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Depressão é um mal que atinge crianças e deixa reflexos na vida adulta

Nem sempre criança é sinônimo de energia, alegria e felicidade. Elas também são fisgadas pela depressão, doença que atinge 15% da população adulta do Brasil. Entre os menores, o índice varia de 1% a 2%, e entre os adolescentes sobe para 5%, em casos que podem até acabar em morte. O problema tem preocupado a comunidade médica. Os sintomas são envoltos em sutilezas, já que os pequenos não têm a mesma capacidade de expressão dos adultos.

Segundo o psiquiatra Ricardo Nogueira, são crianças querendo que alguém as ouça. Nogueira e Gibsi Rocha, especialista em infância e adolescência, notam que as queixas de depressão na infância estão mais frequentes e que os motivos estão, geralmente, relacionados a uma pressão pelo melhor desempenho das crianças, famílias desestruturadas, exposição à violência e ao sexo na televisão e um encurtamento da infância. – Tudo isso as deixa mais ansiosas e mais vulneráveis à depressão, pois elas não têm estrutura para lidar com coisas para as quais ainda não estão prontas para entender – aponta Gibsi.

Miguel Angelo Boarati, psiquiatra da infância e adolescência, lembra que os critérios de diagnóstico são os mesmos utilizados em adultos, mas a apresentação varia conforme a fase do desenvolvimento no qual a criança está. Médicos recomendam que os pais fiquem atentos a mudanças bruscas na forma como os filhos se relacionam com amigos e familiares, se adotam um discurso diferente do habitual ou se começam a ir mal na escola de uma hora para a outra.

 

Sintomas

 

Qualquer idade Isolamento, tristeza, choro excessivo, problemas com o sono, dores de cabeça insistentes, obesidade ou falta de apetite podem ocorrer em todas as faixas etárias em casos de depressão. Atenção a mudanças bruscas de comportamento. O paciente tem de apresentar os sintomas por, pelo menos, duas semanas seguidas.

 

  • De 0 a 6 anos Não há consenso de que a depressão possa atingir também os bebês, mas alguns estudos falam em sintomas como rosto sem expressão, falta de apetite, dificuldade para adquirir peso, insônia, rejeição ao contato humano, choro insistente ou falta de choro, diminuição de movimentos e atraso no desenvolvimento da linguagem. Nos maiores, falta de amigos e coordenação motora atrasada.

 

  • De 7 a 13 anos Esta é a fase em que já conseguem se expressar. O depressivo perde o interesse por atividades que gostava de desenvolver, como esportes ou brincadeiras, se diz triste e infeliz. Pode desenvolver doenças associadas, como úlcera e gastrite, e reclamar de muitas dores (barriga, cabeça e enjoo). Choro com facilidade, baixa autoestima, irritabilidade e cansaço. Baixo rendimento escolar.

 

  • De 14 a 18 anos Alteração do humor, ansiedade, agressividade, autoestima baixa, relacionamento social distante. Forte sentimento de culpa, falta de apetite e dificuldade de concentração. Medo, insegurança, sentimento de fracasso, achar que a vida não tem sentido. Uso de drogas ou álcool.
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