa dificuldade é essencial para a avaliação diagnóstica do autismo infantil.

Aprendizados com as séries sobre autismo

As séries sobre autismo apresentam diferentes perspectivas e abordam subtemáticas importantes de acordo com a expressão das características de cada tipo de autismo. Diante disso, destacamos alguns ensinamentos observados nos seriados sobre o TEA. Confira!

Importância da empatia

A relevância da empatia foi abordada em Touch ao despertar a atenção para a necessidade de acolhimento e compreensão das dificuldades apresentadas pelo protagonista. Um olhar mais empático ajuda a lidar com indivíduos com transtornos, cujas peculiaridades vão muito além da deficiência.

Superação de dificuldades em relacionamentos

Dados da OMS destacam que, de cada 160 crianças, uma apresenta autismo. O órgão alerta para a importância de priorizar a atenção à saúde mental e ao bem-estar emocional dessas pessoas, pois os sintomas do TEA se manifestam na infância e permanecem até a fase adulta. Nas séries, percebemos o quanto é necessário superar os desafios que envolvem relacionamentos afetivos e sociais.

Poder da escuta

Na interação com autistas, a escuta é fundamental para construir laços, já que os autistas são introspectivos. Como ocorre em The Good Doctor, quando os demais personagens ouvem o médico autista, ele interage melhor e encontra uma saída para os problemas que o incomodam.

Necessidade de inclusão

De acordo com um estudo publicado pelo site Scielo, ainda que a Constituição Federal defenda o atendimento igualitário às demandas educativas, a realidade do processo de inclusão está bem distante do que é estabelecido. De modo sutil, os seriados retratam a importância de adotar estratégias inclusivas mais eficazes para atender às particularidades dos autistas.

Por fim, vale destacar que a maioria das lições aprendidas nas séries sobre autismo está centrada na necessidade de aprender a lidar com as características desse transtorno. Logo, a busca do auxílio de profissionais especializados é essencial para reduzir os impactos desse distúrbio sobre a rotina dos autistas.

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